A MANSÃO DO ECONÔMICO AGACIEL

Por mais que a gente procure,

Seja no ar ou no chão,

Ninguém encontra a receita

De tostão virar milhão.

Abençoado do Céu,

O famoso Agaciel

Adquiriu uma mansão.

II

Ganhando R$ 18 mil

Na Direção do Senado,

Ele fez economia,

Veja só o resultado:

Nunca gastou o salário

E tornou-se milionário

Por viver sacrificado.

III

Coitado do Agaciel:

Nunca foi a restaurante,

Seus ternos são da Colombo,

Seu carro é uma Variant

E,no dia que quer gastar,

Come é carne de jabá

Na feira do Bandeirante.

IV

Usa perfume da Avon,

Roupa da Riachuelo,

Sapato da Polyelle,

Descansa o pé no chinelo,

Assiste filme pirata,

Toma caldo de batata

No Boteco de Tranguelo.

V

Possui ponte fixa-móvel

E meia chapa completa,

Compra shampoo de babosa,

Passeia de bicicleta

Comprada em segunda mão

Lá na feira do Varjão

Da prima de Dona Neta.

VI

Quando a esposa reclama

Que está passando mal,

Nunca mais comeram fora

Etc e coisa e tal,

Ele se irrita com a dona

E bota logo uma mesona

Bem no centro do quintal.

VII

Trinta anos trabalhando,

Juntando níquel pra feira,

Comendo calango assado,

Balaiada de fateira,

O homem virou barão

E comprou uma mansão

Pra aliviar a canseira.

VIII

Crucificam Agaciel,

Eu não sei por que razão!

Foi numa máquina Olivetti,

Amolegando o dedão,

Ajeitando senador,

Que Agaciel juntou

Dinheiro com as duas mãos.

IX

Quando comprou a mansão

No Lago Paranoá,

Parecia até um sonho

(Não quis nem acreditar).

Com receio do povão,

Botou no nome do irmão

Pra ninguém desconfiar.

X

Por ordem de Zé Sarney,

Pediu exoneração.

Deixa o povo esculhambar,

Não lembram do Mensalão?

Cabra fica esculhambado,

Cingido e descachimbado,

Mas não perde o patacão.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 03/03/2009
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