A vida
Minha vida pelo um fio
Não acabou num estante
Vi a morte de pertinho
Eu fui salva pelo sangue
Pelo sangue de Jesus
Que clamei naquele estante.
Chovia muito
O carro estava a correr
Eu mergulhada em pensamentos
Vi quando o carro girava
Em uma BR perigosa
O que eu fazia?
Gritava.
Ali eu vi a morte
Não me lembrei mais de nada
Clamava o sangue de Jesus
Pedia perdão por meus pecados
Pois ali eu vi meu fim.
A carreta reduziu
Mais muito não pode fazer
Bateu no carro e freou
Foi à mão do Senhor
Que me salvou.
Sai do carro atordoada
Gritava de medo e dor
Sair correndo na BR
Joguei-me na enxurrada
Pra ver se o sangue sumia.
Algumas pessoas me ajudaram
Eu não agüentava ver
O peito de uma passageira
Sangrando e todo mu ido
O braço arrebentado
Oh meu Deus que aflição.
Outra a boca partida
O olho também ferido
E não podia fazer nada
Parecia até castigo.
Quando vi o menino
De apenas quatro anos
Desmaiado sem falar
Eu sair correndo
Não queria ali ficar.
Fui levada pelos bombeiros
Para o Amparo de Maria
Lá eu só gritava
De dor e agonia
Sofro em saber que a moça
Que estava ao meu lado
Veio a falecer
Estava grávida de três meses
Nada eu pude fazer.
Agradeço a Deus por eu Márcia e Fabio
Sobreviver.
E rogo para que o filho dela
Venha se superar
Pois até agora em coma ele está
Alda Cristina:
Eu agradeço à Deus por minha vida, nascir de novo.