Cordel
Atenção,meus amigos!
O fotógrafo Marco Llobus ,na série "HUS MANO",retrata artistas obscuros para as pessoas de outras Minas Gerais,de outros brasis....Lembra-me a canção "é gente humilde,que vontade de chorar" ,quando fotografa os violeiros,os músicos,a gente boa e simples de cada lugar onde,buscador,busca-a-dor e torna artístico o facies sulcado de quem laborou na Terra,quem suou no trabalho braçal,de quem canta e dança apesar de,de quem pratica esculturas,pinturas,coisas de cultura do interior,umas herdadas de geração para geração...
A roda de congo, a congada mineira,herança dos escravos,subsiste apesar de,na vontade e na sensibilidades dos descendentes,dos apreciadores enganjados aos grupos.Basta um chão,sons de percussão,batidas ritmadas...Quando entrevistei Mestre Conga,em Belo Horizonte,numa experiência memorável,ele contou que amarrava latinhas de massa de tomate nas pernas,menino,para acompanhar a roda.Ele e o irmão,por isso,ganharam apelidos-e ainda hoje ele é conhecido como tal.Contou-me da fascinante experiência de participar de uma roda de congada,de ser visto,aplaudido,seguido...
Na UFMG,Mestre Conga ainda ensina na Faculdade do Samba, seu outro amor...
Quantas faculdades terão de ser abertas para que a Memória do povo brasileiro,ou dos povosbrasileiros,tão grande é nossa diversidade?Com a evasão das pessoas mais jovens,principalmente,de seus locus de origem,corremos o risco de perder ,para sempre,a riqueza cultural de nossa gente.
Felizmente ,existem pessoa como meu amigo o sensível poeta,músico e artista plástico Marco LLobus,que,literamente,corre atrás do registro fotográfico desses rostos cansados e devastados,mas que renascem de si todos osdias,para a dança,para a música,para a poesia...Cantantes,brincantes,mestres,trocadores,compositores...
E para saudar esse artista jovem ainda,que se preocupa assim com o outro,somente em forma de cordel,à minha maneira de dizer...
Cordel para Llobus
Clevane
Licença,meus bons senhores,
que boas novas vim trazer,
atenção,meus cantadores,
pois vocês vão conhecer
quem vai revelar suas dores,
suas historias vai dizer...
Sendo lobo que uiva prá lua,
é carcará de voz forte,
aponta a poeira que estua
nas bandas secas do norte,
fala dos frios nas ruas
nas Minas frias de corte...
Marco Llobus na verdade,
traz prá mim tal comoção
que ao ver os moços de idade
dançando em batido chão,
em suas fotos,verdade,
dispara meu coração...
Ele mostra a cantoria,
e a animação dessa gente,
as rugas,cada alegria,
as esperanças que se sente
a chuva onde o fogo ardia...
Com humildade esse rapaz,
diz ser um mero aprendiz
da História que o povo faz,
os medos que não se diz,
pois a coragem desfaz...
Se a fome grassa,que importa,
quando há fartura de dança,
e o sorriso bate à porta
-com caninha ninguém cansa,
peixe no rio,verde na horta...
Mas se os donos do poder,
soubessem o poder pleno
da arte de poder ser
um homem pobre e sereno,
iam querer conhecer...
E o artista,vê os artistas,
vê o sagrado e o profano,
planeja e faz mil listas,
e assim fotografa HUS MANO,
e manda pros analistas...
Dá licença ,minha gente,
que esse lobo vai chegar,
um homem de sangue quente,
debaixo do chapéu a suar:
de longe,vem insistente...
Em vez de tirar retrato
de ricaços e patricinhas,
ele quer,mesmo,de fato,
é flagrar as avezinhas
que trinam aqui no mato
e brilham até sozinhas...
Batam palmas,meus brincantes,
os calcanhares,no chão,
cantem com vozes possantes,
que a história não some não,
na Conga,cês são vibrantes,
não negam a persussão...
O Llobus vamos saudar,
a esse passarim de orelhas,
seus feitos vamos cantar,
que,simples quais as ovelhas,
é capaz de nem ´pensar
quando as fotos dão nas telhas...
-Se achegue,venha até nós,
ô seu menino Marquinhos,
sacuda todos os pós ,
descalce seus chinelinhos,
desate nossos cipós,
sente com seus amiguinhos...
-Óia Marco,vou lhe contar,
a histórias das minhas dores,
meu pigarro vai roncar,
mais cê num é que nem dotores,
nos calos,não vai pisar,
vai é cantar com cantores...
-Entre na roda dos versos,
que ocê também toca viola,
esquece os homes perversos
-sei que trouxe na sacola
uns apetrechos diversos
que não lhe deram na escola...
-Com pinga,molhe a garganta,
que o povo todo quer ver,
quer ouvir a voz que planta
a verdade em cada ser
com cada foto que canta...
Se um oferece um banquinho,
puxam-lhe a manga os meninos,
a patroa faz cafezinho,
até mesmo os mais sovinos
sorriem como carinho...
E ele fica,bem contente,
vai ficando,vai ficando...
Tenho de parar,ô gente,
de comentar,vou parando,
senão,só paro,na frente...
Aplaudo aqui,esse amigo,
que a roupa do pobre veste,
que é testemunha de umbigo,
que vai parar num agreste,
fotografar o que digo,
por mais que o sol a tez creste...
Marco:pode ser que depois melhore o cordelzinho,mas fiz direto na telinha e para dar vazão à alegria de ver mais um HUS MANOS,querendo sempre ser sua mana,meu irmão!
Meio de brincadeira,mas com muita seriedade,aí vai...
Clevane pessoa de araújo Lopes
Bh,22 de abril de 2oo6
Atenção,meus amigos!
O fotógrafo Marco Llobus ,na série "HUS MANO",retrata artistas obscuros para as pessoas de outras Minas Gerais,de outros brasis....Lembra-me a canção "é gente humilde,que vontade de chorar" ,quando fotografa os violeiros,os músicos,a gente boa e simples de cada lugar onde,buscador,busca-a-dor e torna artístico o facies sulcado de quem laborou na Terra,quem suou no trabalho braçal,de quem canta e dança apesar de,de quem pratica esculturas,pinturas,coisas de cultura do interior,umas herdadas de geração para geração...
A roda de congo, a congada mineira,herança dos escravos,subsiste apesar de,na vontade e na sensibilidades dos descendentes,dos apreciadores enganjados aos grupos.Basta um chão,sons de percussão,batidas ritmadas...Quando entrevistei Mestre Conga,em Belo Horizonte,numa experiência memorável,ele contou que amarrava latinhas de massa de tomate nas pernas,menino,para acompanhar a roda.Ele e o irmão,por isso,ganharam apelidos-e ainda hoje ele é conhecido como tal.Contou-me da fascinante experiência de participar de uma roda de congada,de ser visto,aplaudido,seguido...
Na UFMG,Mestre Conga ainda ensina na Faculdade do Samba, seu outro amor...
Quantas faculdades terão de ser abertas para que a Memória do povo brasileiro,ou dos povosbrasileiros,tão grande é nossa diversidade?Com a evasão das pessoas mais jovens,principalmente,de seus locus de origem,corremos o risco de perder ,para sempre,a riqueza cultural de nossa gente.
Felizmente ,existem pessoa como meu amigo o sensível poeta,músico e artista plástico Marco LLobus,que,literamente,corre atrás do registro fotográfico desses rostos cansados e devastados,mas que renascem de si todos osdias,para a dança,para a música,para a poesia...Cantantes,brincantes,mestres,trocadores,compositores...
E para saudar esse artista jovem ainda,que se preocupa assim com o outro,somente em forma de cordel,à minha maneira de dizer...
Cordel para Llobus
Clevane
Licença,meus bons senhores,
que boas novas vim trazer,
atenção,meus cantadores,
pois vocês vão conhecer
quem vai revelar suas dores,
suas historias vai dizer...
Sendo lobo que uiva prá lua,
é carcará de voz forte,
aponta a poeira que estua
nas bandas secas do norte,
fala dos frios nas ruas
nas Minas frias de corte...
Marco Llobus na verdade,
traz prá mim tal comoção
que ao ver os moços de idade
dançando em batido chão,
em suas fotos,verdade,
dispara meu coração...
Ele mostra a cantoria,
e a animação dessa gente,
as rugas,cada alegria,
as esperanças que se sente
a chuva onde o fogo ardia...
Com humildade esse rapaz,
diz ser um mero aprendiz
da História que o povo faz,
os medos que não se diz,
pois a coragem desfaz...
Se a fome grassa,que importa,
quando há fartura de dança,
e o sorriso bate à porta
-com caninha ninguém cansa,
peixe no rio,verde na horta...
Mas se os donos do poder,
soubessem o poder pleno
da arte de poder ser
um homem pobre e sereno,
iam querer conhecer...
E o artista,vê os artistas,
vê o sagrado e o profano,
planeja e faz mil listas,
e assim fotografa HUS MANO,
e manda pros analistas...
Dá licença ,minha gente,
que esse lobo vai chegar,
um homem de sangue quente,
debaixo do chapéu a suar:
de longe,vem insistente...
Em vez de tirar retrato
de ricaços e patricinhas,
ele quer,mesmo,de fato,
é flagrar as avezinhas
que trinam aqui no mato
e brilham até sozinhas...
Batam palmas,meus brincantes,
os calcanhares,no chão,
cantem com vozes possantes,
que a história não some não,
na Conga,cês são vibrantes,
não negam a persussão...
O Llobus vamos saudar,
a esse passarim de orelhas,
seus feitos vamos cantar,
que,simples quais as ovelhas,
é capaz de nem ´pensar
quando as fotos dão nas telhas...
-Se achegue,venha até nós,
ô seu menino Marquinhos,
sacuda todos os pós ,
descalce seus chinelinhos,
desate nossos cipós,
sente com seus amiguinhos...
-Óia Marco,vou lhe contar,
a histórias das minhas dores,
meu pigarro vai roncar,
mais cê num é que nem dotores,
nos calos,não vai pisar,
vai é cantar com cantores...
-Entre na roda dos versos,
que ocê também toca viola,
esquece os homes perversos
-sei que trouxe na sacola
uns apetrechos diversos
que não lhe deram na escola...
-Com pinga,molhe a garganta,
que o povo todo quer ver,
quer ouvir a voz que planta
a verdade em cada ser
com cada foto que canta...
Se um oferece um banquinho,
puxam-lhe a manga os meninos,
a patroa faz cafezinho,
até mesmo os mais sovinos
sorriem como carinho...
E ele fica,bem contente,
vai ficando,vai ficando...
Tenho de parar,ô gente,
de comentar,vou parando,
senão,só paro,na frente...
Aplaudo aqui,esse amigo,
que a roupa do pobre veste,
que é testemunha de umbigo,
que vai parar num agreste,
fotografar o que digo,
por mais que o sol a tez creste...
Marco:pode ser que depois melhore o cordelzinho,mas fiz direto na telinha e para dar vazão à alegria de ver mais um HUS MANOS,querendo sempre ser sua mana,meu irmão!
Meio de brincadeira,mas com muita seriedade,aí vai...
Clevane pessoa de araújo Lopes
Bh,22 de abril de 2oo6