O dia que conheci o mar
Foi a coisa mais impressionante que eu vi
Aquele mundaréu de água espumando
Fazia uma zoada, uma brabeza arretada,
Eu de longe, com medo, só espiando...
Nunca imaginei vê tudo aquilo de graça
Falaram que num é de beber, é salgada,
Mas que é bonito ver ele indo e voltando...
Ganhei confiança e cheguei mais perto
Pisei na areia fofa e quente... Mais é bom!
Tinha uma ruma de pessoa quase nua
Meio deitada, ficando com a pele marrom,
Uns rapazes jogando um futebol estranho,
Com uma rede alta, precisa ver o tamanho!
É o futevôlei, que naquela praia, dita o tom.
Mais o que me impressionou, na realidade,
Foi olhar o azul, bem longe, no infinito,
Não sei se era do céu, do mar, verdade,
Ou mentira... Se o que diziam era mito
Só sei que aquilo tudo me pegou de jeito
E depois desse dia, lá no fundo do peito,
Não sei viver mais, sem antes, ver teu agito.
Agito que digo é que me fez voltar a amar
Á natureza, a beleza da vida, o Criador...
De ver a rapaziada de prancha a surfar,
Os casaizinhos alegres, desfrutando do calor,
O sol brilhando de dia, a lua quase escondida,
Eu fiquei anestesiado e decidi naquele dia
Mesmo, mudar pro mar e encontrar um amor.