O bolsa-vaselina

O bolsa-vaselina

Miguezim de Princesa

I

Sem ter mais o que doar,

O Governo da Nação

Resolveu, virando os olhos,

Gastar mais de R$ 1 milhão,

Doando para os viados

Bolsa-lubrificação.

II

Quem tem o seu pode dar

Da forma como quiser,

Seja feio, seja bonito,

Seja homem ou mulher,

E tem de agüentar o tranco

Da forma como vier.

III

O Governo Federal,

Que em tudo quer se meter,

Decretou que o coito anal

Tem mas não pode doer

E o Bolsa-Vaselina

Surgiu para socorrer.

IV

Quinze milhões de sachês:

A farra está animada!

Vai ter festa a noite inteira,

Até mesmo na Esplanada,

Sem ninguém sequer sentir

A hora da estocada.

V

Coitada da prega-mãe,

Vai perder o seu valor,

Pois é ela quem avisa

Na hora que aumenta a dor

E protege as outras pregas

De algum violentador.

VI

O governo quer tirar

Do gay a satisfação,

Como mulher sem prazer

(Fonte de reprodução),

Porque tanta vaselina

Vai tirar a "sensação".

VII

- É para reduzir danos

- Defende logo um petista.

Porque na hora do coito

Dá um escuro na vista

E a dor é tão profunda

Que eu sinto dó do artista.

VIII

- Mas tu já desse, bichim?

- pergunta Zé de Orlando.

O governista sai bravo,

Dando coice e espumando,

Pega o "rabo de cavalo"

E sai no dedo enrolando.

IX

O Brasil é mesmo assim:

Prostituta tem prazer,

Vagabundo tira férias,

Se trabalha sem comer

E quem dá o ás-de-copas,

Dá mas não pode doer.

X

O governo resolveu

Dar bolsa pra todo mundo

E criar um grande exército

De milhões de vagabundos

Só faltava esta bolsa

De vaselinar os fundos.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 29/01/2009
Código do texto: T1411702