O FIM DOS OCEANOS

Reportagem da semana

Da Superinteressante

Muito estarrecedora

E nos preocupa bastante,

Mostrando nossos oceanos

Como plástico flutuante.

Grande barulho nos oceanos

Devido a bastantes navios

Nos ouvidos da baleias

Vem causando enormes desvios,

que estão ficando surdas

e perdendo até os cios.

Elas usam a audição

Na sua busca por comidas,

E de parceiros sexuais.

Não podendo ser ouvidas

Passam a vagar no oceano

Sem qualquer rumo perdidas.

Mares não são infinitos

E são depredados demais

Pesca indiscriminada,

Poluição e tudo mais.

A não conscientização

Das populações mundiais

Deles fazem um lixão,

E todo peixe sumir.

Se não houver providências,

Nossos olhos não se abrir,

As futuras gerações

Terão um triste porvir.

No mundo de atrocidade

Tem o povo do Japão,

Com sua pesca predatória,

Sido um grande vilão

Na busca do atum-azul,

Até mesmo de avião,

E desse peixe dizimou

Toda sua população

No Oceano Pacífico.

Pra uma outra região

Está se voltando agora

Pra causar nova extinção.

São mil e quinhentos navios

Só no Mar Mediterrâneo.

Grana da União Européia,

Incentivo consentâneo

Dão ajuda ao Japão,

Aquele país forâneo.

No longínquo Canadá

Acabou-se o bacalhau.

Na Inglaterra a arraia

Também já foi para o pau.

Isso sem se falar do arrasto

Que faz estrago infernal.

Segundo alguns cientistas

Iscas de nossos avós

É o que comemos hoje.

Em breve estamos sós,

Pois destruído, o mundo

não terá nem arriós.

E logo a água-viva

Será a nossa comida

Pois dos oceanos estamos

Acabando com sua vida.

Porque até tampa plástica

Por peixes é ingerida.

Três milhões de toneladas

De lixo estão espalhadas

Próximo do Havaí.

Nações estão arrasadas

Na Antártida nem se fala.

Fauna, flora dizimadas.

A tudo isso se somam

Esgoto e fertilizante,

Que nos mares são jogados

De forma bem degradante.

Vazamento de petróleo

É ainda mais inquietante.

Dá o tráfego naval

Também suas contribuições

Passageiros clandestinos

Levados em seus porões

Contaminam outros mares

Aumentando as destruições.

A flotilha de cargueiros

Dentro de seus porões

Sete milhões de espécies,

Dentre elas os vibriões,

Transporta mundo afora

E também os mexilhões.

Nos Estados Unidos,

Um tipo de mexilhão,

Que veio da Rússia distante,

Faz grande devastação.

Só com a internet

Em dólares, um bilhão.

Os animais são levados

Dentro do lastro de navios

Que ao saírem de um porto

Se eles estiverem vazios

Os tanques são cheios de água

pra diminuir seus rodopios.

Ao se chegar noutro porto

A água é toda escoada

Com isso a água local

É logo contaminada

Por criatura estranha que

Não pode ser dizimada,

Porque não tem predador

Pra criatura transportada.

Vírus se espalha, bactéria

No planeta é lançada,

Contribuindo desta forma

Pra aumento desta empreitada.

A cada ano os oceanos

Ganham enormes desertos.

Locais sem fotossíntese

Que de preto são cobertos.

Pois de entulho ficam

Quase todos encobertos.

Cor do banco de corais

Já está ficando branca.

A água do mar mais quente

Toda sua beleza arranca.

Pra sua total destruição

Não existe mais travanca.

Salvar o nosso planeta

É a coisa mais urgente

Isso só será possível

Se aqui tiver menos gente.

Controlar natalidade

É a solução presente.

A super-população

É corrida suicida,

Mas só ouvimos falar

Em qualidade de vida.

E se não tivermos água,

Ou mesmo qualquer comida

Não devemos esquecer

Do ar que nós respiramos

Totalmente poluído

Com que nos intoxicamos,

Da maneira como agimos

a nossa cova cavamos.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

PACOTI, JANEIRO2009.