Feridas doídas,Feridas curadas,feridas sentidas,feridas vividas
Não sei escrever um cordel
Mesmo que tenha um anel
Para enfeitar minhas rimas
Carrego nos meus versos
Um pouco da alma menina
Perdida em meus pensamentos
Não quero cantar meu lamento.
As feridas tornaram-se amigas cicatrizes
E quando as esqueço perdidas
Elas voltam como loucas meretrizes
Não entendem que foram banidas
Da vida minha, minha vida
E retorcem meu interior
E caio por terra esquecida
Ah! Ferida bandida.
Elas voltam uma após a outra como flor de maio
A arder em minha carne
A transpassar como um raio
A corroer-me como doida
Assassina de prazeres
A rir de meu calvário
Ah! Insana ferida bandida
Na escola da insensata vida
Fez-me sentir dores colossais
Por tantas vezes acreditei que estavas sumida
E voltaste como dores sobrenaturais
Insana e perversa
Eternas feridas abertas
A não ouvir os meus ais.
Ah!Horrível ferida bandida
Que viraram seres a esconder o cantar
A retirar meus prazeres
A não deixar-me voar
Criaram tal fúria
Que esqueci meus deveres
Por horas até enxerguei
Teus olhos de cor purpúrea
Ah!Adorável ferida bandida