ARRENDAMENTO
O vento que te assanha
Vem e me acaricia
Aliviando a sanha
De não te ver neste dia
E quando em brisa se amansa
Derrama em mim a lembrança
Dos traços do teu sorriso
Do teu olhar penetrante
E do teu cheiro marcante
Que me acalanta o juízo
E eu te arrendei o meu peito
Lucrando em felicidade
Mas cuide dele direito
Já que plantaste saudade
Pois essa monocultura
Mata o solo em que apura
Se não for sempre regada
Com as águas dos desejos
E adubada com beijos
Da lavradora amada!