Não dê as costas pra mim...

Lembra daquele tempo?
Em que corrias pra mim...
Leve e livre... Pena ao vento
E, hoje... tadinha de  mim!
Não querias me soltar,
parecendo um beija-flor...
Teu bico  a me sugar,

Pobre deu,  a me doar 
sem comer, sem  sentir  fome,

Por causa do bicho-homem!  
Hoje, não queres me olhar...


Meu pai sempre de olho...

Pigarreando atrás de nós

Não podíamos ficar a sós.
Mãe pra lá e pra cá...

Sempre a nos vigiar!
Nem assim conseguiu,
impedir de  tu me embuchar!
No começo era tanto sono...
Querendo cedo dormir,
agora, subo pelas paredes,
e, deitas de costas pra mim!

 

Parece que nada sou tua!

Lembro do início de tudo...

Quando  olhando pro céu

E, fingindo nada saber...

Assim, perguntava pra ocê:

O que é que brilha no céu?

– Oh! Amor... É a lua...

Tentei reviver o passado,

fiquei com cara de tacho

quando tu disse:  – Ó diacho!

Tu não sabes que é a lua?

 

Não tem mais jeito pra nós!

Olho por baixo dos lençóis...

Triste é a visão: cadê a tal ereção?

Deu cupim no teu mastro...

Que faço com minha bandeira?

Antes o pau tinha  fogo...

Agora virou bananeira!

Tem que haver solução,

cansei de ficar na mão!

Palpita meu coração...

Não estou de brincadeira!




EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 29/11/2008
Reeditado em 16/10/2009
Código do texto: T1309209
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