TIMBAÚBA, PRINCESA SERRANA II

Lá na feira da galinha

Transitam carros de mão

Cruzando o pontilhão

De um lado a outro da linha

E quando bate à tardinha

Por entre apitos lá vem

Sem esperar por ninguém

Rasgando a pele da rua

E uns meninos da lua

Pegam bigú sobre o trem

Se tá moendo a usina

E pressagio de fartura

Que a cidade fatura

Quando a colheita termina

E o suor que germina

Da pele do corta-cana

Vira Tum-tum, vira grana

Vira comida, cachaça

Vira dinheiro na praça

Que o comercio inflama

E o artesão manuseia

Com toda sua destreza

Os fios que dão a beleza

E um cochilo saneia

No seu tear forma a teia

Que do sono mata a sede

Bastando ter na parede

Um armador ou corrente

Dando a sustança inerente

Ao balançar d’uma rede

Já quando é carnaval

Os moleques endoidecem

Pois dos morros eles descem

Em um furdunço geral

E a meninada distal

Num pique se aproxima

Insultam a catirina

Puxam o rabo dos bois

Que rodando em “ais” e “ôis”

A liberdade termina!

E ante as águas do rio

Capibaribe Mirim

Por Pedras e catabim

Essa cidade emergiu

Lá dos Mocós se expandiu

Virou princesa serrana

Dos bois, das redes, da cana

Oh Timbaúba altaneira

Tu sois a musa primeira

Que o me peito proclama!