Este dueto surgiu de um comentário deixado em minha página, pelo poeta Airam Ribeiro, para o texto "Juras Falsas".




"A SOGRA"
(Airam Ribeiro)

 

A minha sogra min jurô

Qui nun ia mi pertubá,

Logo qui o padre se mandô

Ela cumeçô resmungá.

 

Largô logo seu marido

Porque amava muito a filha

Foi percurá outro abrigo

Veja só qui maravilha.!

 

Jurô dexá nois sozin

Nas ora do gosta gosta

Mais na ora do nosso bonzin

Ela dava batida na porta.

 

Com essa sogra porreta

Com esse pesadelo eterno,

Nun percizo de capeta

Pra min cutucá no inferno.

 

 

Quem quizé minha sogra eu dô, inda pago pra levá. Beijos

 

Airam Ribeiro

 
***



"XÔ, URUBU!"

 (Hull de La Fuente)

Meu cumpadi eu lamento

A sogra que ocê ganhô

Pió do que cão sarnento

O capeta a recusô.

 

O padre saiu correno

Logo após o casamento

D’ água benta se benzeno

Pois a véia era um tormento.

 

Nem a fia ela poupô

Na noite di aligria

Quase a porta si arriô

Do tanto quela batia.

 

Ela é fia do tinhoso

E afilhada do capeta

Tem parti cum pedregoso

Ó veia ruim e ranheta.

 

Num dia de ventania

A carregô o caipora

O genro di aligria

Canta filiz inté agora...

 

Hull de La Fuente


***



A SOGRA, O RETORNO...
     (Airam Ribeiro)


Gardeço o lamento
Da sinhóra boa cumadi,
Essa sogra é um tormento
Deu azá o seu cumpadi.

O padre só foi pará
Aquela sua correria,
Quando cumeçô a cansá
Depois qui paçô treis dia.

Eu vô dizê mais o meno
O qui é qui penso dela
Capeta é café pequeno
Já caiu na sua esparrela.

Nun teve pena da fia
Impatano o divertimento
Inda num tivi essa aligria
Cum essa sogra eu nun agüento!

Cum aquela ventania
Qui o caipora mi deu comporta
Logo cabô minha aligria
Ele mandô a sogra de vorta.


 


***

Muié é fia da sogra...

(Hull de La Fuente)

Eu num sei o que dizê

Diante dessa disgraça,

Sua sogra aparicê

Pra continuá na pirraça.

 

Meu cumpadi acridite

Sua muié vai resorvê,

Ou si livra do arribite

Ou separa di ocê.

 

Si o casamento não passa

De pura tapiação

Ela vai dizê na praça

Qui num tem consumação.

 

Toda fia, meu cumpadi,

Cum a mãe tem parecença

Num quero fazê alardi,

Ocê suporta a sentença?

 

Si nem o capeta quis

A sogrinha jararaca

Ocê a pega a infiliz

E a joga na cloaca.

 

 ***



A poetisa e parceira do Sexteto, Rosemeri Tunala,  veio emprestar solidariedade ao cumpadi Airam Ribeiro. Ouçamos seus conseios:



Meu queridu amigu Airão
Tenhu pena di ocê
Pois ocê é homi bão
Num mereci ancim sofrê.

I vô li dá uns concêio
Uma sogra ancim danada
Só causa aperrêio
Pió qui mula impacada.

Intonci dá logu um jeito
I si livra dessa véia
Qui im tudo põe defeitu
I apoquenta as idéia.

 
***

Meu cumpadi Airam, num dianta, ocê devi di largá essas duas. São duas praga na sua vida. 

 
Mais a véia é um tormento
Du’a pirraça dun tamanho,
Apariceu nu justo momento
Qui nóis tava tumano banho.

Quando as coisa tava na hora
Oia quem aparece nessa horinha!
Vô falá procê bem agora
Pois nun é qui foi a sogrinha!

Mais larguei a minha muié
Cá fora tem muié de sobra
Fui morá longe nun cabaré
E a fia foi vivê cum a sogra

Tava lá eu cum u’a quenga
Quando a sogra apareceu
Arrumô uma perrenga
Qui o cabaré estremeceu.

Me ciumá ela danou
Nunca vi sogra ciumenta,
Eu vortei pro meu amô
Por causa da sogra nojenta.

Mais aí logo astuciei
E larguici mais a cama
Cum as duas eu drumo no mei
Ancim ninguém mais recrama.

Agora é eu qui tô na bronca
Na hora qui vô drumí
Muito arto a sogra ronca
Ninguém pode cuxilá ali.

Minha sogra é um carrapato
Nun desgruda mais deu não
Qui distino mais ingrato
É o jeito buscá meu sogrão.

***


O cumpadi Jacó inté qui veio dizê sua opinião. Iscuita ele, sô.

Quem tem uma sogra ancin, 
Num percisa de castigo
Acredite, isso é o fim,
 Inté mermo pro maldito.

Jacó Filho
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 19/11/2008
Reeditado em 10/12/2008
Código do texto: T1292341
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