Só restou o pano da bandeira

Por Airam Ribeiro

Bandeira que desfralda

Não fique no teu acalanto

Desce e venha enxugar

Nossos derradeiros prantos

Desamarre deste mastro

E nos tire desse canto.

A escuridão é intensa

E os teus filhos se perderam

Teu verde não é mais verde

Ante o fogo se arderam

E a tua bacia fluvial

Os poluidores beberam.

Teu branco não representa

A paz tão almejada

As drogas que adentraram

Deixa tua gente apavorada

E cada dia está crescendo

A violência malvada.

São muitos os corruptos

Desejando o teu ouro

Que as manchas do amarelo

Simboliza nosso agouro

E a ganância pelo poder

Levam-nos ao matadouro.

Teu azul já não representa

Nem o céu nem o mar

As estrelas estão morrendo

Já pararam de cintilar

Na tua ordem e progresso

Não podemos mais pensar.

Há desordens em tuas camadas

Que a gente já não agüenta

O progresso simboliza

O desemprego que aumenta

E lá fora nossos vizinhos

É o que mais se comenta.

Teus filhos são emigrantes

Em busca do alimento

Já procuram em outras pátrias

O motivo do sustento

E de lá vivem torcendo

Pelo desenvolvimento.

Deverias ter outra cor

Pra simbolizar tanto imposto!

São muitos ó bandeira

Estamos com desgostos

Desça daí deste mastro

E traga-nos um conforto.

Para que tu serve bandeira!

Ah! Mas ainda tens o pano!

Enxugai as nossas lagrimas

Não somos mais soberanos

Não podemos mais acreditar

Nestes políticos levianos.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 19/11/2008
Reeditado em 19/11/2008
Código do texto: T1292307