EM TEMPO DE ELEIÇÃO

Sempre é bom para o Brasil

a época de eleições

para todos os seus problemas

surgem logo soluções.

Veja que até a dengue

saiu das comunicações.

A cada dois anos temos

uma eleição diferente.

Num ano para prefeito.

Noutro para presidente

também pra governador;

pra senador e suplente.

Candidato que promete

com a fome acabar

Outro que até promete

as mulheres restaurar.

Escolas em abundância

aqui em todo lugar.

Passadas as eleições,

fodam-se as promessas.

E tudo volta ao normal

E o povo que se despeça

das promessas recebidas;

não querem mais conversa

As ruas vão continuar

todas com muitos buracos,

por que aquele bom candidato

logo se torna um velhaco.

Pra curtir sua posição

vira grande puxa-saco.

Não pode cumprir as promessas;

tem dívidas de campanha,

com seus patrocinadores,

e se não pagar apanha.

As dívidas são tão grandes

bem maior que uma montanha.

Mas eleito o candidato

é curtir a posição.

Esquecer-se do povo

que o chamará de ladrão.

Mas terá os bolsos cheios

sem qualquer preocupação.

De novo se preparar

para próxima eleição.

Pra enganar outra vez

inventam novo jargão.

Dizer até ser mentira

a sua fama de ladrão.

Assim segue nossa vida:

mentira democrática

pra enganar o povo

sempre a mesma tática.

E a coisa dá tão certo

que nem mudam de prática.

Com conivência da imprensa

No tempo de eleição

Escondem nossos problemas

Saúde e falta de pão.

Passam a concluir obras

E tome inauguração.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, NOVEMBRO/2008