Arte da minha vida

Confesso não entender de arte

Quando é dessas de salão:

Reúne um monte de gente

E já começa a discussão.

O povo enxerga d'um jeito,

O guia explica à procissão.

Na moldura, papel rabiscado

- que penso: "não vale um tostão"

É rabisco de "homi" educado

Então, já vale um milhão!

Arte p'ra mim foi a vida

Que ensina, querendo-se ou não.

Pergunta o porquê do pretérito?

Carece de explicação?

Tem gente pagando por "arte",

Outros, por calo na mão.

Passei minha vida na "lida",

Pense que reclamo não!

Foi vida difícil e 'tou velho

Mas vivi foi com paixão!

E conto hoje a aventura

Que, moço, vivi no sertão.

É do anjo de candura

Que um dia me estendeu a mão.

Tinha cacho dourado e asinha

Até lira, tenho impressão.

Foi quando falei "pára tudo!"

E fui ter com a criação.

Pedi a Deus pela anjinha

Expliquei minha aflição.

E Ele, com sua bondade

Permitiu nossa união.

Desde então minha florzinha

Comigo divide o colchão.

Lucas Ferreira de Almeida
Enviado por Lucas Ferreira de Almeida em 31/10/2008
Reeditado em 14/12/2018
Código do texto: T1257487
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