O BOTO SOLITÁRIO

Sendo um boto trovador

Sinto-me bem amargurado

Tinha uma musa mineira

Com quem estava arrumado

Pois, eram tantos carinhos

Que fiquei mal acostumado!

Poetisa Mira Ira, minha musa

Dia desses me abandonou

Me deixou aqui tão triste

E solitário ainda eu estou

Planejando fazer uma viagem

E já sei pra onde eu vou!

Saindo daqui do Rio Jucu

Estou pensando em nadar,

Entrando no Oceano Atlântico

Em Itapemirim logo chegar,

Seguir até lá em Cachoeiro,

E naquela cidade eu morar!

Sei que estando em Cachoeiro

Mesmo se houver poluição,

Dentro do Rio Itapemirim

Não correrei perigo não

Sendo o único boto do Sudeste

Posso ser motivo de atenção!

Não acho muita pretensão

Pois em Cachoeiro tem alguém

Que é amiga dos animais

Até pra um pardal faz o bem

Falo de uma bela poetisa

Que ama os botos também!

Ficarei embaixo duma ponte

Na entrada daquela cidade

Talvez, a poetisa bondosa

Me faça uma grande caridade

Jogue pra mim, algumas frutas

Sendo principal, a fruta da amizade!

Estou fazendo uma previsão

Da minha chegada em Cachoeiro

Não será no próximo ano

Muito menos em fevereiro

Será agora mesmo, nesse mês

Se a estiagem não chegar primeiro!

Pedrinho Goltara
Enviado por Pedrinho Goltara em 11/10/2008
Código do texto: T1222910