O BOTO SOLITÁRIO
Sendo um boto trovador
Sinto-me bem amargurado
Tinha uma musa mineira
Com quem estava arrumado
Pois, eram tantos carinhos
Que fiquei mal acostumado!
Poetisa Mira Ira, minha musa
Dia desses me abandonou
Me deixou aqui tão triste
E solitário ainda eu estou
Planejando fazer uma viagem
E já sei pra onde eu vou!
Saindo daqui do Rio Jucu
Estou pensando em nadar,
Entrando no Oceano Atlântico
Em Itapemirim logo chegar,
Seguir até lá em Cachoeiro,
E naquela cidade eu morar!
Sei que estando em Cachoeiro
Mesmo se houver poluição,
Dentro do Rio Itapemirim
Não correrei perigo não
Sendo o único boto do Sudeste
Posso ser motivo de atenção!
Não acho muita pretensão
Pois em Cachoeiro tem alguém
Que é amiga dos animais
Até pra um pardal faz o bem
Falo de uma bela poetisa
Que ama os botos também!
Ficarei embaixo duma ponte
Na entrada daquela cidade
Talvez, a poetisa bondosa
Me faça uma grande caridade
Jogue pra mim, algumas frutas
Sendo principal, a fruta da amizade!
Estou fazendo uma previsão
Da minha chegada em Cachoeiro
Não será no próximo ano
Muito menos em fevereiro
Será agora mesmo, nesse mês
Se a estiagem não chegar primeiro!