Um oi pra Ivete Sangalo

Fui buscar lá na Internet

Uma coisa pra comprar

Vi um ótimo canivete

Coisa boa pra cortar

Era um presente pra Ivete

Que eu estava a procurar.

Nos caminhos desta vida

Ela canta com altivez

É a cantora mais querida

Do mundo do era uma vez.

Nunca bebi sua bebida,

Mas já vi a sua nudez.

Ela tem tudo divinal

Sua escultura irreal

Me fazendo um animal,

Vidrado no seu visual

É uma loucura brutal.

Belo corpo sensual.

Se ela me manda um e-mail

Corro pro computador,

Penso que não sou tão feio

Eu também sou cantador

Digito e levo pro correio

A minha canção de amor.

Quando ela rebola e canta

Seu gingado de moleca

Me contagia e me levanta

Fico de olho na boneca

Que mais parece uma santa

Mas que continua sapeca.

Vou ver lá no bate-papo

Se a gatona já chegou.

Entrei com o nick de Sapo,

Vamos ver se ela gostou.

Se não gostar do meu papo

É porque o gato dançou.

Pelo visto no visor

Ela está posta em sossego

Vou procurar um doutor

Pra cuidar deste mancebo

Que está morrendo de amor.

Amor e dor de morcego.

A beleza visual

Exposta e vista na tela

Me faz lembrar um sarau

Nunca vi coisa mais bela

Lua, nua, caminho letal.

Me perdoe! Ela é irreal.

Sua beleza transfigura

Minhas imagens na tela

É uma pena que não dura

Mais que um beijo de novela

Aquela imagem mais pura

Reverenciada e bela.

Conheço e sei dos seus feitos

De cantora do povão

Nunca tive os seus defeitos

Batendo no meu coração.

Grito e bato no meu peito

Quando ela canta no sertão.

Depois do fim do mundo

Lá nas terras emprestadas

No recanto mais profundo

O cantador vai pra estrada

Esperar o raiar do mundo

Pra escutar a sua balada.

Lá não tem a graça, Sangalo

Mas tem muito cantador

Tem uma ave chamada galo

Que canta no interior

Canta lá no alto das galhas

Pra chamar Nosso Senhor.

Lá não chegou a internet

Mas já estão informados

Das bravuras da Ivete.

Já estou até mais animado,

Vou vender o canivete

Vou mandar mais um recado.

Lá no sertão da Paraíba

Todos cantam o forró

É a música preferida

Da Elba, do forrobodó.

A que nunca foi traída,

É mulher de um homem só.

Sonho. E que felicidade!

A cantoria na caatinga

Com estas duas beldades

Ia ser que nem urtiga,

Rala e rala de verdade

Muita coceira e cantiga.

Ao som da minha viola

Com acordes de improviso

Cantando de hora em hora.

Eu ia ficar um nego liso.

Você ouvindo a vitrola

E eu, no mais belo sorriso.

Já mandei um novo recado

Foi pro Cristo Redentor,

Me mandar mais um pecado,

Se eu não levar uma flor

Se eu não ficar animado

Se eu não morrer de amor.

Vou pegar uma rabeca

Uma viola e os versos

Vou cantar para a Rebeca

Um cantado no reverso

De um verso do Maneca

Só pra ver o seu inverso.

Já estou no fim do Cordel

De versos livres rimados

Cansei de ser fiel

Aos meus versos decantados

Pra ser o mais infiel

Cantador deste bordel.

Canto pra não esquecer

Da Ivete, que tanto amei.

Na internet, que me fez ver.

Que se quiser, serei um rei.

Se muito estudar e ler

Os Cordéis que ainda sei.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 10/03/2006
Reeditado em 20/07/2013
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