VIOLEIRO BOM DE BRIGA
Eu, sendo um bom violeiro
Viajei o mundo inteiro
Cantei até no Japão
Quando voltei pro nordeste
Pedi que meu Deus me desse
Um amor pro coração
Viajei ao redor do mundo
Cantei tão lindo e profundo
Que calei a multidão
E o que mais procurava
Nunca pensei que se achava
Bem aqui no meu sertão
Num forró vi numa mesa
aquela linda francesa
Perdi a respiração
Seu cabelo arrepiado
Era igual pelo de gato
Acuado pelo cão
Fui chegando de mansinho
Dei o bote e rapidinho
Segurei a sua mão
Perguntei o nome dela
Já pensando em Rafaela
Ela disse: É João!
Eu não sou de correr de briga
Sou valente e lutador
Mais essa luta de espada
É pra você meu camarada
Que se ri do cantador.
Fui saindo de fininho
E me sentei num banquinho
Lá no fundo do salão
Me entregando à “branquinha”,
Conhaque e cervejinha
N’unstantin tava doidão
Pé de valsa e mulherengo
Tava carente de um dengo
Fui dançar com conceição
A poeira levantava,
A sanfona castigava
E eu ia passando a mão.
Fui alisando suas costa
Do jeitinho que elas gosta
E foi me dando uma aflição
Um calafrio me subia
Eu apertava e ela torcia
Querendo a consumação
Eu já todo se querendo
Quando um “troço” foi crescendo
Lá na baixa “região”
Foi quando perguntei pra ela:
_Tu conhece a Rafaela?
Ela me disse:
É meu irmão.
Vixe! eu não sou de correr de briga
Sou valente e lutador
A confusão tava formada,
A batalha foi travada
E quem ganhou
Foi o amor.