VIOLEIRO BOM DE BRIGA

Eu, sendo um bom violeiro

Viajei o mundo inteiro

Cantei até no Japão

Quando voltei pro nordeste

Pedi que meu Deus me desse

Um amor pro coração

Viajei ao redor do mundo

Cantei tão lindo e profundo

Que calei a multidão

E o que mais procurava

Nunca pensei que se achava

Bem aqui no meu sertão

Num forró vi numa mesa

aquela linda francesa

Perdi a respiração

Seu cabelo arrepiado

Era igual pelo de gato

Acuado pelo cão

Fui chegando de mansinho

Dei o bote e rapidinho

Segurei a sua mão

Perguntei o nome dela

Já pensando em Rafaela

Ela disse: É João!

Eu não sou de correr de briga

Sou valente e lutador

Mais essa luta de espada

É pra você meu camarada

Que se ri do cantador.

Fui saindo de fininho

E me sentei num banquinho

Lá no fundo do salão

Me entregando à “branquinha”,

Conhaque e cervejinha

N’unstantin tava doidão

Pé de valsa e mulherengo

Tava carente de um dengo

Fui dançar com conceição

A poeira levantava,

A sanfona castigava

E eu ia passando a mão.

Fui alisando suas costa

Do jeitinho que elas gosta

E foi me dando uma aflição

Um calafrio me subia

Eu apertava e ela torcia

Querendo a consumação

Eu já todo se querendo

Quando um “troço” foi crescendo

Lá na baixa “região”

Foi quando perguntei pra ela:

_Tu conhece a Rafaela?

Ela me disse:

É meu irmão.

Vixe! eu não sou de correr de briga

Sou valente e lutador

A confusão tava formada,

A batalha foi travada

E quem ganhou

Foi o amor.

Paulinho Freitas
Enviado por Paulinho Freitas em 01/10/2008
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