VAREJO & ATACADO
Quando a carência aperta o peito
É quando bate a falta de um ninho
De um chamego, um abraço, um carinho
Duma pareia que esquente seu leito
E sendo assim não importa os defeitos
Se o sentimento é bem graduado
Com coração que é bom de farejo
Só paquerar pode ser no varejo
Mas pra amar tem que ser no atacado
Certos momentos ficam na lembrança
Como um prêmio por uma vitória
Feito a cabocla que para e lhe olha
Com um sorriso que a raiva balança
E a piscadela na pista de dança
O bilhetinho recém rabiscado
De guardanapo, contendo o recado
Que se arremata na forma de beijo
Só paquerar pode ser no varejo
Mas pra amar tem que ser no atacado
E alguém me diga se estou perjurando
Ou se falei alguma babaquice
Pois esse mundo tá cheio de “missi”
E inda assim sai homem se pegando
Justo por isso tem mulher sobrando
E me ensinaram quando educado
Que estragar comida é pecado
E é por isso que como as que vejo
Pois paquerar pode ser no varejo
Mas pra amar tem que ser no atacado