O que eu ví na xilogravura de Samico
Convite para uma ciranda poética
em torno de uma gravura de Samico
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Airam Santana Ribeiro - Itanhém Bahia
No diálogo de dois amantes
Vejo a mulher simples e bela
Desfazendo uma querela
Com seu bem naquele instante
E ele mostrando elegante
Vendo os répteis tão enrolados
Foi explicando com cuidado
Para aquela companheira
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado.
Suas idéias representando
Pelos dois astros do poder
A lua está vendo o escurecer
Com a sombra se aproximando
E o quarto minguante formando
Deixando o mar calmo e parado
Ficando assim tão controlado
Sem as ondas na corredeira
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado.
Acima do homem está
O outro poder poderoso
É o astro rei muito formoso
Formando o eclipse solar
A sombra da lua a avançar
Vai deixar tudo nublado
E os dois estão lado a lado
Conversando sem brincadeira
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado.
Abaixo estão dois pavões
Entre eles a estrela de Davi
Representando guiar ali
Aqueles dois corações
Que pensam em tomar decisões
Se vão ficar namorados
Frente a frente e não colados
Os dois estão na visão certeira
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado.
No começo eu identifico
A serenidade que está no mar
Também vejo o cisne a boiar
Vomitando água pelo bico
De novo a olhar eu fico
Que o casal não estão molhados
Ela de cabelos alongados
Ele com pouca cabeleira
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado.
21/08/2008