CORDEL DE INICIAÇÃO AO CONHECIMENTO DA DOUTRINA ESPÍRITA
Em versos cordelados,
Tentaremos esclarecer,
O que há de mais básico
Da doutrina do renascer.
Espiritismo revelador
Mostrando a morte, ser viver.
E quem “morrer” verá.
Mas antes pode ver,
Basta a fé raciocinada,
E a doutrina conhecer.
O consolador Prometido
Que Jesus fez prometer:
“Eu rogarei ao pai
E Ele certo vos dará,
Um outro consolador
Que convosco viverá,
O Espírito de Verdade,
Entre vós breve estará.
Embora não o vês,
O mundo não receba,
Ele habita convosco,
Mesmo se não percebas,
Mas vós o conheceis”.
Dessa fonte agora beba!
O espiritismo esclarece:
Quem afinal é você!
O que você eras mesmo,
Antes de nascer!
Porque tá nesse mundo,
E a razão do sofrer.
Pra onde irás
Quando morrer?
Essa e outras respostas,
Leia e vá conhecer.
No Livro dos Espíritos,
Que muito tem a dizer.
Outros são os livros,
Obras da codificação.
Que um célebre educador,
Recebeu por comunicação,
Do Espírito de Verdade,
Que trouxe a revelação.
Espiritismo é uma doutrina,
Pelos espíritos revelada,
Allan Kardec, o pesquisador,
A deixou codificada,
Isso em 1857,
Na França bem culturada.
Espiritismo é ciência,
E também religião,
Ainda é filosofia,
Sob a luz da razão.
Esclarecendo com lógica,
E fundamentação.
Fenômenos espíritas,
São fatos naturais,
A doutrina explica,
Sobre isso e muito mais.
Que nossa incompreensão,
Classifica como anormais.
Espiritismo não é religião,
No sentido tradicional.
Não há cerimônias,
Ou chefe sacerdotal,
Sem templos suntuosos,
Ou qualquer ritual.
Louvação sem ladainhas,
Sem luxos ou benzimentos,
Não existem reverências,
Nem adota fardamentos,
Se faz com simplicidade,
O culto do sentimento.
Onde impera o amor,
Ao nosso semelhante,
A caridade é permanente,
Trazendo paz gratificante,
Daí o bem ser propósito,
E a ajuda ser constante.
Cultua-se Deus,
Por sua onipotência.
Causa primaria de tudo.
Suprema inteligência.
O Pai, o Criador,
Da nossa existência.
Que não morre ou cessa,
Diz a lei de evolução.
Com a alma imortal,
Que pela encarnação,
Persegue o cume moral,
Com amor e boa ação.
Pois nasce o espírito,
Simples e ignorante,
Criando e decidindo,
Seu destino adiante,
Pelo livre arbítrio,
Evitando ser errante.
D’uma série pra outra,
Tal como numa escola,
Vamos todos passando,
Mas aqui não vale cola.
Só mesmo reencarnando,
O espírito, enfim, decola.
“De ano” passa aquele,
Que procura evoluir,
Buscando justo viver,
Seu modo de existir.
Fazendo por merecer,
Lugar melhor pra "residir".
Progresso não se resume,
Em avanço intelectual,
Só aproxima de Deus,
A progressão moral.
Quando cérebro e coração,
Têm no bem o ideal.
A estada aqui na terra,
É breve e passageira,
Ela vai continuar,
Em outras trincheiras,
Depois viramos anjos,
Por toda vida inteira.
“Na casa do meu Pai,
Há muitas moradas”
Assim se referiu Jesus,
A vida “desencarnada”.
Em outras dimensões,
Igualmente povoadas.
Existem vários mundos,
Alguns mais superiores.
Outros, como o nosso,
Ainda são inferiores.
Onde a vida precisa,
Se educar pelas dores.
Faz-nos o sábio Deus,
Esquecidos do passado.
Se do mal que fizemos,
Tudo fosse lembrado?
Como abraçar o ente,
Outrora um desalmado?
arquiinimigos nascem,
As vezes no mesmo lar,
Ora! É Deus tão bom,
A nos fazer amar.
Àquele que nos feriu,
Ou muito fez magoar.
São grandes oportunidades,
Pras devidas reparações,
Daí a vida se prolonga,
Por várias encarnações.
Uma existência é curta,
Pra provas e expiações.
Temos aqui a finalidade,
De revermos o erro e o mal,
E depois do aprendizado,
Buscarmos como ideal.
Um mundo de amor,
Mas justo e fraternal.
Os espíritos falam!
Não se espante, por favor!
Eles foram ontem,
Apenas um morador,
Como nós aqui na terra,
Estão vivinhos, meu senhor!
Disso deram provas,
Em várias ocasiões.
Jesus já bem falava,
Bem claro nos sermões:
“Morrer para renascer”
Eis a vida nesses torrões!
Chico Xavier,
De pouca escolaridade,
Centenas de livros,
Escreveu pela mediunidade.
Usando a psicografia,
Sem perder a humildade.
PSICO é pensamento,
E o espírito pensava,
Quando surgia a escrita
Chico se concentrava.
Um livro logo saia,
Pouco tempo precisava.
Da ciência à religião,
Até mesmo filosofia,
Escreveu sobre tudo,
De Deus à poesia.
- São os espíritos falando,
Sou apenas quem media
Se os direitos autorais,
Fosse ele receber,
Seria o 5º do mundo,
Com mais grana pra viver.
Porém, só fez doações,
Nunca quis enriquecer.
Mas, o que é mediunidade?
O que isso quer dizer?
É alguma generosidade?
Haveremos de todos ter?
É uma exclusividade?
Ou se faz por merecer?
Muitas pessoas a têm,
Independe da religião,
Entre esse e o outro mundo,
Ela faz a MEDIAÇÃO.
Mas exercê-la corretamente,
É não cobrar algum tostão.
Falemos d’uma coisa,
Não devendo ser contestada.
É da busca incessante,
Da fé raciocinada.
Pois crença sem raciocínio,
Não passa de fé enganada.
Veja a coisa assim:
Ante de você crer ,
Procure observar,
Estudar, compreender,
Não acredite sem pensar,
Pense bem para entender.
Uma crença cega,
É mera superstição.
E quando não é crendice,
É medo de reflexão.
A fé forte e inabalável
Encara sempre a razão. (Allan Kardec)
E essa precisa agir,
Bem esclareceu Tiago,
“Fé sem obras é morta”
Não faça esse estrago.
Ao irmão necessitado,
Dê seu melhor afago.
Já que fora da caridade
Não existe salvação.
A vida pra ter sentido
Precisa de sua mão,
Sempre estendida,
Ao próximo, seu irmão.
E a vida, antes triste,
Dia-a-dia angustiante,
Passa a ser “magicamente”,
Mais feliz e radiante.
Do pobre ao rico,
Do sábio ao ignorante.
Aqui finalizando,
Sugerimos a procura,
Das obras básicas,
Que constam na brochura,
Listadas logo abaixo,
Fique em paz, boa leitura.
Cinco obras básicas de Allan Kardec
1 - O LIVRO DOS ESPÍRITOS (1857)
2 - O LIVRO DOS MÉDIUNS (1861)
3 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (1864)
4 - O CÉU E O INFERNO (1865)
5 - A GÊNESE (1868)