Galope à Beira do Mar de Minas
Compadre Lemos
Falar sobre Minas agora pretendo,
Só não sei se encontro é inspiração.
Mineiro, eu me lembro de que meu torrão
Não conta com praias, e eu me surpreendo
Com a força do povo e, então, eu entendo
A grande alegria de um belo cantar.
Mas, sendo poeta, não posso deixar
De ter sempre a ajuda dos nossos Profetas!
Aprendo das nossas estátuas diletas,
E esqueço que Minas Gerais não tem mar!
Eu falo, no início, de Belo Horizonte,
A bela, pacata e gentil Capital.
E tem Ouro Preto, tão tradicional.
Também, Valadares, com a bela ponte.
Depois, Caxambu, suas águas, na fonte,
Juiz (lá) de Fora vem só para julgar.
“Berlândia” e "Beraba", que são, par a par,
Paragens do milho e também da pamonha!
Eu amo o meu Vale do Jequitinhonha,
E esqueço que Minas Gerais não tem mar.
A fome, aqui, você já desconhece,
Sol quente ou na luz forte dessa candeia.
Se chega faminto, sai barriga cheia
Comida que come, você nunca esquece:
Franguin com quiabo já lhe apetece
Café tão gostoso, quentin, pra tomar,
Licor bem docin você vai degustar,
Um bom cigarrin, feito da mió paia!
Fumim tão gostoso, qui ocê se atrapaia
E esquece que Minas Gerais não tem mar!
Histórias que conta este Povo Mineiro,
Escritores, cantores, atores, poetas
Deixando as almas sorrindo, inquietas,
No embalo de um causo engraçado e mateiro!
Nas festas, sanfona viola e pandeiro
E o canto de um povo que sabe cantar,
Sutil mensageiro da arte de amar.
Turista que chega, se perde e distrai
Esquece do “ok”, e se apega no “uai”
Não lembra que Minas Gerais não tem mar!
E deixo, por fim, um convite ao amigo
Pois nossa a alegria foi sempre acolher
Poetas, que, um dia, eu creio, hão de ser,
Com fé, recebidos em nosso abrigo.
E nunca se esqueça daquilo que eu digo:
De muda, ou mesmo só pra passear,
Apois, venha logo, se deliciar
Em Minas, que vive, com amor, de verdade,
Sem praia, mas tendo só felicidade,
Pois Minas Gerais não precisa de mar!
***
Acá... Cês tá tud cunvidád mód vim passá uns diinha quimaisnós, viu?... Chêpracá!...
Nóis nun tem má não, mai o coração é DÊSTAMÃE!...
Compadre Lemos
Falar sobre Minas agora pretendo,
Só não sei se encontro é inspiração.
Mineiro, eu me lembro de que meu torrão
Não conta com praias, e eu me surpreendo
Com a força do povo e, então, eu entendo
A grande alegria de um belo cantar.
Mas, sendo poeta, não posso deixar
De ter sempre a ajuda dos nossos Profetas!
Aprendo das nossas estátuas diletas,
E esqueço que Minas Gerais não tem mar!
Eu falo, no início, de Belo Horizonte,
A bela, pacata e gentil Capital.
E tem Ouro Preto, tão tradicional.
Também, Valadares, com a bela ponte.
Depois, Caxambu, suas águas, na fonte,
Juiz (lá) de Fora vem só para julgar.
“Berlândia” e "Beraba", que são, par a par,
Paragens do milho e também da pamonha!
Eu amo o meu Vale do Jequitinhonha,
E esqueço que Minas Gerais não tem mar.
A fome, aqui, você já desconhece,
Sol quente ou na luz forte dessa candeia.
Se chega faminto, sai barriga cheia
Comida que come, você nunca esquece:
Franguin com quiabo já lhe apetece
Café tão gostoso, quentin, pra tomar,
Licor bem docin você vai degustar,
Um bom cigarrin, feito da mió paia!
Fumim tão gostoso, qui ocê se atrapaia
E esquece que Minas Gerais não tem mar!
Histórias que conta este Povo Mineiro,
Escritores, cantores, atores, poetas
Deixando as almas sorrindo, inquietas,
No embalo de um causo engraçado e mateiro!
Nas festas, sanfona viola e pandeiro
E o canto de um povo que sabe cantar,
Sutil mensageiro da arte de amar.
Turista que chega, se perde e distrai
Esquece do “ok”, e se apega no “uai”
Não lembra que Minas Gerais não tem mar!
E deixo, por fim, um convite ao amigo
Pois nossa a alegria foi sempre acolher
Poetas, que, um dia, eu creio, hão de ser,
Com fé, recebidos em nosso abrigo.
E nunca se esqueça daquilo que eu digo:
De muda, ou mesmo só pra passear,
Apois, venha logo, se deliciar
Em Minas, que vive, com amor, de verdade,
Sem praia, mas tendo só felicidade,
Pois Minas Gerais não precisa de mar!
***
Acá... Cês tá tud cunvidád mód vim passá uns diinha quimaisnós, viu?... Chêpracá!...
Nóis nun tem má não, mai o coração é DÊSTAMÃE!...