O Evangelho de Jesus
em Cordel
Transcrição da Peleja travada na Comunidade "Desafio de Cordel" entre os Cordelistas Petronilo Filho (João Pessoa - PB) e Compadre Lemos ( Juiz de Fora - MG), com o tema "O Evangelho de Jesus", iniciada em 14 / 08 / 2.006:
Estilo Inicial: Galope à Beira-Mar
Compadre Lemos:
Falar do Evangelho é grata missão,
Pois o Ensinamento está lá pra se ler:
"Amai uns aos outros" eu pude aprender
"Se for teu falar, sempre sim, sempre não".
"E honra teus pais, com amor, gratidão"
"Ganhar cada um, através do que obrar"
Tais Normas de Vida eu pretendo levar
A todos que queiram seguir com carinho
"A Vida e a Verdade, Eu sou o Caminho"
Dizia Jesus, sempre a beira do mar!
Petronilo Filho:
De cima do monte falou para o povo
Bem aventurados são os sofredores,
Porque, nesse mundo, haverá muitas dores,
Mas, o Bem-estar para todos promovo!
Pra ganhar o reino, se nascer de novo,
E as hostes celestes poder alcançar,
De todos, o pranto eu vou enxugar,
Banindo da terra a dor, sofrimento,
E nos corações nascerá novo alento,
Trazendo esperança na beira do mar!
CL:
E dizem que o homem aos sessenta está velho!
Eu não acredito, com sinceridade,
Pois velho é quem não aprendeu a Verdade
Que Ele nos trouxe, através do Evangelho!
Minha vida na sua eu vou ver se espelho,
Tentando a Reforma, para melhorar,
Grau Evolutivo pretendo alcançar
Preciso andar mais depressa com isto:
Seguir as pegadas de quem segue a Cristo,
Na Lei do Progresso, na beira do mar!
PF:
O meu caminhar é seguir nosso Mestre,
Deixando pegadas pra quem me seguir.
Um lindo altar vou querer construir,
Será um exemplo no Orbe Terrestre:
Será mais bonito que um jardim campestre
E muitos poetas virão pra cantar!
De amor e de paz, nós iremos falar,
Levando a Esperança para os corações
Sofridos, marcados por tantas lições,
Cantando louvores na beira do mar.
CL:
Enfim, descobrimos na Vera Poesia,
O imenso valor da Comunicação:
Levar para o outro mais uma razão
De ser Caridade, Consolo e Alegria!
Façamos, portanto, nosso dia-a-dia
Ser bom, produtivo, no ato de amar,
A todos unindo, sem nem reparar
Em faltas, defeitos, discriminações,
Assim seguiremos os belos Sermões
Que ouvimos no Monte, e na beira do mar!
PF:
Se feres alguém, vá lhe pedir perdão,
Assim nos ensina a Oração Matinal,
Evita cair em pecado mortal!
Não roube ninguém nem lhe tire seu pão!
Abraçando a todos com vera afeição,
Fazendo-lhe o bem, sem jamais perguntar
Qual é o seu credo, raça ou lugar,
Pois a Caridade é, por si, complacente,
Não olha se é rico ou se é pobre, indigente,
E a todos atende, na beira do mar.
CL:
Se o Mestre permite eu vou discorrer
Falar de Amigos que são dedicados
E anjos não são, porque não são alados
Mas são tão sutis, que não podemos ver.
E vivem guiando nosso proceder
Havendo perigo eles vêm avisar
Nos dizem que o Bem podemos praticar
São amigos nossos, em nossos labores
Nas trilhas do mundo nos são Prtetores
Nos guiam, nos guardam, na terra e no mar!
PF:
O Samaritano acudiu ao ferido,
Pois o Sacerdote não quis socorrer.
E pelo Levita ele iria morrer,
A beira da estrada, sem ser socorrido,
Foi aquele homem, um desconhecido,
Que, sem pretensão, resolveu lhe ajudar
O seu interesse era a vida salvar!
Pois foi desse homem que o Mestre falou,
Que tão bela cena nos proporcionou!
O exemplo, sigamos, na beira do mar!
CL:
( A Parábola do Filho Pródigo )
O filho insensato reclama a herança:
- Me dá minha parte, que vou-me embora!
E em terra estranha a dissipa na hora,
E, já sem amigos, ao choro se lança.
Eis que, de repente, lhe vem a esperança:
- Meu pai me recebe, se acaso eu voltar!
E volta pra casa, o perdão a buscar,
E o pai, com amor, já lhe mata um novilho.
Ensina Jesus, no exemplo do Filho:
O Pai nos perdoa, na terra ou no mar!
PF: (Analisando a Parábola)
Nós não somos sós e nem desamparados,
Assim nos falou nosso Amigo Divino!
É só nós seguirmos Seu belo ensino
De amigos fiéis estaremos acercados.
As nossas ações serão nossos legados,
Serão as moedas que vamos levar.
O apego à matéria nós vamos deixar,
O nosso tesouro é nosso coração,
O Ensino do Mestre, nossa salvação,
Amando e cantando na beira do mar.
CL:
( Mais uma Parábola - O Bom Samaritano).
Descia um homem, na estrada sombria,
Roubado, assaltado, ferido, se esvai.
O rico não olha, apressado se vai,
E um sacerdote, também, quem diria?
Só um Samaritano é quem lhe auxilia,
O deixa abrigado e promete voltar!
Jesus nos ensina que o Pai só vai dar
Segundo as Obras de Amor que fazemos,
Ouçamos Jesus, e aos outros amemos,
Em casa, na rua, e à beira do mar!
PF: (Analisando):
E foi justamente esse moço ditoso
Que mais demonstrou solidariedade,
Nos dando a lição do que é Caridade
Do seu coração misericordioso!
Sabendo que o gesto era dispendioso
Para aquela vida poder se salvar,
Ele assume tudo e promete pagar,
Nos dando o exemplo de desprendimento!
Sejamos, pro outro, do amor, o instrumento,
Façamos o mesmo, na terra e no mar!
CL: ( A Parábola do Semeador)
O dia amanhece no agreste sertão!
O Semeador vai cumprir sua lida
E joga a semente, tão boa, escolhida,
Pois sabe que, um dia, os frutos virão.
Porém as sementes, deixando sua mão,
Em solos diversos encontram lugar
Se caem na estrada, não podem brotar,
E, nos espinheiros, vão ser sufocadas!
Se o solo é fértil, produzem floradas
E frutos benditos, na terra ou no mar!
PF: ( Analisando )
O Mestre Jesus, nosso Semeador
E sua palavra é a boa semente!
O teu coração é a seara carente
Para cultivar a Lavoura do Amor!
Alguns a recebem como a uma flor,
Depois, o orgulho lhe deixa murchar.
Há quem regue muito, deixando afogar,
Entre os espinhos, Seus Ensinamentos,
Mas os verdadeiros, de bons sentimentos,
Ensinam ao povo na beira do mar.
CL: ( A Ovelha Perdida )
Zelava um pastor um valioso rebanho
E de cem ovelhas devia dar conta!
Eis que faltou uma, ele, então, se apronta
E sai à procura e não acha estranho!
Porque seu amor é imenso, é tamanho,
Que traz o ovelha de volta pro lar!
Assim, Nosso Pai nuca vai nos faltar,
Por mais que queiramos sair do caminho,
Virá ter conosco com o mesmo carinho,
Ensina Jesus, lá na beira do mar!
PF: ( Analisando)
Nós somos ovelhas, Jesus o Pastor
Humano rebanho, que Deus lhe entregou!
E se, dentre todas, uma desertou,
Lá vai Ele atrás, e lhe fala de amor!
Conduz ao aprisco, abrigo e calor,
Pois Sua promessa jamais vai faltar:
Que nunca perdidos nós vamos ficar,
Na Casa do Pai, em conjunto estaremos,
Com um só Pastor, um rebanho seremos,
Cantando louvores na beira do mar.
CL: ( O Tesouro Encontrado )
Cavava um homem o chão duro e alheio
Buscando o sustento pra sua família
Eis que, de repente, o ouro lhe brilha
Achara um tesouro, riquíssimo veio!
Vendendo o que tinha, em grande anseio,
Já compra o terreno e começa a explorar,
Sabendo que o Pai, doravante, vai dar
O que necessita pra sobrevivência!
Ensina Jesus, nessa experiência:
Só acha quem busca, na terra e no mar!
PF ( Analisando)
O grande tesouro, dito pelo Mestre
“O reino dos céus está dentro de vós”
E nós desfrutamos, somente após
De nos libertarmos do apego terrestre!
Nosso coração ao amor se adestre
É duro, o terreno, que vamos cavar,
Pra esse tesouro poder encontrar.
Serão os Valores Espirituais
Que nos unirão com os celestiais,
Fazendo garimpos na beira do mar
CL: ( Jesus Acalma a Tempestade )
Estava o Cristo, com seus seguidores,
A bordo de um barco, pequeno pesqueiro,
Eis que, de repente, estala o madeiro:
Uma tempestade, causando temores!
Com medo da morte, da dor, dos horrores,
Os seus seguidores começam a gritar...
Jesus, muito calmo, eleva o olhar
Aos Céus e ordena: - Cesse a tempestade!
O mar obedece e, com essa verdade
Confiança Ele ensina, no meio do mar!
PF: (Analisando o Ensinamento)
O Mestre ensina que a Autoconfiança
Venceu os temores e as tempestades,
Nos torna tão fortes, como as potestades,
Porque quem confia tem sempre esperança!
Não teme a morte e, com fé, sempre alcança
Ser um mensageiro e a força usar,
Para combater todo o mal e mandar
Nos ventos, nas águas tão forte e afoito,
Nos fala Mateus no capítulo oito
Defendendo os fracos na beira do mar
CL: ( A Mulher Adúltera - Duas estrofes )
Encontra Jesus uma cena chocante:
Na praça da aldeia, feroz multidão,
Semblantes em fúria, traz pedras na mão,
No centro da roda, a mulher, hesitante!
E dizem ao Mestre, no mesmo instante:
Ela é pecadora, não vai escapar
E o Mestre pergunta em suave falar:
E quem não pecou? Lance a pedra primeira
Aquele que nunca agiu dessa maneira,
Ou se arrependam... na beira do mar!
Se abaixa, depois, e começa a escrever
Na areia, na terra, e o tempo passa.
Erguendo a vista, ninguém mais na praça,
Somente a mulher, lá, baixinho a gemer...
Pergunta o Mestre, querendo saber:
Quem te condenava, onde é que foi parar?
Ninguém te condena? Vou te perdoar!
Pois vai-te em paz e não peca de novo!
Mais uma lição Ele deu a Seu povo,
Que, assim, aprendia, na beira do mar!
PF: ( Analisando - Duas estrofes)
São tantas lições que o Mestre nos deu,
Em que Ele lembrava o Velho Testamento!
Porque elas caíam no esquecimento
Foram relembradas, São João escreveu:
Está em Levítico ao Povo Judeu
Que os dois são culpados, no adulterar!
Não é só a mulher que se deve culpar,
Também é o homem, por tê-la iludido,
Pensando, depois, que seria eximido
De qualquer pecado na beira do mar
Não existem vítimas no Universo,
Nós somos culpados pelas nossas dores,
Porque já causamos muitos dissabores.
O homem só vive no orgulho imerso
Pois é vaidoso, cruel e perverso.
Esquece que temos dever de amar,
Juntando à mulher, os dois fazem um par,
Não há diferença junto à Lei Divina,
Pra Deus são iguais, cumprindo sua sina,
Formando a Família, na beira do mar!
CL: ( Deixai vir a Mim os pequeninos )
Descansa Jesus, em um raro instante
E algumas crianças, então, O rodeiam,
Colhendo o carinho que suas mãos semeiam.
Mas seus seguidores em bravo rompante,
Afastam os pequenos, com duro semblante!
Jesus entretando, as faz retornar,
Dizendo que o Reino dos Céus vai estar
De posse daqueles, de coração puro!
Deixai vir a mim os pequenos, Eu juro
Que o céu lhes pertence, na terra e no mar!
PF: ( Analisando)
"Deixai vir a mim todos os pequeninos",
Assim disse o Mestre ao falar das crianças,
Pois são corações só contêm esperanças
E é deles o céu, mensageiros divinos!
Não são disfarçados, porém cristalinos,
É neles que os homens se vão espelhar!
Na sua inocência, eles vivem a mostrar
O que é o amor puro e verdadeiro,
Que deve reinar pelo mundo inteiro
Pra ganhar o reino do céu e do mar.
CL: ( “O Juízo Final” - Duas estrofes )
Um rei separou, em dois grupos, seu povo:
Aos bons acolheu, nesse belo momento.
Aos maus destinou um atroz sofrimento,
Jesus relatou, explicando, de novo:
Os maus são aqueles que dizem: Não movo
Uma palha, no intento de alguém ajudar!
Os bons são aqueles que, nesse estradar,
Visitam, consolam quem tem sede e fome,
Num gesto de amor, que assim ganha um nome:
Vai ser Caridade , na terra e no mar!
Quem Me visitou, consolou com carinho,
Me dando atenção quando Eu mais precisava
Merece agora livrar-se da lava
Fervente, que queima, nesse mau caminho.
Quem nunca Me olhou, nesse mundo mesquinho,
Um pouco de dor ainda tem que passar
É o aprendizado que vai reformar
A alma e trazê-la de volta ao Amor!
Assim ensinava esse Mestre e Senhor,
Contando histórias, na beira do mar!
PF ( Analisando - Uma estrofe )
Separando os bodes das mansas ovelhas,
Jesus nos ensina a fazer caridade,
Pois a salvação está nesta verdade:
Não somos a luz, mas pequenas centelhas!
Sigamos o exemplo das nobres abelhas
Trabalhando sempre pra vida adoçar!
A nossos irmãos, mister amparar:
Os pobres, famintos, os nus e doentes
Os presos, sem casa, enfim, penitentes
Irmãos de Jesus, sempre à beira do mar!
CL ( " Olhai os Lírios do Campo " - Duas estrofes )
Perguntam ao Mestre em meio a um discurso:
Por que é tão negro o futuro da gente?
Jesus fita o céu, depois diz, docemente:
Reparem as aves, voando em seu curso!
Não plantam, não ceifam, mas têm o recurso!
Reparem nos lírios, sempre a balançar,
Ao vento suave, sem ter que cuidar
O que vão comer, ou o que vão vestir!
Pois saibam que o Pai, Provedor, há de vir
Cuidar de nós todos, na terra e no mar!
Não valem Seus filhos, criados com amor,
Mais que passarinhos, ou lírios dos campos?
Não são eles mais que alguns pirilampos?
Pois que são humanos... nem bicho, nen flor!
Pois tenham certeza, nos céus, o Senhor
Está sempre atento, querendo nos dar
O que precisamos... e é só caminhar
Na trilha que o Pai nos legou, por missão!
Então, sentiremos, com toda emoção,
O Amor nos velando, na terra e no mar!
PF: ( Analisando - Uma estrofe )
A terra é fértil por isso produz
O suficiente para alimentar
Também o vestido para agasalhar
Pois assim falou nosso mestre Jesus
Assim todo aquele que a força conduz
Para juntar muito, em celeiro guardar
Virão os insetos e irão devorar
Deixando assim de servir ao irmão
Faltando cumprir com tão bela missão
De ser caridoso na beira do mar.
CL ( "O Grão de Mostarda" )
Falando Jesus sobre o Reino do Pai,
Nos trouxe também belas comparações:
O Reino dos Céus, em vossos corações,
É como a pequena semente, que vai,
Tornar-se uma árvore que as aves atrai,
Pois o crescimento o Pai vai lhe dar!
Assim comparando, queria ensinar:
Em crendo com força, o Amor nunca tarda,
Será vossa Fé a pequena mostarda,
Sinal desse Reino, no céu, terra e mar!
PF ( Analisando )
O grão de mostarda está dentro da gente
Aguarda o instante de ser cultivada
Porque sua força tem que ser regada
No meu coração essa grande semente
A fé é a força que anima o crente
O Mestre me ensina, posso transportar
As grandes montanhas, mudando o lugar
É essa a semente depois de crescida
O orgulho a montanha que foi removida
Me fortalecendo na beira do mar
CL ( Milagres: A Distribuição dos Pães )
Estava o Mestre pregando em um monte
Milhares de almas disseram ter fome:
" -Não há como ouvir, se o pão não se come!"
Pegou cinco pães e, fitando o horizonte,
Jesus pede ao Pai dos milagres, a Fonte,
Reparte com todos, naquele lugar!
E todos comeram, até se saciar,
Sobrou muito pão e até peixes, também,
O Mestre não deixa faltar pra ninguém,
Comida e Amor, nesse monte ou no mar!
( A pedido do Compadre Lemos, o Mestre Petronilo Filho muda de Estilo, passando a rimar em Martelo Agalopado )
PF ( Comenta )
Cinco pães e dois peixes foi bastante
Pra acabar com a fome de um povo
Quem tem fé em Jesus nasce de novo
O esteio do pobre e o viajante
Ele faz com que o pouco se agigante
Sua força transforma em alimento
As palavras nos servem de alento
Todos nós nos sentimos saciados
E seremos pra sempre alimentados
O Evangelho será nosso sustento.
CL ( Comparações: "O Reino dos Céus é Como Uma Rede" )
E pediam ao Mestre, a toda hora
Que falasse do Reino que é do Pai.
Com paciência e carinho, Ele assim vai
Explicando a todos, sem demora:
Uma rede se lança ao mar, lá fora,
Toda espécie de peixe a recolher.
Mas, depois, se separa o que vai ter
Serventia e o resto volta ao mar!
Dessa forma, o Pai vai separar
Os que na Sua Glória vão viver!
PF ( Comentando )
A palavra do Mestre é a rede
E o cesto os nossos corações
O pescado são as nossas ações
Construídas em nós como parede
Pra matar nossa fome e nossa sede
A justiça devemos praticar
Todos males devemos descartar
Cultivando o amor e a virtude
Desprezar nossos vícios é atitude
Que garante ao homem se salvar.
CL ( A Cura da Mulher Hemorrágica )
Quando entrava Jesus numa cidade,
E o povo, então, já lhe cercava,
Uma mulher, que um terrível mal portava,
É premida por tal necessidade!
Vem e toca seu manto, e na verdade,
É curada, com amor, nesse momento.
Percebendo, Jesus, com entendimento
Diz a ela: tua fé foi quem curou,
Instrumento do Pai é o que Eu sou!
Conta Lucas, no Novo Testamento!
PF ( Comentando - O passe magnético é natural )
A mulher recebeu o benefício
Ao tocar nos vestidos de Jesus
E sentindo sair fachos de luz
O Divino bendisse o sacrifício
Esse tipo de cura desde o início
Ensinado por Ele aos seus irmãos
É somente impor as suas mãos
Se tens fé vai fluir a energia
Doutor Mésmer provou com alegria
E Kardec mostrou para os cristãos.
CL: ( Ainda sobre o Magnetismo )
O Compadre demonstra competência
Ao falar desse tal Magnetismo
Nos promórdios lá do Cristianismo
Os Discípulos tinham essa Ciência.
Pois O Mestre ensinou, com paciência,
Instrumentos seremos, com louvor,
Se aos outros tratarmos com amor
Não fazendo escolhas entre estes,
"Dai de graça o o dom que recebestes"
Repetia Jesus, em seu labor!
PF - ( Novamente Comentando)
Ele impôs suas mãos a alguns meninos
E a filha de Jairo assim curou
E aos doze em par ele mandou
Que cumprissem com fé os seus destinos
E que nunca esquecessem seus ensinos
Atendendo a todos com amor
E em todos as suas mãos impor
Como fez sobre Saulo, Ananias,
Que passou a fazer todos os dias
Retirando do enfermo a sua dor.
CL ( Confiança no Pai )
Confiança em Deus, se alguém perdia,
Já surgia Jesus, pra restaurar,
Mansamente chegava, a perguntar:
Se sois maus, mesmo assim, no dia a dia,
Não cuidais vossos filhos, com alegria?
Quanto mais Nosso Pai, Nosso Senhor
Boas coisas trará, com muito amor!
Em verdade, Eu vos digo: confiai
Na Bondade inegável desse Pai,
Que é Vida, Coragem e Destemor!
PF: ( Vinde a Mim! )
Vinde a mim, todos vós que estais aflitos
Porque a todos eu aliviarei
Eu sou brando e comigo aprendei
A viver de acordo com os escritos
O meu jugo desfaz os teus conflitos
Pois é leve e impõe só um dever
Ensinando outro jeito de viver
Se me amais guardareis meus mandamentos
Amparai todos em padecimento
Que o Pai vai sempre te proteger.
CL: ( "Estarei Convosco Até o Final dos Tempos" )
Reunindo os Apóstolos, um dia
Eis que o Mestre, na mesma hora vai
Dizer: "Volto pra Casa do Meu Pai
Mas o faço a bem da Harmonia".
Estarei, pois, convosco todo dia,
Até vir o final da nossa era
Bem feliz quem trabalha, enquanto espera,
Merecendo, ao final, o Galardão
Tragam sempre na mente esta lição:
Quem confia no Pai não desespera!
PF: ( Comentando )
O Rabi em espírito falou
Em um mote aos doze na Galiléia
Junto daquela seleta platéia
Não temais que convosco sempre estou
Porque junto ao Pai agora em vou
Preparar para a regeneração
Esta terra de prova e expiação
Que será um planeta abençoado
Será o joio do trigo separado
E os maus terão sua punição.
Compadre Lemos: ( O Pai Nosso - Duas Estrofes )
Perguntaram ao Mestre, certo dia,
Como é que se deve, então, orar?
Ele pos-Se então, a explicar,
"Ao Pai Nosso dizei, com alegria:
Venha a nós Vosso Reino de Harmonia
Seja feita, por nós, Vossa Vontade
Cá na terra e no céu, com igualdade,
O Pão Nosso nos dai, diariamente
Perdoai nossas faltas, finalmente,
Quando nós perdoarmos de verdade!
Não deixeis que encontremos tentação
Mas livrai-nos do Mal que há sobre a Terra
E assim não tereis mais tanta guerra
Tanto ódio de irmão, que mata irmão.
Nâo orai, afetando ostentação,
Pra que todos vos vejam, em plena rua!
Fechai pois, vossa porta e, de alma nua,
Com o Pai conversai sempre em segredo,
Ele sabe e conhece o vosso medo,
Mas, com a prece, é que Ele mais atua!
PF ( Sobre a Prece - Duas estrofes )
Não precisa subir na sinagoga
Nem nos altos altares da igreja
Porque a prece não é uma peleja
O Evangelho do Mestre não derroga
Ele mesmo é quem diz que advoga
Seja um crente em qualquer religião
Seguidor da bíblia ou do alcorão
Se exibir vestindo seus paramentos
Na verdade é orar sem sentimentos
O que vale é falar com o coração.
Se por dentro carrego meus defeitos
Mas só quero mostrar as qualidades
Cultivando as minhas vaidades
E se digo que estou entre os eleitos
Que também estou entre os mais direitos
Me comparo àquele fariseu
Orgulhoso pior que um ateu
Humilhando o pobre publicano
Que mostrou-se ser muito mais humano
E dos seus pecados se arrependeu.
Compadre Lemos: ( Parábola do Jovem Rico - Duas Estrofes )
E Jesus vem nos dar outra lição,
Quando fala de um jovem, que era rico
Que pergunta: Rabi, agora eu fico
Só pensando na minha situação.
Por favor, me dispense a atenção
E me faça enxergar por entre os véus,
Como é que se chega lá nos céus?
Eu também estou querendo me salvar!
A resposta Jesus, então, vai dar
Pois que veio ensinar para os incréus!
Segue pois, com atenção, o Mandamento
E o jovem responde: Isso eu já faço!
Jesus volta a dizer, sem embaraço,
Vende tudo o que tens neste momento.
Distrubua o valor do teu provento
Com aqueles que nada têm de seu!
Nessa hora o Jovem entristeceu
E deixou pra depois a decisão,
Mas Jesus segue em frente e, com razão,
Diz: Pro Amor, este ainda não nasceu!
PF: ( Comenta - Duas Estrofes )
Se ao rico é difícil entrar no céu
Quando diz da agulha e do camelo
Jesus Cristo nos faz um grande apelo
Que a riqueza não é nosso troféu
Nossos bens vão ficar no mausoléu
Pra seguir a Jesus nesse momento
Não se pode ser rico e avarento
Se a riqueza é a prova mais penosa
Porque é ilusória e perigosa
Que nos leva à dor e ao sofrimento.
Se o moço quedou-se muito triste
Porque era apegado a riqueza
Não sabia viver sem a nobreza
De seguir a Jesus ele desiste
Dentro dele o apego inda persiste
Impedindo vender os seus valores
Que doando sanava muitas dores
Mas ganhava outros mais especiais
São os nobres bens espirituais
Passagem pro mundo dos esplendores.
CL ( A Pesca Milagrosa - Duas estrofes )
Eram três pescadores lamentando:
Porque a pesca sumiu e nada vem,
Só a rede vazia é o que se tem.
E Jesus, muito calmo, só escutando.
Disse, então, façam pois, ao Meu Comando,
Suas redes atirem, tenham fé!
Quando puxam as redes, com a maré,
Tanto peixe encontram, maravilha!
Pois àqueles que cuidam da família
A Confiança em Deus mantém de pé!
O Evangelho descreve os pescadores:
Um foi Pedro, chamado de Simão
E os outros, portanto, Tiago e João
Que enfrentavam, pois, muitos dissabores!
Não rendendo seu culto a mais senhores,
Que não fossem trabalho e honestidade,
Convidados já foram, em verdade,
Pra seguir Nosso Mestre em seu caminho!
Pescadores de almas, com carinho,
Se tornaram, por toda a Eternidade!
PF ( Comenta - Duas Estrofes )
O milagre da pesca abundante
Que traz peixe de toda qualidade
A palavra do Mestre é a verdade
Que Lhe emana do peito radiante
Sua pesca é sempre uma constante
Ele mostra o caminho a seguir
E o barco sereno conduzir
Procurando trazer em Sua rede
Todo aquele que sofre e que tem sede
Que na paz e na fé vai prosseguir.
Nosso Mestre buscou dentro do povo
Os humildes e sem conhecimento
Não queria doutores de talento
Pra mostrar o que é nascer de novo
Os sabidos seriam grande estorvo
Na missão de pregar a boa nova
Porque para exercer tão grande prova
Tem que ser humilde de coração
E partir pra tão sublime missão
Confiante e sem medo da reprova.
CL: ( Mais um Ensinamento - A Regra de Ouro )
Perguntaram ao Mestre, certo dia,
A medida exata da Justiça
Como vamos saber, em meio à liça,
Se o Mal nos domina ou o Bem nos guia?
E Jesus respondeu, com alegria,
Uma regra vos dou, e tem valor:
"Aos irmãos só fazei, seja o que for,
Se igualmente gostásseis fosse feito
A vós mesmos", portanto é o respeito
A medida com que Deus mede o Amor!
PF ( Comenta )
Não julgueis, pra que não sejais julgados
Foi a regra que Jesus ensinou
Um segundo preceito ainda lhes dou
É amar se quiserem ser amados
Se quiseres perdão dos teus pecados
Em primeiro lugar dá teu perdão
Não repares os erros do irmão
Olha os teus, bem maiores que os dele
Melhorar cabe a ti e não a ele
Para que haja harmonia e união.
CL: ( Para Maria, Mãe de Cristo )
Muito tempo depois de Ele nascer,
Compuseram uma prece pra Maria
Que é Cheia de Graça, todo dia,
O Senhor é Convosco, a conceber!
E Bendita sois Vós, eu vou dizer,
Entre todas mulheres do lugar
E Bendito é o Fruto, que gerar
Vosso Ventre Sagrado, que é só luz,
Que um dia será o Mestre Jesus
Que virá para o Amor nos ensinar!
Pois sois Santa, Maria Mãe do Amor,
E rogai pelos pobres pecadores
Mesmo agora, e na hora dos horrores,
Que são morte, pecado e dissabor!
Essa prece contém grande valor,
Pois nos mostra a imagem de Maria:
A Humildade que se oferece, um dia
Para ser instrumento à Mão do Pai,
E é assim que o Nosso Mestre vai
Nos trazer tanta paz e harmonia!
PF ( Comenta )
Escolhida pra ser a mãe divina
Do Divino Rabi da Galiléia
O Cordeiro em meio a alcatéia
Um virgem tão jovem e tão menina
Como a luz da estrela vespertina
Foi eleita a mãe da humanidade
O exemplo de amor e caridade
Amparando os desvalidos da sorte
Nos espera depois da nossa morte
Lá no mundo de paz e claridade.
Muitos nomes lhe deram seus fieis
Mãe dos homens e Rainha da Paz
Alegria e ventura ela nos traz
A cobriram dos mais belos lauréis
Lhe pintaram nos mais belos painéis
Protetora de velhos e crianças
Todos nela anseiam esperanças
Que um anjo a tratou como bendita
O seu filho aplacou nossa desdita
Nos falando das bem-aventuranças.
CL ( Pelos Frutos os Reconhecereis - Duas Estrofes )
E perguntam ao Mestre, o que faremos,
Pra saber se alguém é nosso irmão?
E Jesus respondeu: o coração
Tem segredos que, às vezes, nós não vemos!
Mas um meio seguro nós já temos
E devemos, assim analisar:
São os frutos que vão nos informar
Se a árvore é boa ou é ruim,
Pelos frutos conhecereis, assim,
Os irmãos com os quais podeis contar!
Se alguém, dentre vós, for desordeiro,
Vos chamando ao pecado e muita dor,
Se alguém vos faltar com o vero amor,
Como um lobo na pele de um cordeiro!
O perdão deve vir, sempre em primeiro,
Desta forma o ensino se completa,
Mas, cautela com o tal falso profeta,
Pois tais frutos já mostram o que ele é!
Deixai, pois que ele siga, e tendes fé,
Que o Amor será sempre a nossa meta!
PF ( "A Paz esteja conosco" Duas Estrofes)
Não se colhem os figos entre os abrolhos
Nem as uvas em meio aos espinheiros
Não creiais em qualquer dos mensageiros
Separemos os bons entre os escolhos
Com cuidado se abrirmos nossos olhos
Vamos ver se é lobo ou se é ovelha
Pois o falso ao lobo se assemelha
Que engana àqueles desavisados
Arrastando pra teia dos pecados
Apagando do amor sua centelha.
Se disserem que o Cristo está aqui
Verifique primeiro se é verdade
Porque muitos profetas da maldade
São tão falsos iguais a um saci
A verdade é brilhante qual rubi
Não condena o outro por não crer
Abre os braços pra todos receber
A igreja do Mestre é o amor
Não acolhe só quem paga valor
Só na terra dinheiro há de valer.
CL ( "Quem são minha mãe e meus irmãos?" )
Nosso Mestre, na casa de um amigo,
Era imensa, lá fora, a multidão,
E chegaram Sua Mãe e Seu Irmão,
E chamaram por Ele, nesse abrigo!
Escutai, em verdade, eu vos digo,
Então fala Jesus, impondo as mãos,
Vós que sois minha mãe e meus irmãos
Porque contra esta Lei não há quem vai,
Pois nós somos rebentos de Um Só Pai
E do Amor que vem Dele, aos corações!
E o Povo espantado, então dizia:
Não é Este o Tal Filho de José?
Carpinteiro humilde que Ele é,
Sua Mãe não é, pois, a Tal Maria?
Quem falava assim não compreendia
A intenção de Jesus, nesse momento,
De mostrar o enorme sentimento
Filial que devemos ter por Deus!
E assim, ensinando para os seus
O respeito ao Senhor do Firmamento!
PF ( Comenta - Duas Estrofes )
Nosso Mestre nos dá grande lição
Quando fala da sua parentela
A família de fato é aquela
Que trabalha e que vive em comunhão
Não é sangue que faz nosso irmão
É aquele que ama de verdade
Que constrói laços de fraternidade
E que faz a vontade do meu Pai
Suas leis para sempre recordai
Pra viver sempre na felicidade.
Não importa qual raça e nem a cor
Nem país nem também religião
Japonês, brasileiro ou alemão
Só se conta os laços do amor
Somos todos do mesmo Criador
Espalhados por todo o universo
Se o homem no mundo está disperso
E fazendo da guerra uma constante
Ignora que viemos da fonte
De onde todo vivente foi emerso.
CL ( Sobre o Perdão )
Nosso Mestre também nos ensinou
Que ofensas teremos, todo dia,
Mas mantendo equilíbrio e harmonia
Só faremos o que Ele nos mandou!
Sobre isto Jesus assim falou:
Não são sete, meus filhos, mas setenta
Vezes sete e é assim que se apascenta
Todo ódio que em nosso coração
Inda houver, pois é só mesmo o Perdão
Que o Mal deste mundo afugenta!
PF ( Comenta - Duas Estrofes )
Relembrando das bem-aventuranças
Exaltando os misericordiosos
São contados no meio dos ditosos
Nosso Mestre os compara a crianças
Adversos de ódios e vinganças
Pregadores do bem e do perdão
Como foi retratado na canção
“Perdoando é que se é perdoado”
Eu só tenho o perdão do meu pecado
Se também perdoar ao meu irmão.
Pra podermos ganhar a indulgência
Indulgentes também devemos ser
Se meu próximo um dia me ofender
Meu perdão tem que ser sem exigência
Como é que eu posso pedir clemência
Se do outro alimento ódio e rancor
Eu também sou o mesmo pecador
Devo ser tolerante e paciente
Perdoar a todos eternamente
Para entrar nas moradas do Senhor.
CL: ( Sobre a Oferta )
E Jesus ensinava ao povo inteiro
Como é que se deve ofertar:
Já estando, pois, perto do altar,
Se lembrar que um antigo companheiro
Contra ti guarda ódio, vai primeiro,
E depressa lhe pede o seu perdão!
Busca, assim a reconciliação,
Que somente a Paz agrada a Deus
E por isso lhes digo, filhos meus,
Nunca guardem rancor, no coração!
PF: ( Comenta )
O egoísmo é tão ruim quanto o orgulho
Tanta gente se diz que é cristão
Mas retém tanto mal no coração
Que parece um depósito de entulho
Sem pancada, sem grito e sem barulho
Esses males devemos espantar
Se ao templo nós vamos para orar
Mas sentindo desprezo por alguém
Nossas preces não chegam no além
Nosso Pai nunca vai nos escutar.
CL: ( As Bem Aventuranças ou O Sermão do Monte )
E Jesus, tendo subido a um monte,
Acercou-se-Lhe imensa multidão,
E a eles, abrindo o coração,
Pede o Mestre: Pois deixem Eu lhes conte!
Bem felizes aqueles que são ponte,
Para os outros, em grande mansidão,
Os humildes, os que têm compaixão,
E os que choram, pois vão ser consolados!
Sejam todos, pois bem aventurados,
Pois do Pai têm, pra sempre, a atenção.
Deus acolhe os misericordiosos,
E os limpos, de todo coração,
Que têm fome e já não encontram o pão,
Pois no Reino do Pai serão ditosos.
Perseguidos que são, por poderosos,
Injustiças sofrendo, sem clamar,
Acreditem, que um dia hão de estar
Junto ao Pai, como bem aventurados,
Tendo sido os pecados perdoados
Por Aquele Que Ama Perdoar!!!
PF: ( Comenta - Duas Estrofes )
E dos pobres de espírito falou
Que também estaria entre os eleitos
Todo aquele que dentro dos preceitos
Foi humilde e nunca se orgulhou
Mesmo rico do pobre se lembrou
Socorreu no silêncio rebaixado
Não se fez arrogante e elevado
Nem está entre os doutos e prudentes
Mas colheu e plantou boas sementes
E por isso que é sempre relembrado.
Muita gente se faz grande na terra
Esquecendo que todos são iguais
Na nobreza dos palácios reais
Na luxúria e prazeres se encerra
Infligindo a dor fazendo a guerra
Desrespeita os direitos do irmão
Cultivando o orgulho e a ambição
Vai voltar como um pobre rejeitado
Perguntando por que fui castigado?
Foi a lei de ação e reação.
NOVA MUDANÇA DE ESTILO:
CL - Caro Mestre Petronilo,
Para que possamos "passear" com este tema maravilhoso por mais Estilos de Cordel, eu sugiro:
Vamos rimar um pouco em Décimas? Que tal um bom mote?
Vou postar uma proposta, nesse sentido. Se o senhor achar conveniente, responda ao verso, simplesmente. Se não, queira, por favor, justificar a não aceitação.
Obrigado!
Mote proposto:
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
Vamos lá?
Sendo o Cordel a expressão
Da Cultura Popular,
Sendo a Poesia o Altar
Do Belo, com devoção,
Sendo Jesus, nosso irmão,
Nosso mestre, no Amor,
Sendo Deus, Nosso Senhor,
Merecedor de louvores...
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
PF: ( Resposta )
Ainda quero falar
Para a gente concluir
O Evangelho seguir
Depois podemos voltar
Aí nós vamos mudar
E seja lá como for
Seguindo o nosso pastor
Cantando nossos pendores
Somos todos seguidores
Do Divino Professor
(continuando)
Quando fala dos que verão a Deus
Se refere aos puros de coração
São crianças buscando a perfeição
Evitando imitar os filisteus
Nosso Mestre mostrou aos fariseus
Que o pecado se faz no pensamento
O adultério, o roubo e o julgamento
São pecados que provocam escândalo
Pois os puros procedem igual ao sândalo
Perfumando quem lhe causa o tormento.
Convidado a jantar na residência
De um homem que se escandalizou
Por sentar-se e as mãos sequer lavou
O Divino falou com paciência
O que entra não causa indecência
O que mata é o que sai do coração
A desonra a maldade e a traição
Tudo isso lá dentro são criados
Sois iguais a sepulcros bem caiados
Que por dentro só existe a podridão.
CL: ( Em Décimas de Sete Pés )
Jesus chegava, dizendo:
"A paz esteja contigo!"
Assim, o Divino Amigo
A todos vinha trazendo
A mensagem que desvendo
Em versos, com muito amor:
Que se faça um só louvor
Pois pobres, ricos, doutores,
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
PF:
"Ide ao mundo e pregai
Para toda a criatura"
Assim diz a escritura
O bem ao irmão clamai
Ao inimigo abraçai
Sois arautos do amor
Sejam bálsamos da dor
Não se iludam com impostores
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
CL:
Humildes, pobres, mendigos,
Doutores, reis, potentados,
Políticos, desempregados,
Rivais, irmãos, inimigos,
Enfrentando ou não perigos,
No descanso ou no labor,
Na estrada, seja onde for,
Buscando nossos valores...
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
PF:
No reino Celestial
Não existe distinção
Pastor, padre e sacristão
Todo mundo é igual
Lá não tem seita rival
Se da lei é um doutor
Tem que tratar com amor
Os seus irmãos sofredores
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
CL:
O vaqueiro nordestino,
O trabalhador paulista,
O poeta, o artista,
O moço, o velho, o menino,
Todos com o mesmo destino
De aprender com seu labor,
Porque Deus não faz favor
E não nos cobra louvores...
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
PF:
Tem pastor que grita tanto
Achando que Deus é surdo
Que tamanho absurdo
Quando Jesus no entanto
Pede pra orar num canto
Sem alarde, sem clamor
Ele é nosso confessor
Conhece nossos pendores
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
( Esta Peleja ainda não foi dada como encerrada. Assim que forem surgindo novas estrofes, nós as postaremos aqui).
Como escreveu Carlos Pastorino, em "Minutos de Sabedoria":
"Se, pelo menos, uma pessoa for ajudada por intermédio deste humilde trabalho, nós daremos por justificdo o tempo despendido na sua elaboração".
Fraterno abraço a todos!...
Fonte:
Comunidade Desafio de Cordel ( Orkut )
Assimam e agradecem:
Luiz Carlos Lemos ( Compadre Lemos)
e
Petronilo Filho.
em Cordel
Transcrição da Peleja travada na Comunidade "Desafio de Cordel" entre os Cordelistas Petronilo Filho (João Pessoa - PB) e Compadre Lemos ( Juiz de Fora - MG), com o tema "O Evangelho de Jesus", iniciada em 14 / 08 / 2.006:
Estilo Inicial: Galope à Beira-Mar
Compadre Lemos:
Falar do Evangelho é grata missão,
Pois o Ensinamento está lá pra se ler:
"Amai uns aos outros" eu pude aprender
"Se for teu falar, sempre sim, sempre não".
"E honra teus pais, com amor, gratidão"
"Ganhar cada um, através do que obrar"
Tais Normas de Vida eu pretendo levar
A todos que queiram seguir com carinho
"A Vida e a Verdade, Eu sou o Caminho"
Dizia Jesus, sempre a beira do mar!
Petronilo Filho:
De cima do monte falou para o povo
Bem aventurados são os sofredores,
Porque, nesse mundo, haverá muitas dores,
Mas, o Bem-estar para todos promovo!
Pra ganhar o reino, se nascer de novo,
E as hostes celestes poder alcançar,
De todos, o pranto eu vou enxugar,
Banindo da terra a dor, sofrimento,
E nos corações nascerá novo alento,
Trazendo esperança na beira do mar!
CL:
E dizem que o homem aos sessenta está velho!
Eu não acredito, com sinceridade,
Pois velho é quem não aprendeu a Verdade
Que Ele nos trouxe, através do Evangelho!
Minha vida na sua eu vou ver se espelho,
Tentando a Reforma, para melhorar,
Grau Evolutivo pretendo alcançar
Preciso andar mais depressa com isto:
Seguir as pegadas de quem segue a Cristo,
Na Lei do Progresso, na beira do mar!
PF:
O meu caminhar é seguir nosso Mestre,
Deixando pegadas pra quem me seguir.
Um lindo altar vou querer construir,
Será um exemplo no Orbe Terrestre:
Será mais bonito que um jardim campestre
E muitos poetas virão pra cantar!
De amor e de paz, nós iremos falar,
Levando a Esperança para os corações
Sofridos, marcados por tantas lições,
Cantando louvores na beira do mar.
CL:
Enfim, descobrimos na Vera Poesia,
O imenso valor da Comunicação:
Levar para o outro mais uma razão
De ser Caridade, Consolo e Alegria!
Façamos, portanto, nosso dia-a-dia
Ser bom, produtivo, no ato de amar,
A todos unindo, sem nem reparar
Em faltas, defeitos, discriminações,
Assim seguiremos os belos Sermões
Que ouvimos no Monte, e na beira do mar!
PF:
Se feres alguém, vá lhe pedir perdão,
Assim nos ensina a Oração Matinal,
Evita cair em pecado mortal!
Não roube ninguém nem lhe tire seu pão!
Abraçando a todos com vera afeição,
Fazendo-lhe o bem, sem jamais perguntar
Qual é o seu credo, raça ou lugar,
Pois a Caridade é, por si, complacente,
Não olha se é rico ou se é pobre, indigente,
E a todos atende, na beira do mar.
CL:
Se o Mestre permite eu vou discorrer
Falar de Amigos que são dedicados
E anjos não são, porque não são alados
Mas são tão sutis, que não podemos ver.
E vivem guiando nosso proceder
Havendo perigo eles vêm avisar
Nos dizem que o Bem podemos praticar
São amigos nossos, em nossos labores
Nas trilhas do mundo nos são Prtetores
Nos guiam, nos guardam, na terra e no mar!
PF:
O Samaritano acudiu ao ferido,
Pois o Sacerdote não quis socorrer.
E pelo Levita ele iria morrer,
A beira da estrada, sem ser socorrido,
Foi aquele homem, um desconhecido,
Que, sem pretensão, resolveu lhe ajudar
O seu interesse era a vida salvar!
Pois foi desse homem que o Mestre falou,
Que tão bela cena nos proporcionou!
O exemplo, sigamos, na beira do mar!
CL:
( A Parábola do Filho Pródigo )
O filho insensato reclama a herança:
- Me dá minha parte, que vou-me embora!
E em terra estranha a dissipa na hora,
E, já sem amigos, ao choro se lança.
Eis que, de repente, lhe vem a esperança:
- Meu pai me recebe, se acaso eu voltar!
E volta pra casa, o perdão a buscar,
E o pai, com amor, já lhe mata um novilho.
Ensina Jesus, no exemplo do Filho:
O Pai nos perdoa, na terra ou no mar!
PF: (Analisando a Parábola)
Nós não somos sós e nem desamparados,
Assim nos falou nosso Amigo Divino!
É só nós seguirmos Seu belo ensino
De amigos fiéis estaremos acercados.
As nossas ações serão nossos legados,
Serão as moedas que vamos levar.
O apego à matéria nós vamos deixar,
O nosso tesouro é nosso coração,
O Ensino do Mestre, nossa salvação,
Amando e cantando na beira do mar.
CL:
( Mais uma Parábola - O Bom Samaritano).
Descia um homem, na estrada sombria,
Roubado, assaltado, ferido, se esvai.
O rico não olha, apressado se vai,
E um sacerdote, também, quem diria?
Só um Samaritano é quem lhe auxilia,
O deixa abrigado e promete voltar!
Jesus nos ensina que o Pai só vai dar
Segundo as Obras de Amor que fazemos,
Ouçamos Jesus, e aos outros amemos,
Em casa, na rua, e à beira do mar!
PF: (Analisando):
E foi justamente esse moço ditoso
Que mais demonstrou solidariedade,
Nos dando a lição do que é Caridade
Do seu coração misericordioso!
Sabendo que o gesto era dispendioso
Para aquela vida poder se salvar,
Ele assume tudo e promete pagar,
Nos dando o exemplo de desprendimento!
Sejamos, pro outro, do amor, o instrumento,
Façamos o mesmo, na terra e no mar!
CL: ( A Parábola do Semeador)
O dia amanhece no agreste sertão!
O Semeador vai cumprir sua lida
E joga a semente, tão boa, escolhida,
Pois sabe que, um dia, os frutos virão.
Porém as sementes, deixando sua mão,
Em solos diversos encontram lugar
Se caem na estrada, não podem brotar,
E, nos espinheiros, vão ser sufocadas!
Se o solo é fértil, produzem floradas
E frutos benditos, na terra ou no mar!
PF: ( Analisando )
O Mestre Jesus, nosso Semeador
E sua palavra é a boa semente!
O teu coração é a seara carente
Para cultivar a Lavoura do Amor!
Alguns a recebem como a uma flor,
Depois, o orgulho lhe deixa murchar.
Há quem regue muito, deixando afogar,
Entre os espinhos, Seus Ensinamentos,
Mas os verdadeiros, de bons sentimentos,
Ensinam ao povo na beira do mar.
CL: ( A Ovelha Perdida )
Zelava um pastor um valioso rebanho
E de cem ovelhas devia dar conta!
Eis que faltou uma, ele, então, se apronta
E sai à procura e não acha estranho!
Porque seu amor é imenso, é tamanho,
Que traz o ovelha de volta pro lar!
Assim, Nosso Pai nuca vai nos faltar,
Por mais que queiramos sair do caminho,
Virá ter conosco com o mesmo carinho,
Ensina Jesus, lá na beira do mar!
PF: ( Analisando)
Nós somos ovelhas, Jesus o Pastor
Humano rebanho, que Deus lhe entregou!
E se, dentre todas, uma desertou,
Lá vai Ele atrás, e lhe fala de amor!
Conduz ao aprisco, abrigo e calor,
Pois Sua promessa jamais vai faltar:
Que nunca perdidos nós vamos ficar,
Na Casa do Pai, em conjunto estaremos,
Com um só Pastor, um rebanho seremos,
Cantando louvores na beira do mar.
CL: ( O Tesouro Encontrado )
Cavava um homem o chão duro e alheio
Buscando o sustento pra sua família
Eis que, de repente, o ouro lhe brilha
Achara um tesouro, riquíssimo veio!
Vendendo o que tinha, em grande anseio,
Já compra o terreno e começa a explorar,
Sabendo que o Pai, doravante, vai dar
O que necessita pra sobrevivência!
Ensina Jesus, nessa experiência:
Só acha quem busca, na terra e no mar!
PF ( Analisando)
O grande tesouro, dito pelo Mestre
“O reino dos céus está dentro de vós”
E nós desfrutamos, somente após
De nos libertarmos do apego terrestre!
Nosso coração ao amor se adestre
É duro, o terreno, que vamos cavar,
Pra esse tesouro poder encontrar.
Serão os Valores Espirituais
Que nos unirão com os celestiais,
Fazendo garimpos na beira do mar
CL: ( Jesus Acalma a Tempestade )
Estava o Cristo, com seus seguidores,
A bordo de um barco, pequeno pesqueiro,
Eis que, de repente, estala o madeiro:
Uma tempestade, causando temores!
Com medo da morte, da dor, dos horrores,
Os seus seguidores começam a gritar...
Jesus, muito calmo, eleva o olhar
Aos Céus e ordena: - Cesse a tempestade!
O mar obedece e, com essa verdade
Confiança Ele ensina, no meio do mar!
PF: (Analisando o Ensinamento)
O Mestre ensina que a Autoconfiança
Venceu os temores e as tempestades,
Nos torna tão fortes, como as potestades,
Porque quem confia tem sempre esperança!
Não teme a morte e, com fé, sempre alcança
Ser um mensageiro e a força usar,
Para combater todo o mal e mandar
Nos ventos, nas águas tão forte e afoito,
Nos fala Mateus no capítulo oito
Defendendo os fracos na beira do mar
CL: ( A Mulher Adúltera - Duas estrofes )
Encontra Jesus uma cena chocante:
Na praça da aldeia, feroz multidão,
Semblantes em fúria, traz pedras na mão,
No centro da roda, a mulher, hesitante!
E dizem ao Mestre, no mesmo instante:
Ela é pecadora, não vai escapar
E o Mestre pergunta em suave falar:
E quem não pecou? Lance a pedra primeira
Aquele que nunca agiu dessa maneira,
Ou se arrependam... na beira do mar!
Se abaixa, depois, e começa a escrever
Na areia, na terra, e o tempo passa.
Erguendo a vista, ninguém mais na praça,
Somente a mulher, lá, baixinho a gemer...
Pergunta o Mestre, querendo saber:
Quem te condenava, onde é que foi parar?
Ninguém te condena? Vou te perdoar!
Pois vai-te em paz e não peca de novo!
Mais uma lição Ele deu a Seu povo,
Que, assim, aprendia, na beira do mar!
PF: ( Analisando - Duas estrofes)
São tantas lições que o Mestre nos deu,
Em que Ele lembrava o Velho Testamento!
Porque elas caíam no esquecimento
Foram relembradas, São João escreveu:
Está em Levítico ao Povo Judeu
Que os dois são culpados, no adulterar!
Não é só a mulher que se deve culpar,
Também é o homem, por tê-la iludido,
Pensando, depois, que seria eximido
De qualquer pecado na beira do mar
Não existem vítimas no Universo,
Nós somos culpados pelas nossas dores,
Porque já causamos muitos dissabores.
O homem só vive no orgulho imerso
Pois é vaidoso, cruel e perverso.
Esquece que temos dever de amar,
Juntando à mulher, os dois fazem um par,
Não há diferença junto à Lei Divina,
Pra Deus são iguais, cumprindo sua sina,
Formando a Família, na beira do mar!
CL: ( Deixai vir a Mim os pequeninos )
Descansa Jesus, em um raro instante
E algumas crianças, então, O rodeiam,
Colhendo o carinho que suas mãos semeiam.
Mas seus seguidores em bravo rompante,
Afastam os pequenos, com duro semblante!
Jesus entretando, as faz retornar,
Dizendo que o Reino dos Céus vai estar
De posse daqueles, de coração puro!
Deixai vir a mim os pequenos, Eu juro
Que o céu lhes pertence, na terra e no mar!
PF: ( Analisando)
"Deixai vir a mim todos os pequeninos",
Assim disse o Mestre ao falar das crianças,
Pois são corações só contêm esperanças
E é deles o céu, mensageiros divinos!
Não são disfarçados, porém cristalinos,
É neles que os homens se vão espelhar!
Na sua inocência, eles vivem a mostrar
O que é o amor puro e verdadeiro,
Que deve reinar pelo mundo inteiro
Pra ganhar o reino do céu e do mar.
CL: ( “O Juízo Final” - Duas estrofes )
Um rei separou, em dois grupos, seu povo:
Aos bons acolheu, nesse belo momento.
Aos maus destinou um atroz sofrimento,
Jesus relatou, explicando, de novo:
Os maus são aqueles que dizem: Não movo
Uma palha, no intento de alguém ajudar!
Os bons são aqueles que, nesse estradar,
Visitam, consolam quem tem sede e fome,
Num gesto de amor, que assim ganha um nome:
Vai ser Caridade , na terra e no mar!
Quem Me visitou, consolou com carinho,
Me dando atenção quando Eu mais precisava
Merece agora livrar-se da lava
Fervente, que queima, nesse mau caminho.
Quem nunca Me olhou, nesse mundo mesquinho,
Um pouco de dor ainda tem que passar
É o aprendizado que vai reformar
A alma e trazê-la de volta ao Amor!
Assim ensinava esse Mestre e Senhor,
Contando histórias, na beira do mar!
PF ( Analisando - Uma estrofe )
Separando os bodes das mansas ovelhas,
Jesus nos ensina a fazer caridade,
Pois a salvação está nesta verdade:
Não somos a luz, mas pequenas centelhas!
Sigamos o exemplo das nobres abelhas
Trabalhando sempre pra vida adoçar!
A nossos irmãos, mister amparar:
Os pobres, famintos, os nus e doentes
Os presos, sem casa, enfim, penitentes
Irmãos de Jesus, sempre à beira do mar!
CL ( " Olhai os Lírios do Campo " - Duas estrofes )
Perguntam ao Mestre em meio a um discurso:
Por que é tão negro o futuro da gente?
Jesus fita o céu, depois diz, docemente:
Reparem as aves, voando em seu curso!
Não plantam, não ceifam, mas têm o recurso!
Reparem nos lírios, sempre a balançar,
Ao vento suave, sem ter que cuidar
O que vão comer, ou o que vão vestir!
Pois saibam que o Pai, Provedor, há de vir
Cuidar de nós todos, na terra e no mar!
Não valem Seus filhos, criados com amor,
Mais que passarinhos, ou lírios dos campos?
Não são eles mais que alguns pirilampos?
Pois que são humanos... nem bicho, nen flor!
Pois tenham certeza, nos céus, o Senhor
Está sempre atento, querendo nos dar
O que precisamos... e é só caminhar
Na trilha que o Pai nos legou, por missão!
Então, sentiremos, com toda emoção,
O Amor nos velando, na terra e no mar!
PF: ( Analisando - Uma estrofe )
A terra é fértil por isso produz
O suficiente para alimentar
Também o vestido para agasalhar
Pois assim falou nosso mestre Jesus
Assim todo aquele que a força conduz
Para juntar muito, em celeiro guardar
Virão os insetos e irão devorar
Deixando assim de servir ao irmão
Faltando cumprir com tão bela missão
De ser caridoso na beira do mar.
CL ( "O Grão de Mostarda" )
Falando Jesus sobre o Reino do Pai,
Nos trouxe também belas comparações:
O Reino dos Céus, em vossos corações,
É como a pequena semente, que vai,
Tornar-se uma árvore que as aves atrai,
Pois o crescimento o Pai vai lhe dar!
Assim comparando, queria ensinar:
Em crendo com força, o Amor nunca tarda,
Será vossa Fé a pequena mostarda,
Sinal desse Reino, no céu, terra e mar!
PF ( Analisando )
O grão de mostarda está dentro da gente
Aguarda o instante de ser cultivada
Porque sua força tem que ser regada
No meu coração essa grande semente
A fé é a força que anima o crente
O Mestre me ensina, posso transportar
As grandes montanhas, mudando o lugar
É essa a semente depois de crescida
O orgulho a montanha que foi removida
Me fortalecendo na beira do mar
CL ( Milagres: A Distribuição dos Pães )
Estava o Mestre pregando em um monte
Milhares de almas disseram ter fome:
" -Não há como ouvir, se o pão não se come!"
Pegou cinco pães e, fitando o horizonte,
Jesus pede ao Pai dos milagres, a Fonte,
Reparte com todos, naquele lugar!
E todos comeram, até se saciar,
Sobrou muito pão e até peixes, também,
O Mestre não deixa faltar pra ninguém,
Comida e Amor, nesse monte ou no mar!
( A pedido do Compadre Lemos, o Mestre Petronilo Filho muda de Estilo, passando a rimar em Martelo Agalopado )
PF ( Comenta )
Cinco pães e dois peixes foi bastante
Pra acabar com a fome de um povo
Quem tem fé em Jesus nasce de novo
O esteio do pobre e o viajante
Ele faz com que o pouco se agigante
Sua força transforma em alimento
As palavras nos servem de alento
Todos nós nos sentimos saciados
E seremos pra sempre alimentados
O Evangelho será nosso sustento.
CL ( Comparações: "O Reino dos Céus é Como Uma Rede" )
E pediam ao Mestre, a toda hora
Que falasse do Reino que é do Pai.
Com paciência e carinho, Ele assim vai
Explicando a todos, sem demora:
Uma rede se lança ao mar, lá fora,
Toda espécie de peixe a recolher.
Mas, depois, se separa o que vai ter
Serventia e o resto volta ao mar!
Dessa forma, o Pai vai separar
Os que na Sua Glória vão viver!
PF ( Comentando )
A palavra do Mestre é a rede
E o cesto os nossos corações
O pescado são as nossas ações
Construídas em nós como parede
Pra matar nossa fome e nossa sede
A justiça devemos praticar
Todos males devemos descartar
Cultivando o amor e a virtude
Desprezar nossos vícios é atitude
Que garante ao homem se salvar.
CL ( A Cura da Mulher Hemorrágica )
Quando entrava Jesus numa cidade,
E o povo, então, já lhe cercava,
Uma mulher, que um terrível mal portava,
É premida por tal necessidade!
Vem e toca seu manto, e na verdade,
É curada, com amor, nesse momento.
Percebendo, Jesus, com entendimento
Diz a ela: tua fé foi quem curou,
Instrumento do Pai é o que Eu sou!
Conta Lucas, no Novo Testamento!
PF ( Comentando - O passe magnético é natural )
A mulher recebeu o benefício
Ao tocar nos vestidos de Jesus
E sentindo sair fachos de luz
O Divino bendisse o sacrifício
Esse tipo de cura desde o início
Ensinado por Ele aos seus irmãos
É somente impor as suas mãos
Se tens fé vai fluir a energia
Doutor Mésmer provou com alegria
E Kardec mostrou para os cristãos.
CL: ( Ainda sobre o Magnetismo )
O Compadre demonstra competência
Ao falar desse tal Magnetismo
Nos promórdios lá do Cristianismo
Os Discípulos tinham essa Ciência.
Pois O Mestre ensinou, com paciência,
Instrumentos seremos, com louvor,
Se aos outros tratarmos com amor
Não fazendo escolhas entre estes,
"Dai de graça o o dom que recebestes"
Repetia Jesus, em seu labor!
PF - ( Novamente Comentando)
Ele impôs suas mãos a alguns meninos
E a filha de Jairo assim curou
E aos doze em par ele mandou
Que cumprissem com fé os seus destinos
E que nunca esquecessem seus ensinos
Atendendo a todos com amor
E em todos as suas mãos impor
Como fez sobre Saulo, Ananias,
Que passou a fazer todos os dias
Retirando do enfermo a sua dor.
CL ( Confiança no Pai )
Confiança em Deus, se alguém perdia,
Já surgia Jesus, pra restaurar,
Mansamente chegava, a perguntar:
Se sois maus, mesmo assim, no dia a dia,
Não cuidais vossos filhos, com alegria?
Quanto mais Nosso Pai, Nosso Senhor
Boas coisas trará, com muito amor!
Em verdade, Eu vos digo: confiai
Na Bondade inegável desse Pai,
Que é Vida, Coragem e Destemor!
PF: ( Vinde a Mim! )
Vinde a mim, todos vós que estais aflitos
Porque a todos eu aliviarei
Eu sou brando e comigo aprendei
A viver de acordo com os escritos
O meu jugo desfaz os teus conflitos
Pois é leve e impõe só um dever
Ensinando outro jeito de viver
Se me amais guardareis meus mandamentos
Amparai todos em padecimento
Que o Pai vai sempre te proteger.
CL: ( "Estarei Convosco Até o Final dos Tempos" )
Reunindo os Apóstolos, um dia
Eis que o Mestre, na mesma hora vai
Dizer: "Volto pra Casa do Meu Pai
Mas o faço a bem da Harmonia".
Estarei, pois, convosco todo dia,
Até vir o final da nossa era
Bem feliz quem trabalha, enquanto espera,
Merecendo, ao final, o Galardão
Tragam sempre na mente esta lição:
Quem confia no Pai não desespera!
PF: ( Comentando )
O Rabi em espírito falou
Em um mote aos doze na Galiléia
Junto daquela seleta platéia
Não temais que convosco sempre estou
Porque junto ao Pai agora em vou
Preparar para a regeneração
Esta terra de prova e expiação
Que será um planeta abençoado
Será o joio do trigo separado
E os maus terão sua punição.
Compadre Lemos: ( O Pai Nosso - Duas Estrofes )
Perguntaram ao Mestre, certo dia,
Como é que se deve, então, orar?
Ele pos-Se então, a explicar,
"Ao Pai Nosso dizei, com alegria:
Venha a nós Vosso Reino de Harmonia
Seja feita, por nós, Vossa Vontade
Cá na terra e no céu, com igualdade,
O Pão Nosso nos dai, diariamente
Perdoai nossas faltas, finalmente,
Quando nós perdoarmos de verdade!
Não deixeis que encontremos tentação
Mas livrai-nos do Mal que há sobre a Terra
E assim não tereis mais tanta guerra
Tanto ódio de irmão, que mata irmão.
Nâo orai, afetando ostentação,
Pra que todos vos vejam, em plena rua!
Fechai pois, vossa porta e, de alma nua,
Com o Pai conversai sempre em segredo,
Ele sabe e conhece o vosso medo,
Mas, com a prece, é que Ele mais atua!
PF ( Sobre a Prece - Duas estrofes )
Não precisa subir na sinagoga
Nem nos altos altares da igreja
Porque a prece não é uma peleja
O Evangelho do Mestre não derroga
Ele mesmo é quem diz que advoga
Seja um crente em qualquer religião
Seguidor da bíblia ou do alcorão
Se exibir vestindo seus paramentos
Na verdade é orar sem sentimentos
O que vale é falar com o coração.
Se por dentro carrego meus defeitos
Mas só quero mostrar as qualidades
Cultivando as minhas vaidades
E se digo que estou entre os eleitos
Que também estou entre os mais direitos
Me comparo àquele fariseu
Orgulhoso pior que um ateu
Humilhando o pobre publicano
Que mostrou-se ser muito mais humano
E dos seus pecados se arrependeu.
Compadre Lemos: ( Parábola do Jovem Rico - Duas Estrofes )
E Jesus vem nos dar outra lição,
Quando fala de um jovem, que era rico
Que pergunta: Rabi, agora eu fico
Só pensando na minha situação.
Por favor, me dispense a atenção
E me faça enxergar por entre os véus,
Como é que se chega lá nos céus?
Eu também estou querendo me salvar!
A resposta Jesus, então, vai dar
Pois que veio ensinar para os incréus!
Segue pois, com atenção, o Mandamento
E o jovem responde: Isso eu já faço!
Jesus volta a dizer, sem embaraço,
Vende tudo o que tens neste momento.
Distrubua o valor do teu provento
Com aqueles que nada têm de seu!
Nessa hora o Jovem entristeceu
E deixou pra depois a decisão,
Mas Jesus segue em frente e, com razão,
Diz: Pro Amor, este ainda não nasceu!
PF: ( Comenta - Duas Estrofes )
Se ao rico é difícil entrar no céu
Quando diz da agulha e do camelo
Jesus Cristo nos faz um grande apelo
Que a riqueza não é nosso troféu
Nossos bens vão ficar no mausoléu
Pra seguir a Jesus nesse momento
Não se pode ser rico e avarento
Se a riqueza é a prova mais penosa
Porque é ilusória e perigosa
Que nos leva à dor e ao sofrimento.
Se o moço quedou-se muito triste
Porque era apegado a riqueza
Não sabia viver sem a nobreza
De seguir a Jesus ele desiste
Dentro dele o apego inda persiste
Impedindo vender os seus valores
Que doando sanava muitas dores
Mas ganhava outros mais especiais
São os nobres bens espirituais
Passagem pro mundo dos esplendores.
CL ( A Pesca Milagrosa - Duas estrofes )
Eram três pescadores lamentando:
Porque a pesca sumiu e nada vem,
Só a rede vazia é o que se tem.
E Jesus, muito calmo, só escutando.
Disse, então, façam pois, ao Meu Comando,
Suas redes atirem, tenham fé!
Quando puxam as redes, com a maré,
Tanto peixe encontram, maravilha!
Pois àqueles que cuidam da família
A Confiança em Deus mantém de pé!
O Evangelho descreve os pescadores:
Um foi Pedro, chamado de Simão
E os outros, portanto, Tiago e João
Que enfrentavam, pois, muitos dissabores!
Não rendendo seu culto a mais senhores,
Que não fossem trabalho e honestidade,
Convidados já foram, em verdade,
Pra seguir Nosso Mestre em seu caminho!
Pescadores de almas, com carinho,
Se tornaram, por toda a Eternidade!
PF ( Comenta - Duas Estrofes )
O milagre da pesca abundante
Que traz peixe de toda qualidade
A palavra do Mestre é a verdade
Que Lhe emana do peito radiante
Sua pesca é sempre uma constante
Ele mostra o caminho a seguir
E o barco sereno conduzir
Procurando trazer em Sua rede
Todo aquele que sofre e que tem sede
Que na paz e na fé vai prosseguir.
Nosso Mestre buscou dentro do povo
Os humildes e sem conhecimento
Não queria doutores de talento
Pra mostrar o que é nascer de novo
Os sabidos seriam grande estorvo
Na missão de pregar a boa nova
Porque para exercer tão grande prova
Tem que ser humilde de coração
E partir pra tão sublime missão
Confiante e sem medo da reprova.
CL: ( Mais um Ensinamento - A Regra de Ouro )
Perguntaram ao Mestre, certo dia,
A medida exata da Justiça
Como vamos saber, em meio à liça,
Se o Mal nos domina ou o Bem nos guia?
E Jesus respondeu, com alegria,
Uma regra vos dou, e tem valor:
"Aos irmãos só fazei, seja o que for,
Se igualmente gostásseis fosse feito
A vós mesmos", portanto é o respeito
A medida com que Deus mede o Amor!
PF ( Comenta )
Não julgueis, pra que não sejais julgados
Foi a regra que Jesus ensinou
Um segundo preceito ainda lhes dou
É amar se quiserem ser amados
Se quiseres perdão dos teus pecados
Em primeiro lugar dá teu perdão
Não repares os erros do irmão
Olha os teus, bem maiores que os dele
Melhorar cabe a ti e não a ele
Para que haja harmonia e união.
CL: ( Para Maria, Mãe de Cristo )
Muito tempo depois de Ele nascer,
Compuseram uma prece pra Maria
Que é Cheia de Graça, todo dia,
O Senhor é Convosco, a conceber!
E Bendita sois Vós, eu vou dizer,
Entre todas mulheres do lugar
E Bendito é o Fruto, que gerar
Vosso Ventre Sagrado, que é só luz,
Que um dia será o Mestre Jesus
Que virá para o Amor nos ensinar!
Pois sois Santa, Maria Mãe do Amor,
E rogai pelos pobres pecadores
Mesmo agora, e na hora dos horrores,
Que são morte, pecado e dissabor!
Essa prece contém grande valor,
Pois nos mostra a imagem de Maria:
A Humildade que se oferece, um dia
Para ser instrumento à Mão do Pai,
E é assim que o Nosso Mestre vai
Nos trazer tanta paz e harmonia!
PF ( Comenta )
Escolhida pra ser a mãe divina
Do Divino Rabi da Galiléia
O Cordeiro em meio a alcatéia
Um virgem tão jovem e tão menina
Como a luz da estrela vespertina
Foi eleita a mãe da humanidade
O exemplo de amor e caridade
Amparando os desvalidos da sorte
Nos espera depois da nossa morte
Lá no mundo de paz e claridade.
Muitos nomes lhe deram seus fieis
Mãe dos homens e Rainha da Paz
Alegria e ventura ela nos traz
A cobriram dos mais belos lauréis
Lhe pintaram nos mais belos painéis
Protetora de velhos e crianças
Todos nela anseiam esperanças
Que um anjo a tratou como bendita
O seu filho aplacou nossa desdita
Nos falando das bem-aventuranças.
CL ( Pelos Frutos os Reconhecereis - Duas Estrofes )
E perguntam ao Mestre, o que faremos,
Pra saber se alguém é nosso irmão?
E Jesus respondeu: o coração
Tem segredos que, às vezes, nós não vemos!
Mas um meio seguro nós já temos
E devemos, assim analisar:
São os frutos que vão nos informar
Se a árvore é boa ou é ruim,
Pelos frutos conhecereis, assim,
Os irmãos com os quais podeis contar!
Se alguém, dentre vós, for desordeiro,
Vos chamando ao pecado e muita dor,
Se alguém vos faltar com o vero amor,
Como um lobo na pele de um cordeiro!
O perdão deve vir, sempre em primeiro,
Desta forma o ensino se completa,
Mas, cautela com o tal falso profeta,
Pois tais frutos já mostram o que ele é!
Deixai, pois que ele siga, e tendes fé,
Que o Amor será sempre a nossa meta!
PF ( "A Paz esteja conosco" Duas Estrofes)
Não se colhem os figos entre os abrolhos
Nem as uvas em meio aos espinheiros
Não creiais em qualquer dos mensageiros
Separemos os bons entre os escolhos
Com cuidado se abrirmos nossos olhos
Vamos ver se é lobo ou se é ovelha
Pois o falso ao lobo se assemelha
Que engana àqueles desavisados
Arrastando pra teia dos pecados
Apagando do amor sua centelha.
Se disserem que o Cristo está aqui
Verifique primeiro se é verdade
Porque muitos profetas da maldade
São tão falsos iguais a um saci
A verdade é brilhante qual rubi
Não condena o outro por não crer
Abre os braços pra todos receber
A igreja do Mestre é o amor
Não acolhe só quem paga valor
Só na terra dinheiro há de valer.
CL ( "Quem são minha mãe e meus irmãos?" )
Nosso Mestre, na casa de um amigo,
Era imensa, lá fora, a multidão,
E chegaram Sua Mãe e Seu Irmão,
E chamaram por Ele, nesse abrigo!
Escutai, em verdade, eu vos digo,
Então fala Jesus, impondo as mãos,
Vós que sois minha mãe e meus irmãos
Porque contra esta Lei não há quem vai,
Pois nós somos rebentos de Um Só Pai
E do Amor que vem Dele, aos corações!
E o Povo espantado, então dizia:
Não é Este o Tal Filho de José?
Carpinteiro humilde que Ele é,
Sua Mãe não é, pois, a Tal Maria?
Quem falava assim não compreendia
A intenção de Jesus, nesse momento,
De mostrar o enorme sentimento
Filial que devemos ter por Deus!
E assim, ensinando para os seus
O respeito ao Senhor do Firmamento!
PF ( Comenta - Duas Estrofes )
Nosso Mestre nos dá grande lição
Quando fala da sua parentela
A família de fato é aquela
Que trabalha e que vive em comunhão
Não é sangue que faz nosso irmão
É aquele que ama de verdade
Que constrói laços de fraternidade
E que faz a vontade do meu Pai
Suas leis para sempre recordai
Pra viver sempre na felicidade.
Não importa qual raça e nem a cor
Nem país nem também religião
Japonês, brasileiro ou alemão
Só se conta os laços do amor
Somos todos do mesmo Criador
Espalhados por todo o universo
Se o homem no mundo está disperso
E fazendo da guerra uma constante
Ignora que viemos da fonte
De onde todo vivente foi emerso.
CL ( Sobre o Perdão )
Nosso Mestre também nos ensinou
Que ofensas teremos, todo dia,
Mas mantendo equilíbrio e harmonia
Só faremos o que Ele nos mandou!
Sobre isto Jesus assim falou:
Não são sete, meus filhos, mas setenta
Vezes sete e é assim que se apascenta
Todo ódio que em nosso coração
Inda houver, pois é só mesmo o Perdão
Que o Mal deste mundo afugenta!
PF ( Comenta - Duas Estrofes )
Relembrando das bem-aventuranças
Exaltando os misericordiosos
São contados no meio dos ditosos
Nosso Mestre os compara a crianças
Adversos de ódios e vinganças
Pregadores do bem e do perdão
Como foi retratado na canção
“Perdoando é que se é perdoado”
Eu só tenho o perdão do meu pecado
Se também perdoar ao meu irmão.
Pra podermos ganhar a indulgência
Indulgentes também devemos ser
Se meu próximo um dia me ofender
Meu perdão tem que ser sem exigência
Como é que eu posso pedir clemência
Se do outro alimento ódio e rancor
Eu também sou o mesmo pecador
Devo ser tolerante e paciente
Perdoar a todos eternamente
Para entrar nas moradas do Senhor.
CL: ( Sobre a Oferta )
E Jesus ensinava ao povo inteiro
Como é que se deve ofertar:
Já estando, pois, perto do altar,
Se lembrar que um antigo companheiro
Contra ti guarda ódio, vai primeiro,
E depressa lhe pede o seu perdão!
Busca, assim a reconciliação,
Que somente a Paz agrada a Deus
E por isso lhes digo, filhos meus,
Nunca guardem rancor, no coração!
PF: ( Comenta )
O egoísmo é tão ruim quanto o orgulho
Tanta gente se diz que é cristão
Mas retém tanto mal no coração
Que parece um depósito de entulho
Sem pancada, sem grito e sem barulho
Esses males devemos espantar
Se ao templo nós vamos para orar
Mas sentindo desprezo por alguém
Nossas preces não chegam no além
Nosso Pai nunca vai nos escutar.
CL: ( As Bem Aventuranças ou O Sermão do Monte )
E Jesus, tendo subido a um monte,
Acercou-se-Lhe imensa multidão,
E a eles, abrindo o coração,
Pede o Mestre: Pois deixem Eu lhes conte!
Bem felizes aqueles que são ponte,
Para os outros, em grande mansidão,
Os humildes, os que têm compaixão,
E os que choram, pois vão ser consolados!
Sejam todos, pois bem aventurados,
Pois do Pai têm, pra sempre, a atenção.
Deus acolhe os misericordiosos,
E os limpos, de todo coração,
Que têm fome e já não encontram o pão,
Pois no Reino do Pai serão ditosos.
Perseguidos que são, por poderosos,
Injustiças sofrendo, sem clamar,
Acreditem, que um dia hão de estar
Junto ao Pai, como bem aventurados,
Tendo sido os pecados perdoados
Por Aquele Que Ama Perdoar!!!
PF: ( Comenta - Duas Estrofes )
E dos pobres de espírito falou
Que também estaria entre os eleitos
Todo aquele que dentro dos preceitos
Foi humilde e nunca se orgulhou
Mesmo rico do pobre se lembrou
Socorreu no silêncio rebaixado
Não se fez arrogante e elevado
Nem está entre os doutos e prudentes
Mas colheu e plantou boas sementes
E por isso que é sempre relembrado.
Muita gente se faz grande na terra
Esquecendo que todos são iguais
Na nobreza dos palácios reais
Na luxúria e prazeres se encerra
Infligindo a dor fazendo a guerra
Desrespeita os direitos do irmão
Cultivando o orgulho e a ambição
Vai voltar como um pobre rejeitado
Perguntando por que fui castigado?
Foi a lei de ação e reação.
NOVA MUDANÇA DE ESTILO:
CL - Caro Mestre Petronilo,
Para que possamos "passear" com este tema maravilhoso por mais Estilos de Cordel, eu sugiro:
Vamos rimar um pouco em Décimas? Que tal um bom mote?
Vou postar uma proposta, nesse sentido. Se o senhor achar conveniente, responda ao verso, simplesmente. Se não, queira, por favor, justificar a não aceitação.
Obrigado!
Mote proposto:
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
Vamos lá?
Sendo o Cordel a expressão
Da Cultura Popular,
Sendo a Poesia o Altar
Do Belo, com devoção,
Sendo Jesus, nosso irmão,
Nosso mestre, no Amor,
Sendo Deus, Nosso Senhor,
Merecedor de louvores...
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
PF: ( Resposta )
Ainda quero falar
Para a gente concluir
O Evangelho seguir
Depois podemos voltar
Aí nós vamos mudar
E seja lá como for
Seguindo o nosso pastor
Cantando nossos pendores
Somos todos seguidores
Do Divino Professor
(continuando)
Quando fala dos que verão a Deus
Se refere aos puros de coração
São crianças buscando a perfeição
Evitando imitar os filisteus
Nosso Mestre mostrou aos fariseus
Que o pecado se faz no pensamento
O adultério, o roubo e o julgamento
São pecados que provocam escândalo
Pois os puros procedem igual ao sândalo
Perfumando quem lhe causa o tormento.
Convidado a jantar na residência
De um homem que se escandalizou
Por sentar-se e as mãos sequer lavou
O Divino falou com paciência
O que entra não causa indecência
O que mata é o que sai do coração
A desonra a maldade e a traição
Tudo isso lá dentro são criados
Sois iguais a sepulcros bem caiados
Que por dentro só existe a podridão.
CL: ( Em Décimas de Sete Pés )
Jesus chegava, dizendo:
"A paz esteja contigo!"
Assim, o Divino Amigo
A todos vinha trazendo
A mensagem que desvendo
Em versos, com muito amor:
Que se faça um só louvor
Pois pobres, ricos, doutores,
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
PF:
"Ide ao mundo e pregai
Para toda a criatura"
Assim diz a escritura
O bem ao irmão clamai
Ao inimigo abraçai
Sois arautos do amor
Sejam bálsamos da dor
Não se iludam com impostores
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
CL:
Humildes, pobres, mendigos,
Doutores, reis, potentados,
Políticos, desempregados,
Rivais, irmãos, inimigos,
Enfrentando ou não perigos,
No descanso ou no labor,
Na estrada, seja onde for,
Buscando nossos valores...
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
PF:
No reino Celestial
Não existe distinção
Pastor, padre e sacristão
Todo mundo é igual
Lá não tem seita rival
Se da lei é um doutor
Tem que tratar com amor
Os seus irmãos sofredores
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
CL:
O vaqueiro nordestino,
O trabalhador paulista,
O poeta, o artista,
O moço, o velho, o menino,
Todos com o mesmo destino
De aprender com seu labor,
Porque Deus não faz favor
E não nos cobra louvores...
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
PF:
Tem pastor que grita tanto
Achando que Deus é surdo
Que tamanho absurdo
Quando Jesus no entanto
Pede pra orar num canto
Sem alarde, sem clamor
Ele é nosso confessor
Conhece nossos pendores
Somos todos seguidores
Do Divino Professor!
( Esta Peleja ainda não foi dada como encerrada. Assim que forem surgindo novas estrofes, nós as postaremos aqui).
Como escreveu Carlos Pastorino, em "Minutos de Sabedoria":
"Se, pelo menos, uma pessoa for ajudada por intermédio deste humilde trabalho, nós daremos por justificdo o tempo despendido na sua elaboração".
Fraterno abraço a todos!...
Fonte:
Comunidade Desafio de Cordel ( Orkut )
Assimam e agradecem:
Luiz Carlos Lemos ( Compadre Lemos)
e
Petronilo Filho.