" A GENTE SAI DO SERTÃO, E O SERTÃO NÃO SAI DA GENTE"...
Quando menino deixei,
A minha terra querida,
Na hora da despedida
Confesso que até chorei,
Pra lá não mais voltei
Min’alma ainda sente,
Saudades da minha gente
Me palpita o coração!
"A gente sai do sertão
E o sertão não sai da gente!"
A casa de chão batida,
Bem na curva da estrada
O canto da passarada,
A “fartura” de comida,
A roça cheia de vida
Lá na quebrada imponente!
Meu pai todo contente
Com chuva forte no chão,
“A gente sai do sertão
E o sertão não sai da gente!"
É pena, mas a verdade,
É de cortar coração
Chega a seca no torrão,
E vira calamidade,
Todos buscam a cidade
Fugindo apressadamente,
Para trás fica somente
Os rastros tristes no chão
“A gente sai do sertão
E o sertão não sai da gente!"
E no peito vai ficando
Aquela dor que lacera,
Cá no íntimo uma espera,
De uma chance pra voltar,
Dia-a-dia a trabalhar
Mesmo estando contente,
Porém, a alma plangente
Não me dá sossego não
“A gente sai do sertão
E o sertão não sai da gente!"
lealrodrigues@hotmail.com
Lindoval Rodrigues Leal