A SENHORA DA RUA DAS DALIAS

Sentada na velha cadeira de balanço em frente a casa

desbotada, observava o progresso.

As velhas ruas esburacadas, agora davam lugar ao asfalto.

As pessoas passavam apressadamente, os carros em alta

velocidade.

Cada ruga em sua face, uma historia de um momento

adormecido em suas lembranças.

As maos que um dia foram seguras hoje estavam fregeis e

tremulas.

Os olhos negros cansados da apatia que a vida se tornara.

Nos bolsos do velho vestido de algodao as cartas que jamais

chegaram ao seu destino.

Quando as lagrimas banhavam sua face a levava de volta a

sua juventude.

A dor podia lhe corroer, mas nem por um instante diluir a

esperança.

Seu corpo estava cansado da solidao, em seu coraçao cada

sonho engavetado.

Fora numa tarde de outono que a encontraram.

O friozinho do entardecer despertou a atençao da jovenzinha

que passava todos os dias em frente a aquela casa em ruinas.

Ao se aproximar e chamar a senhora de cabelos grisalhos,

percebera que seu sono era eterno.

Com pesar caminhou ate ela, suas lagrimas banharam o corpo

gelido.

Mas a senhora da rua das Dalias retornara para seu destino.

Nao se sabe por quantas estaçoes a senhora franzina viu a

vida traçar seu rumo, observando a vida se passar na sua

velha cadeira de balanço.

Seu corpo havia recuperado o vigor dos tempos de outrora,

ja nao sentia o peso dos anos de existencia terrena.

Olhou com mais atençao aquele lugar em que se encontrava

agora e seu coraçao se encheu de felicidade, finalmente ela

o reencontrou.

Neste instante suas maos o acarinharam e num ternue abraço

ele a envolveu.

Agora nao havia temor, finalmente estavam juntos e em seus

coraçoes a certeza que o verdadeiro amor e imortal.

De maos dadas caminharam rumo a eternidade.

CAMOMILLA HASSAN/21/01/08

CAMOMILLA HASSAN
Enviado por CAMOMILLA HASSAN em 21/01/2008
Código do texto: T827232
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.