O HOMEM CONCRETO
Naquela noite ele chorou pela última vez, seu cansaço e solidão, lhe trazia arretimia,seu peito doía, sentia em seu peito uma faca cravada, que a cada soluço, rasgava seus pulmões, resolveu que não sairia mais de casa, decidiu olhar o mundo pela janela, sua prisão tinha paredes descascadas, se via a velha tinta azul por debaixo do velho casebre.Dias se passarão e agora o Sol queimava sua pele, o pó que que entrava pela janela formava um pequeno arco íris de poeira, tantas lembranças aquele lugar lhe trazia, não queria partir, aquele velho casebre tinha cheiro de pessoas, de risos e abraços, a mesa agora vazia, um dia foi rodeada de gargalhadas e lágrimas e agora somente baratas, comia o resto do pão!Anos se passarão e ele , sentia o pó cobrindo sua pele, uma mariposa, sacudia sua asas e assim , aquele velho homem, foi se transformando em fragmentos de pó, quando seu rosto. Teimava um sorriso, rachaduras se faziam em sua face, assim aquele que um dia sabia oq ué era felicidade, agora é só um homens coberto de saudades e poeira, na escuridão do seu quarto, sentiu cheiro de terra molhada,alguem lhe chama lá fora, lembrou daqueles olhos castanhos, que lhe deu um único abraço do que ele entendia como amor.Abriu a porta e uma leve garoa, caia pelas velhas calha, queria brincar na chuva, mas seus corpos lhe transformou em homens coberto de pó, mesmo assim a chuva lhe chamava pra dançar, então olhou para o céu, e fechou olhos , e nunca mais os abriu, de tanta poeira de saudades e dores, aquele homem virou concreto, de tão duro e empurrado pelo vento caiu no chão, se partiu em mil pedaços,seu coração ainda quente , escapou por sua caixa torácica, e caiu em uma poça d'água, a sua amiga mariposa, sacudiu sua asas e seu coração , a fez estrelas, e rasgou o céu e se chocou na mais distante galáxia e nasceu um planeta, de tão distante que nem a luz pode lhe aquecer.