O ESPÍRITO DO MAL

Aldo era um jovem de 21 anos que vivia em uma cadeira de rodas desde que seus pais imaginavam ele dar os primeiros passos quando tinha quase 1 ano, foi aí que descobriram a sua deficiência. O tempo foi passando e nada foi possível fazer para que andasse. Além da deficiência motora ele apresentou anos depois um quadro grave de depressão, sendo obrigado a fazer tratamento psiquiátrico.

Era uma manhã cinzenta de agosto quando sua mãe o levava para o consultório do psiquiatra, o carro onde estavam, dirigido por seu pai, parou em um semáforo e um indivíduo moreno, barba por fazer e maltrapilho se aproximou repentinamente e segurou o braço de Aldo, que não reagiu. Era normal em outras situações ele não aceitar, nem mesmo de alguns familiares, mas nesse dia ele ficou como que paralisado. O estranho fixou bem o olhar no 👦 rapaz por alguns instantes e ao sair disse: "vem comigo!" Dito isso sumiu no meio do 🚇 trânsito. Os pais testemunharam a cena, mas nada puderam fazer e também Aldo nada sofreu.

Passados alguns dias Aldo começou a ter alucinações e sonhos estranhos que ele mesmo contava com detalhes no dia seguinte. Durante o dia ele era visto como a conversar com alguém, porém ninguém estava por perto. Nos sonhos ele afirmava que alguém queria levá-lo para que tivesse paz, o que despertou a curiosidade e mais atenção dos pais. Ficou o rapaz sob vigilância severa, principalmente da mãe, que dormia sempre ao seu lado. Certa noite ela escutou uma conversa dele durante o sono, quando pronunciava bem a colocação das palavras, tendo a impressão de que ouvia também o que a outra pessoa falava. Não captava muito bem a conversa, mas pelo que entendeu era uma entidade que queria que ele a seguisse, só assim teria paz na vida. Isso deixou-a intranqúila e com pensamentos ruins na cabeça.

Certa tarde, quando estavam na varanda, um 🚹 homem se aproximou do portão e pediu água. Pensando ser algum pedinte a mãe de Aldo o atendeu e foi buscar um copo d'água. Quando retornou encontrou o filho de pé segurando o portão, quase caindo, enquanto o estranho pegava o copo e tomava a água. Foi nesse momento que ela reconheceu o estranho, era o mesmo sujeito que abordara eles no semáforo enquanto o carro aguardava o sinal verde. Depois que tomou a água ele rapidamente desapareceu. O que a deixou 😲 atónita foi como Aldo conseguiu chegar até o portão se ele era deficiente e vivia em uma cadeira de rodas. Gritou desesperadamemte e com a ajuda de outro filho Aldo foi recolocado em sua cadeira de rodas.

Isso mudou a rotina da família, o rapaz começou a ter crises mais fortes e a noite ele praticamente dormia muito pouco, o que fazia ele cochilar na cadeira de rodas durante o dia. O médico aumentou a dose do medicamento, mas a agitação dele permanecia. Inúmeras vezes ele gritava: "eu quero ir, me leve!" O sossego ali teve fim, muitas vezes tanto ela quanto o rapaz choravam discretamente, ela desejando a recuperação do filho e ele querendo ir embora para ter paz.

Alguns meses depois, enfrentando esses problemas que não paravam, o rapaz teve uma crise mais forte e foi levado às pressas para o hospital. O médico, algum tempo depois do atendimento de urgência, mandou chamar a mãe informando que ele queria lhe confidenciar uma coisa. Ela foi imediatamente e no leito da UTI encontrou ele aparentemente bem como se nada tivesse acontecido, o que a deixou tranqüila, pelo menos aparentemente. Então ele disse:

- Mãe, eu vou encontrar a minha paz, não se preocupe, mesmo aquele 🚹 homem sendo um espírito do mal eu preciso me libertar dele.

Dito isso Aldo fechou os olhos para sempre.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 23/08/2024
Reeditado em 23/08/2024
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