A MENINA QUE VIA ALMAS (2 recantistas aqui estão)
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A primeira vez que Nachtigall tomou um susto foi quando observou algo de anormal que acontecia, geralmente a noite, quando ela se postava na janela do seu quarto para admirar as estrelas, o que fazia com certa freqüência. Ela tinha seus treze para quatorze anos, era uma eterna sonhadora, tanto das estrelas como da lua, o que fazia florescer o romantismo na sua veia poética. Depois disso passou a escrever coisas "do outro mundo".
Estava essa menina sonhadora olhando as estrelas através da sua janela quando notou algo brilhante, branco, que voava tranqüilamente. A noite não estava tão clara, algumas luzes dos postes estavam apagadas e, note bem, Nachtigall morava ao lado de um cemitério. Ela tomou um susto, mas ficou a observar para descobrir do que se tratava. Aquilo brilhava como uma luz e em seguida ela "matou a charada" quando viu que se tratava de um vulto vestindo branco e "pousou" no cemitério.
Intrigada Nachtigall ficou a observar e aguardar todas as noites. Comentou com sua mãe Norma Aparecida que não deu muito crédito a filha e até disse que ela estava vendo almas penadas, orientando-a a rezar antes de dormir. Dona Norma Aparecida era muito religiosa, estava sempre na igreja, diferente da filha que almejava ter um sonho viajando pelo universo e ficando pertinho das estrelas. Como faria isso não imaginava, era impossível, é claro.
Daí em diante as almas passaram a ser vistas com mais freqüência pela menina e outras almas surgiram, algumas iluminadas, outras não, que vinham do céu e "pousavam" no cemitério. Acostumada com esse fato Nachtigall observava as evoluções delas, que adentravam o "lar dos mortos", ficavam por algum tempo e depois retornavam para o céu.
Dona Norma Aparecida nunca viu, mesmo a filha tentando lhe mostrar e nem tampouco houve algum registro de que alguém da comunidade tenha afirmado ter visto. Era uma visão somente de Nachtigall.