O mistério que vem do alto

Na pequena e isolada vila de Altamira, escondida entre montanhas escarpadas e florestas densas, os moradores viviam em paz, alheios ao mundo moderno. Suas tradições eram antigas, passadas de geração em geração, e a natureza ao redor ditava o ritmo de suas vidas. No entanto, essa paz foi abalada por um evento estranho que ninguém conseguia explicar.

 

Em uma noite sem lua, um barulho estrondoso reverberou pelos céus, seguido de uma luz intensa que iluminou toda a região. Os moradores, assustados, correram para fora de suas casas, mas não viram nada além do céu estrelado. No dia seguinte, porém, algo ainda mais inquietante aconteceu.

 

No topo do Monte Áureo, a montanha mais alta e sagrada da vila, uma estrutura desconhecida apareceu. Era uma torre negra, imponente e estranha, que parecia feita de um material que ninguém na vila havia visto antes. Alguns diziam que ela havia surgido do nada, trazida pela luz misteriosa. Outros afirmavam que sempre estivera lá, oculta por algum feitiço.

 

O medo e a curiosidade tomaram conta de Altamira. Quem ousaria subir o Monte Áureo para investigar? Afinal, o monte era considerado território dos antigos espíritos, e subir lá sem permissão era impensável. Contudo, havia um homem na vila, conhecido por todos como o Sábio, que decidiu enfrentar o mistério.

 

O Sábio era um homem de meia-idade, de olhos profundos e olhar perspicaz. Ele havia viajado por muitos lugares e estudado sob mestres renomados, adquirindo um conhecimento vasto e incomum. Era ele quem resolvia os problemas mais complexos da vila, com uma calma e uma sabedoria que poucos compreendiam.

 

Determinando-se a descobrir a verdade, o Sábio iniciou a subida ao Monte Áureo ao amanhecer. À medida que subia, notou que a natureza ao redor parecia estranhamente silenciosa. Os pássaros não cantavam, e até o vento parecia evitar aquele lugar.

 

Quando finalmente alcançou a base da torre, foi tomado por um sentimento de profunda reverência e um toque de medo. A torre era fria ao toque, e seu material absorvia a luz do sol, deixando o ambiente ao redor mais escuro. Ao entrar na estrutura, encontrou um ambiente vasto, muito maior do que a torre parecia comportar do lado de fora, como se estivesse entrando em outra dimensão.

 

No centro do salão, havia um pedestal com um artefato estranho, uma esfera brilhante, que pulsava como se estivesse viva. Ao se aproximar, o Sábio foi tomado por visões. Viu seres de outro mundo, antigas civilizações, e um poder que ultrapassava o entendimento humano. A torre era um portal, um ponto de conexão entre diferentes realidades, e a esfera era a chave para controlá-lo.

 

No entanto, o Sábio também percebeu o perigo que aquela estrutura representava. Se caísse nas mãos erradas, poderia trazer destruição não só para a vila, mas para todo o mundo. Com isso em mente, ele sabia que precisava fazer algo para proteger Altamira.

 

Usando todo o seu conhecimento e habilidade, o Sábio selou a torre, ocultando-a mais uma vez dos olhos dos mortais. Fez isso com um feitiço poderoso, conhecido apenas por ele, e partiu de volta para a vila, sem mencionar o que havia encontrado.

 

Os moradores, ao vê-lo retornar, cercaram-no com perguntas, mas o Sábio apenas sorriu e disse que o mistério estava resolvido e que não havia mais com o que se preocupar. Com o tempo, a torre foi esquecida, tornando-se apenas mais uma lenda nas histórias da vila. Mas o Sábio sabia que ela ainda estava lá, oculta no alto do Monte Áureo, esperando o dia em que seria necessária novamente.

 

E assim, a vila de Altamira voltou a viver em paz, protegida pelo conhecimento e pela coragem de um homem que entendia que alguns mistérios são melhores quando permanecem no alto, longe do alcance de todos.

DengosoRock
Enviado por DengosoRock em 20/08/2024
Reeditado em 23/08/2024
Código do texto: T8133113
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.