Dona de casa
O exaustor zunia, a geladeira enguiçada dava trancos, o cachorro molhava o chão engordurado e lá vinha uma mão pequena, de calos de experiência feitos, esfregar o piso entre os queixumes de uma criança e o silvo da panela de pressão. Não é um trem que chega; e sim seu marido.
Ele se senta, apoia no chão recém-lustrado a pasta molhada de chuva e reclama que a janta ainda não ficou pronta.
Tem sempre como dar um jeitinho: ela enche outra panela com água, ferve-a, coloca os temperos; o marido dá um sorriso satisfeito.
Ela enfia o cachorro na panela, tampa-a e está pronta!