Sem Saída - parte 1-

Não conseguia para de correr, também não podia, o cheiro cada vez mais intenso, cheirava mau, estava lá, era real. Não entendia o motivo de tal perseguição.

O lugar era estranho, apesar de já ter estado alí algumas vezes quando eu ainda era criança. As árvores balançavam com o soprar do vento, a vegetação tão intensa que cobria todo a cordilheira ao fundo como um vestido de noiva.

Estava eu correndo cheio de agonia e esperença de conseguir escapar, ou, pelo menos não sofrer tanto.

Enquanto isso não podia acreditar que tão grande sofrimento pudesse ser ofuscado por imensa beleza paisagística que diluia em pó o meu sofrer. Como se nada tivesse acontecendo os passáros cantarolavam as mais belas melodias, porém medíocres quando comparadas com o ritmo do meu fôlego.

Uma pequena fenda por entre as paredes de um imenso paredão de uma gigantesca montanha perecia ser a minha salvação. Pronto, tudo estava solucionado, não corria mais perigo de ser pego pela criatura cruel e impiedosa. Mas que criatura, pensava eu. Ainda não conseguia entender muito bem o motivo de meu terrível sofrimento.

Estava escuro agora. Comecei a pensar, somente pensar, não entendia, minha cabeça estava dormente. Não compreendia nada.

O cheiro voltou e o meu medo também.

obs: continua

Carlos Martins
Enviado por Carlos Martins em 06/01/2008
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