A Depressão Ferroviária no Brasil
Contam os sobreviventes veteranos das ferrovias histórias muito bonitas e até verdadeiras aventuras e causos nas ferrovias, entre elas a antiga e hoje destruída Noroeste do Brasil que em mais de mil e seiscentos quilômetros de extensão, mostrava nas janelas da antiga Centopéia Azul as belas cidades , pontes, natureza, rios, sítios e fazendas imensas uma imagem belíssima de Brasís exuberantes... Cerrado e Pantanal belíssimos...
Até a famosa repórter brasileira nacional e internacional Glória María fez a viagem ferroviária do Rio de Janeiro até a longínqua Corumbá, viajando no Trem do Rio até a Estação da Luz na maior cidade da América Latina São Paulo, seguiu de Trem passageiro da FEPASA até Bauru e lá embarcou no romântico e histórico Trem do Pantanal...
Nos anos oitenta os privatistas estrangeiros e os seus serviçais políticos no Brasil , infelizmente , iniciaram um Movimento nefasto chamado de desestatização de empresas, era a chamada privatização, chegou como modismo do capitalismo tupiniquim, passando várias empresas do Brasil para Grupos privados desconhecidos e estrangeiros.
A RFFSA estava na mira 🎯 da sanha destrutiva e nos anos oitenta o processo de sucateamento dos trens, trilhos, vagões e perseguições a ferroviários no Brasil foi agravado, no interior da empresa alguns chefetes viraram uma espécie de " Capitães do Mato "que transferiram, puniram e demitiram trabalhadores da ferrovia nacional e a histórica da ferrovia do Oeste brasileiro que foi concebida para ser a ligação BIOCEÂNICA e já chegava ao Rio de Janeiro e fronteiras com a Bolívia em Corumbá e com o Paraguai em Ponta Porã virou alvo dos privatistas, até então uma das Ferrovias mais rentáveis do Brasil e viáveis pois além do Trem do Pantanal, transportava Combustíveis, gado vivo, proteína Animal para frigoríficos entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, veículos rodoviários, máquinas para indústrias e até colheitadeiras gigantes, muitos produtos eram , inclusive exportados para Bolívia via AGESA ou para o Paraguai e outros países pela ferrovia Noroeste do Brasil que era parte da Rede Ferroviária do Brasil, além disso uma variedade de grãos como Soja e até arroz, milho , trigo e também manganês, ferro, calcário e pedras. chegou no auge a gerar maís de nove mil empregos e teve até Litorinas de Luxo...
Mas os privatistas elegerem até um Presidente no Brasil e passaram a colocar em prática no Brasil a maior destruição de ferrovias de nossa história, com esse processo vieram milhares de demissões, perseguições políticas dentro da RFFSA, transferências, mortes por acidentes com o sucateamento e um clima de terror entre os trabalhadores.
Vi surgir a chamada DEPRESSÃO FERROVIÁRIA, Milhares de ferroviários da ativa ficavam doentes ou entravam no alcoolismo, famílias foram destruídas e até despejos de casas ocorreu nas antigas moradias ferroviárias, nas vilas ferroviárias a privatização, o fechamento de estações, oficinas e destruição de trens Virou o fato real e a conversa do dia a dia, os Sindicatos maís combativos denunciavam o processo de destruição e todas as perseguições aos ferroviários e por está razão, num determinado tempo o governo do Brasil rasgou a Constituição e tornou o Sindicato na região de Mato Grosso do Sul ilegal via liminar de um Juíz de Mato Grosso do Sul e mandou cassar os representantes dos trabalhadores no Estado de Mato Grosso do Sul e com a Resistência de parte dos ferroviário resolveu a Superintendência nomeada por Collor de Mello demitir toda Diretoria Executiva do Sindicato de Bauru até Mato Grosso do Sul e assim num período de tempo os dirigentes lutavam clandestinamente com apoio de 500 ferroviários que iam no Sindicato para pagar suas contribuições e manter o seu Sindicato, nesse processo repressivo mesmo após a ditadura militar, muitos ferroviários morreram ou ficaram doentes e surgiu o que chamávamos de depressão ferroviária que levou a morte trabalhadores da Ativa, Aposentados apegados a vida ferroviária e ferroviários demitidos no processo de privatização.
Está história é real e temos ainda muitos sobreviventes para contar essa que é uma das experiências mais violentas da história contra uma categoria profissional e muitos ferroviários vitimados pela chamada depressão ferroviária continuam morrendo ou sofrendo derrames e muitos se prederam na depressão ferroviária e acabaram morrendo... Óbvio que os fascistas e privatistas brasileiros e seus parceiros gringos distorcem essa história e até falam que é mentira e exagero, mas quem desejar saber a verdade podem percorrer a Antiga NOB ( Noroeste do Brasil S/A RFFSA) para ver o grau de destruição e nos procurar através da AFAPIP MS Para ter acesso a verdade mais Cruel da História recente da destruição da Noroeste do Brasil.
Detalhe, a depressão ferrovias continua nos matando aos poucos.. É bom ressaltar que destruíram a carreira de servidor público dos ferroviários os transformaram em CLT Com opção ( forçadas ) no fim viraram uma espécie de peão de gato.
Seria como privatizar o Exército e transformar Generais e soldados em guardinhas privados ou jagunços armados, Só isso. A categoria profissional ferroviária foi praticamente destruída como os trens de passageiros e estações e tudo mais vagões, locomotivas e pernoites...
Até o presente momento sobrevivi, porém quando paguei a depressão ferroviária fiquei seis meses isolado num quarto e não queria ver ninguém e nem sair na porta, Nesse momento a pessoa perde até a vontade de viver... É horrível. Até hoje sonho com ferroviários veteranos na sala do Sindicato me perguntando Manoel Vitório o que vai acontecer com a gente...Eu sempre falava vamos lutar juntos pra tentar sensibilizar as autoridades e para tentarmos reverter isso, é nossa única saída. Eu nunca vendi ilusão para os trabalhadores sempre deixei Claro que a privatização poderia nos matar, destruir e acabar com nossos trens e a com a Noroeste do Brasil, eu alertava até nas entrevistas as rádios de Corumbá e até a imprensa nacional quando era procurado.