CHANTAGEM

Francisco de Paula Melo Aguiar

Era uma vez um pelego de "jornalista" ou de "radialista", homem perigoso de "verdade" só conhecida no imaginário dele, formado em ciências ocultas e letras apagadas e participava como penetra de todas as reuniões da política local.

Um verdadeiro leva e trás.

Fazia chantagem com a situação e com a oposição.

Na língua dele não escapava ninguém.

E podia até escapar se recebesse o venha a nós ou viés: R$. Aí ele agradecia e passava a elogiar quem lhe pagou para não dizer que Fulano de tal da situação enterrou o dinheiro no quintal da prefeitura dentro de uma forma e assim a mesma virou botija.

Já para Beltrano da oposição ele explicava que a botija não é mais deste mundo, portanto, isso não é corrupção.

E o canalha continuava dando suas cabeçadas certeiras ao dizer que encontrou Sicrano entrando na casa de Pé Troncho altas horas da noite e a população local está pronta para pegar o lobisomem.

Na língua do canalha não escapou nem o vigário, pedia ajuda ao mesmo e monsenhor dava porque ele argumentava que pegou o mesmo beijando a beata Zefa Boi.

E o estrago era grande, um dia ele encontrou uma senhora esposa de um pequeno comerciante local, pelas primeiras horas da manhã, saindo de um sobrado da rua Maciel Pinheiro, na época tal rua era lugar de mulher de vida livre, pois não é que ele chantageou a referida mulher até o esposo dela morrer. A pobre mulher fez o marido tomar o canalha como compadre para fazer ele calar a matraca.

E ainda mesmo assim, ele com a liberdade e intimidade de ser compadre, dizia em tom de brincadeira, cuidado compadre para não coçar a cabeça porque o senhor é macho todo.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 02/12/2023
Reeditado em 02/12/2023
Código do texto: T7945139
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.