O CIRCO CHEGOU...
O CIRCO CHEGOU...
O Circo chegou na cidadezinha dos meus sonhos, mais um nesta madrugada de terça-feira, 7 de novembro... onde era não faço idéia, já o encontrei montado e arranchado nas cercanias do lugarejo, local amplo e cercado por grades de ferro, não era um cirquinho qualquer. Tinha macaquinhos, cachorrinhos malabaristas e dois bichões marrons com 1 poltrona nas costas, coisa jamais vista na região. Era tanto curioso para apreciar a novidade que os donos do Circo AMADEU já pensavam em cobrar ingresso, antes mesmo da inauguração das sessões. O Circo não veio em carroças, era coisa fina, veio em caminhões e calhambeques, nunca o lugar viu tanto carro junto. Traziam carro extra, cheio de galões, só para a gasolina, mas elefante não veio, porque nenhuma "fubica" velha aguentaria o peso do paquiderme. "Paqui... o quê?!" Deixa pra lá... do "boi de tromba", do "búfalo gigante" lá da índia ou Paquistão.
O problema do Circo estava no casal de "pombinhos" a que chamavam de camelos... o "Sávio Sonso" estava indócil, queria transar, nascera para procriar, porém a "noiva" "Nízia Andróide" não queria se deixar montar "à cavalo" nela, muito menos à camelo. Juntou gente para ver o trelelê, era preciso acalmar o "Sálvio" de qualquer jeito, ele estava muito "aceso", a "jibóia" enorme a balançar desavergonhada entre as pernonas amarelas. Nem o do jegue "Kid Banguela", asno do seu "Dandico" -- famoso pelo tamanho -- era tão grande... coitada da camela, pensavam todos. A solução mais fácil foi deitar o "Sálvio" na marra no chão, pernas pra cima e amarradas e convencer a "Nízia" a "sentar" sobre o cepo rudimentar, o que ela fez a contragosto e amuada com tantos olhos em cima dela. Contudo, o insaciável "Sávio Sonso" "acalmou-se", arriou a "bandeira" ou, melhor dizendo, o mastro viril... isso até a hora da sessão inaugural.
Circo lotado, sem vaga nem para pernilongo. Tudo ía às mil maravilhas, a garotada encantada com o espetáculo, palhaços, macaquinhos e cães fazendo a sua parte para engrandecer aquele momento mágico. Chegara a hora de apresentar-se o tal "cavalo com cadeira no lombo", bicho nunca visto por lá, vulgo camelo. Entra "Sonso" sorridente, a bocarra aberta, lembrava mesmo um famoso apresentador, porém de sonso não tinha nada, era bem inteligente. Trazia bela jovem em pé, roupa de bailarina e equilibrando pilha de copos e pratos em cada braço aberto. "Sávio" circundava o picadeiro, andando com cuidado e sorrindo sempre, artista completo. Entra "Nízia" pra lhe fazer companhia, com rapaz atlético em pé sobre ela... está toda enfeitada, banho tomado, cheirando a leite de rosas, uma Miss cavalar, digo, camelina. "Sávio" levantou as orelhas, arregalou os olhos e fez subir a "espada de Dâmocles", pronto para "executar a noiva", para espanto e prazer da garotada. Jogou a moça no chão ao "escalar" a "donzela marrom" que, apavorada, correu dele, mandando o rapagão pelos ares.
Mães ciosas taparam os olhos da meninada, meninas propriamente ditas e garotos mais educados. "Cruzaram" em frente à platéia maravilhada (os petizes) e horrorizada, pais, mães, tias e avós pudicas. Foi "um Deus nos acuda"... "Sávio" guinchando de prazer enfim concretizado e "Nízia" gritando de desconforto com aquela "estaca" no rabo, ou quase isso. A sessão foi suspensa e os diretores do Circo procurados na manhã seguinte: estavam EXPULSOS da cidade por falta de decoro e por incentivo a imoralidade, exigência do Conselho Educacional e do Clube das Mães. "Nízia" está desconsolada, nem pôde fazer seu show por causa do "cachorro" do camelo tarado. Jurou fazer greve... de fome e de sexo !
"NATO" AZEVEDO (em 7/nov. 2023, 7,30hs)