O BARCO E O MAR
Havia um barco pequenino e solitário navegando perdido em uma noite de tempestade. O mar estava agitado, ondas gigantescas o jogavam de um lado para o outro, o barulho era assustador, o barquinho experimentava uma sensação de medo e ao mesmo tempo de prazer, queria convencer o mar a não o afundar, quem sabe fosse tudo apenas uma brincadeira? Afinal, este céu escuro e sobrecarregado, continua sendo céu!
E por que este mar tão imenso iria tragar um barco tão pequeno? Talvez ele estivesse apenas mostrando sua força, afinal, ele se torna muito mais atraente quando levanta suas grandes ondas e esbraveja com tanta fúria. - O que é o meu grito perto do teu? - pensava o barquinho tentando entender a linguagem do mar. Imaginou-se valsando com o mar, e assim fez noite a dentro. O barco e o mar pareciam valsar.
Estrelas apareceram no céu cinzento que pouco a pouco se iluminou. Era uma cena comovente, o mar, enamorado do pequeno barco, esqueceu sua fúria! E então, o barquinho cansado de valsar, adormeceu suavemente embalado pelo mar que o conduziu à uma praia só deles.
Noites e noites repetiam o ritual, navegando e valsando. E quando o barco cansava, ele o trazia de volta à sua ilha, e o presenteava com lindos corais e conchas recheadas de pérolas.
- O mar agora pertencia ao barquinho!
Assim, o pequeno barco ensinava ao mundo, que o amor pode tudo, até mesmo vencer a fúria de um mar encapelado. Porque o amor é maior que tudo!