Conexões Oníricas em "Lagovista": Uma História Verídica
Viver é estabelecer conexões no vasto universo, um tecido de relações que frequentemente escapa à compreensão.
Um desejo profundo me impulsionou, e eu o segui em meu carro pelas ruas de Lagovista, em busca de um estabelecimento que havia chamado minha atenção à distância, suas cores vibrantes de azul e amarelo resplandecendo. Estacionei o Voyage diante desse local singular, e, ao ativar o alarme do veículo, algo também ocorreu dentro do estabelecimento, como se estivesse ciente de minha chegada e se preparasse para me acolher.
Adentrei o recinto e me deparei com uma figura intrigante: uma pessoa com aproximadamente um metro e sessenta, pele clara, cabelos ruivos e um suéter preto com detalhes em vermelho. Ao questioná-la sobre o valor daquilo que buscava, a resposta veio prontamente. No entanto, algo mais profundo e inexplicável se desdobrou entre nós. Era como se nossas almas compartilhassem uma história, um vínculo que transcendia o momento presente.
Após o encontro, o desejo de retornar a esse lugar se tornou constante, embora a verdadeira natureza de minha responsabilidade permanecesse enigmática. Perguntas não formuladas fervilhavam em minha mente, mas eu as mantinha guardadas, sem expressá-las.
Enquanto dirigia de volta para casa, percebi que o caminho que percorrera representava metade de minha rota usual para o trabalho. Sempre desejei estar ali, no ponto intermediário, cuidando do recinto.
No entanto, um dia antes deste relato, um evento inesperado abalou meu mundo onírico. Um estrondo na porta esquerda do carro e, em questão de milissegundos, avistei a mesma pessoa com o suéter preto e vermelho caída no chão, com o rosto e a mão machucados, embora sem gravidade.
Sem hesitação, saí do carro, e a pessoa, com urgência, pediu para ser levada a um local chamado "Refúgio das Almas", onde alguém cuidaria dela. "Estávamos envolvidos em um acidente", explicou. Um dilema moral me paralisou, e atônito, não tomei nenhuma ação. O que ocorreu com outras testemunhas naquele momento tumultuado se perdeu na névoa da memória, e assim, desaparecemos. O tecido das conexões humanas, conhecidas e desconhecidas, estava entrelaçado em um intricado padrão, onde nossa compreensão racional se perdia no mistério do universo.
"Lagovista" e "Refúgio das Almas": nomes fictícios.