Já passava da meia noite, e eu ainda preso em coisas muito importantes: Tik tok, zap, face, insta, etc.
De repente, senti uma leve brisa no quarto e um sussuro no meu ouvido:
- desligueeee ooo celularrrrr...
Muito ocupado, com minhas vitais pesquisas sobre agenda de Anita e Pablo Vittar, nem dei bola.
Outro som ecoou. Dessa vez mais forte.
- Desligue o celular e desligue-se agora.
Meu rei, que assombração da porra é essa. Pensei alto e continuei ligado na tela.
Dessa vez ouvi um grito:
- OU SEU BAITOLA, LARGA A DISGRACA DESSE CELULAR E VAI DORMIR, VISSE.
Ó paí ó! Exclamei assustado.
- Quem é você meu rei?
A entidade, apresentou-se.
- SOU MORFEU, O DEUS DO SONO.
Respondi rindo, mas com certo receio.
- Pai, não sabia que Morfeu tinha uma versão nordestina.
Morfeu pareceu não gostar do meu gracejo.
- Posso ser quem eu quiser. Larga logo essa máquina do capeta e vai dormir. Vou penetrar no seu ser e fazer você sonhar.
Respondi em alto e bom baiânez:
- LA NELE!
Percebendo um sorriso maroto em Morfeu, completei:
- Mas Morf...
O Deus me interrompeu puto:
- Não tem mas, nem meio mais. Cala a boca e vai dormir já.
Fiz um tímido e último comentário:
- O senhor parece até minha mãe Morf...
Morfeu falou irritado.
- CALADO.
Abriu suas asas, encheu o quarto com uma linda luz. Adormecido, vi meu corpo inerte sobre a cama e, nos braços de Morfeu, tive um belo sonho.