UM CASO ESTRANHO
Esse é um caso que aconteceu, ou não, ainda ninguém sabe, mas circula a boca pequena por aí, não aqui, mas nas longínquas terras de um lugar escondido no meio ou num canto desse grande país, Brasil. O caso é o seguinte:
Um homem veio de lá, dizendo que viu. Outro, que chegou no mesmo dia, disse que não viu. Então o negócio foi o jornalista pegar seu carro e ir até lá, era longe, mas ele precisava de uma boa história e foi conferir se era verdade. Chegou lá, nesse lugar longe, e começou a perguntar sobre o ocorrido, pergunta para um, para outro e um manda para um lado, outro manda para o outro lado, e ele vai e volta com seu carro, modelo já meio velhinho e cansado de tanta luta.
Não achou um que viu. Quem disse que viu não queria falar, coisa estranha! Só aquele senhor que chegou lá, vindo de cá, falou alguma coisa sobre o ocorrido. Voltou para lá e procurou o homem que chegou de lá, (agora aqui era cá e lá era lá mesmo), o encontrou num bar e ele disse que viu, mas não ia falar nada sobre o assunto.
O jornalista, chateado e precisando contar o ocorrido, pois precisava vender o seu jornal, inventou uma história fez um texto bacana contando o que aconteceu lá e o editor aprovou. Quando o jornal saiu cá e depois chegou lá, houve alvoroço, porque o jornalista de cá contou uma história absurda sobre o que aconteceu lá, naquele lugar distante do Brasil, não foi bem como estava escrito na matéria, aliás, disseram, nada ali era real. Como ninguém contou se houve mesmo, ou como foi realmente o ocorrido, então a história que se espalhou foi a que todo mundo leu naquela manhã quente de final da primavera, mas não a que todo mundo viu, porque, na verdade, todo mundo de lá viu, e não contou sei lá por quê. Eu narro o que ouvi dizer sobre essa história, não me contaram o que foi... só que foi. E nunca fui lá nem cá, fiquei sabendo aqui.