UMA ESTRANHA MULHER A ME SEDUZIR
Aquele olhar me fuzilou, foi direcionado para mim mum momento em que eu a admirava, afinal era uma mulher linda, olhos azuis e corpo escultural. Estava acompanhada do marido num restaurante. Um leve sorriso eu vi nos lábios dela, seu olhar, a cada momento, me deixava sem jeito. Mantive a discrição mesmo estando com alguns amigos, eles de nada desconfiaram. Jamais tinha visto aquela mulher, nem tão pouco seu marido, deviam ser convidados de algum diretor da empresa onde eu trabalhava, pois era final de ano e estávamos em uma confraternização. Precisei ir ao sanitário, teria que passar próximo da mesa onde ela se encontrava, nossos olhares se encontraram e outro leve sorriso vislumbrei naquela boca carnuda com um batom vermelho. No auge dos meus vinte e dois anos estava me sentindo um conquistador e nem me imaginava cair nesses braços pelo fato dela ser aparentemente uma quarentona, apesar de idade não ser problema para muitos, mas eu no momento estava sem namorada e me importava, pelo menos nesse momento, em conquistar uma garota da minha faixa de idade.
Lembro de quando eu tinha meus dezoito para dezenove anos que quase me envolvi com uma coroa, assim na faixa dos quase cinqüenta anos, eu tinha absoluta certeza de que aquele relacionamento não daria certo e meus amigos chamavam ela de "papa anjo" e isso me encabulava. Saímos algumas vezes, porém ela me dispensou e arranjou um homem já vivido e viúvo e com ele passou a se relacionar. Não perdi muita coisa, arranjei uma garota legal, namoramos por algum tempo, mas terminamos por motivos banais.
Ao sair do banheiro notei que aquela bela mulher estava na única entrada que dava acesso aos banheiros masculino e feminino. Ela esboçou um leve sorriso e sem dizer nada adentrou o local. Quase meu coração pára de bater. Me dirigi para a mesa e qual não foi a minha surpresa quando passei pela mesa dela, lá eatava a linda criatura que me atormentava o juízo. Eu já tinha tomado algumas e tive que encher o copo para espairecer. Aquele ser atanazador lá estava a me fitar, ao lado do marido, como se estivesse ao lado de amigas. Como pode? - pensei. Estarei delirando? Esse é o tipo de amor que não me agrada, não posso me envolver com uma mulher dessa e além disso parece ser duas, deixei uma no banheiro, volto e encontro outra na mesa!
O almoço de confraternização terminou e por volta das três da tarde todos já estavam se retirando do restaurante. Entrei no carro de um amigo que me ofereceu carona, quando ia saindo do estacionamento senti u'a mão pousar sobre meu braço na janela do carro. Era ela que docemente sorriu e desapareceu de braços dados com o marido. Fiquei impressionado e não consegui dormir nessa noite, ela voltou a me importunar em sonho. Passei a noite e madrugada embolando na cama e quando adormecia por alguns momentos lá vinha ela com aquele seu sorriso peculiar.
Na manhã seguinte fui caminhar um pouco no parque que ficava em frente da minha casa, era um sábado de sol bonito. Andei um pouco e quando caminhava de volta para casa senti passos atrás de mim. Era ela e estava sozinha. Pensei, dessa vez ela não escapa, vou ter que tomar uma decisão e saber o que ela pretende. Mas quando ia fazer isso, quem aparece? O marido dela. Minha reação foi continuar meus passos e fazer de conta que nada estava acontecendo.
Essa aparição voltou a me importunar por diversas vezes e eu nunca tive chance de encará-la, ela sempre sumia como fumaça ao vento. Tive um mal estar numa certa manhã e precisei de atendimento médico. No hospital me colocaram no soro e eu adormeci com um medicamento que me aplicaram. Ao despertar advinhem quem era a enfermeira que trocava meu soro! Ela, isso mesmo. Aqueles olhos verdes, aquela boca avermelhada pelo batom e o mesmo corpo escultural, vi isso quando ela deu as costas sem nada falar comigo e adentrou em outra sala. Exigi que chamassem ela, eu queria tomar satisfação, porém quem veio foi outra afirmando que foi ela quem trocou o soro. Fui diagnosticado com cansaço mental, apesar da minha idade, trabalhava muito na área de informática e me recomendaram repouso por algum tempo. Depois disso aquela mulher nunca mais foi vista por mim.