DESCANSE EM PAZ
CAPÍTULO I
O diálogo entre o coveiro e o defunto.
C:
-Não há nenhuma paz que seja permanente?
D:
- Paz curta, Paz rápida, Paz de Inferno, A paz que sempre acaba.
C:
- Só vale a pena retrucar uma vez?
D:
- Deixe essas memórias no lugar teoricamente mais frio. A metáfora que te faço é: Quantos mililitros de água podemos beber em um gole apenas normal?
C:
-Antes de você começar a acreditar nessas coisas lembre-se também de que há a parte da fé!
D:
-Visão boa, corpo bom, respiração boa, fala boa, ouvido bom!
-É isso que pode me segurar!
-Ferramentas não podem ser esquecidas.
-Minhas ferramentas são como instrumentos de políticas públicas, as cidades cresceram demais, é preciso um pouco de planejamento para não haver expansão além dos limites do município.
-Entendo, é preciso um uso adequado do solo.
-É.
-Os vermes não escolhem.
-O verme não pensa: “eu vou comer direto porque esse bicho é saudável.”
-De alguma forma os vermes sabem que não estou rindo deles.
-