A VELHA DO SOBRADO
A tarde findava quando Joel, bastante cansado e voltando do trabalho, passou em frente a um sobrado antigo. Parou e ficou a observar aquela construção que jurava nunca ter visto ali. Ficou pasmo com o que vira, mas por que duvidar daquilo que estava diante dos seus olhos? Até imaginou nunca ter visto aquele imóvel, melhor dizendo, nunca tinha percebido ele ali, muitas vezes a nossa mente nos engana ou oculta algo diante de uma distração, pode ter sido o caso de Joel. Alguns minutos se passaram até que ele sentiu um cutucão na perna fazendo-o virar-se assustado. Era uma velha senhora, de bengala na mão, podia ter uns setenta anos, por aí, que foi logo perguntando:
- O que faz aquí olhando prá minha casa?
- Nada, senhora, eu só...
- Vai, xispa daqui! Tem o que fazer não?
Joel ficou sem saber o que dizer, ou melhor, nem terminou de responder o que ela lhe perguntara. Saiu cabisbaixo e seguiu para sua casa, afinal estava muito cansado e um bom banho seria um santo remédio para se recompor. Já em casa, após ter jantado, ficou pensando no episódio pelo qual passara, mas depois se deu por vencido e foi dormir.
Na manhã seguinte teria que passar pelo mesmo local e verificaria melhor o velho sobrado. Para seu espanto nada existia ali além do mato que ele sempre vira quando por ali passava.