REGRESSÃO COM VOLTA EM OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS

   Fiz uma espécie de regressão de memória, me aprofundei no passado, nas minhas lembranças da adolescência, principalmente no tocante aos meus amores vividos, que foram poucos. Alguns bons momentos revivi, outros nada bons, porém nada comparado ao que efetivamente foi reservado para mim, o que muito agradeço pela "escolha", se assim posso dizer, já que na realidade nós não somos donos dos nossos destinos, eles são devidamente preparados de acordo com a situação que vivemos, de acordo com o trajeto pelo qual reunimos condições psicológicas e morais para percorrê-lo. É muito complicado tentar fazer alguém entender o real motivo dessa determinação que é feita pelo Poder Maior do Cosmo, pois reúne uma série de desafios que mexem com a capacidade intelectual de cada um. Nem todos estão preparados para enfrentar a vida, poucos reúnem condições adeqüadas por si só para percorrerem um caminho sem a interferência do Mentor dos nosso cérebros. Cada indivíduo nasce para uma determinada finalidade lhe sendo dado o livre arbítrio, como já sabemos, juntamente com a capacidade emocional e moral que lhe é devida. O que ocorre é que, levado por motivos alheios ao ser ora colocado neste plano de vida, muitos dos espíritos se desvinculam dos seus propósitos para com aqueles corpos e trilham por outros caminhos escolhidos sem saberem se vão se dar bem ou não, vão pelo "tato" ou pela inspiração negativa que absorvem e consideram normais para si. Essa é a razão de vermos muitos sofredores por este mundo afora e sem entenderem as razões dos seus sofrimentos. Pelo menos foi isso que aprendi nessa regressão a partir dos primeiros anos da juventude, seguindo adiante e retornando para um novo início, até voltar ao meu estágio atual sem perda da minha identidade moral e emocional.

   Entrei num campo imaginário da regressão com o intuito de saber o que aconteceria se eu tivesse ficado (escolhido) com tal pessoa com quem tive relações amorosas. A primeira e mais marcante foi Vanda, uma garota na faixa etária de 18 anos, nesse espaço de tempo eu tinha 19 e gostava dela, nos dávamos muito bem e acabamos por motivos banais, simplesmente ela não se interessou por mim e conheceu outro rapaz, o que me fez perder também o interesse por ela. Mas vamos supor que eu "forçasse a barra" e quisesse lutar por esse amor, foi o que fiz nessa primeira parte da regressão. Vanda namorou só por pouco tempo com Raul, deixou-o e nós reatamos numa boa, seguindo o nosso destino da forma como eu desejava. Fomos felizes, pelo menos aparentemente, durante o período de noivado e durante o casamento que transcorreu de forma impecável. Tivemos dois filhos, um casal (não sei precisar os nomes dos moleques, mas eram lindos, eu os "vi" durante a permanência em uma espécie de sono bem real), a impressão era de que estava realmente vivendo aqueles momentos maravilhosos e planejados por nós. Após alguns anos de casamento veio a decepção, Vanda não foi a pessoa ideal para mim, ela me traía com Raul, seu ex-namorado. Quando descibri me desesperei e perdi a consciência, me vi então em retrocesso mental, voltei ao tempo anterior quando ela tinha me deixado como namorado ainda. Suspirei aliviado e deixei-a seguir sua vida, nós não seríamos felizes por toda a vida.

   Ainda como um jovem me vi apaixonado por Suzane, uma garota bem mais nova que eu, que tinha já quase vinte anos e ela apenas 14, porém muito empolgada por mim e tendo o apoio de sua mãe. Me vi numa situação confortável, muito boa para encarar esse namoro, que durou cerca de três anos, quando enfim noivamos e casamos, tudo dentro dos padrões daquela época. Nasceu o primeiro filho, depois mais dois (os nomes impossível saber), eram dois meninos e uma menina. Vivíamos bem, mas Suzane apresentou logo após o nascimento do segundo filho um problema de saúde que a deixava nervosa e que perdia a calma com muita facilidade. Passamos a brigar com freqüência, o que me chateava muito, mas fui agüentando enquanto era possível. Depois que nasceu a menina, quando ela já estava com pouco mais de dois anos, fomos fazer uma viagem de carro, ela dirigindo. Saímos de casa bem estressados por causa de outro passeio dela quando regressássemos, o qual eu não concordava mas Suzane insistia. Durante o trajeto, numa estrada bem movimentada, ela começou a dizer impropérios e ameaçava desistir da viagem no meio do caminho, momento em que perdeu a direção do veículo e eu só vi aquele vazio na minha frente, era um precipício. Gritei apavorado e uma névoa de esquecimento me envolveu e me fez voltar ao tempo quando a conheci, em uma festinha de aniversário. Lá estava aquela garota a me olhar com insistência. Olhei-a discretamente e fingi que não era comigo. Procurei me aproximar de outras garotas com a intenção de fazer-lhe inveja e Suzana então me ignorou por completo. No dia seguinte conheci essa que é minha atual esposa, minha visão era bem clara. Daí em diante me veio apenas as lembranças do nosso relacionamento e eu despertei para nunca mais querer fazer regressão, décadas se passaram e eu sou imensamente feliz com meu casamento.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 11/07/2022
Código do texto: T7556991
Classificação de conteúdo: seguro