Licorn
Os problemas eram tantos que ela não conseguia dormir. E, quando dormia, eram pesadelos constantes que sempre a acordavam constantemente, e encharcada. Até uma noite em que sonhou estar em uma grande floresta e nela encontrou um unicórnio branco.
Foi andando até ele, bem devagar, para não assustá-lo, e fez carinho em sua cabeça. Sentiu a maciez dos pelos, o macio mais macio que ela já tocar em toda a sua vida. Uma sensação de felicidade plena galopou por todo seu corpo.
Dormiu a noite toda e acordou com um bem-estar mirífico que perdurou por todo o dia. A suavidade dos pelos não saía de suas mãos e do seu sentimento. Mal esperava a hora de ir se deitar...
Cada noite deitava mais e mais cedo. Deixou de estudar, de trabalhar, de sair com amigos. Queria apenas dormir... sonhar.
Os pais, preocupados, a levaram para os médicos do sono. Ligaram-na a aparelhos para monitorar seu sono. Neste ambiente tão frio, tão branco, tão áspero, ela adormeceu. O unicórnio lá estava, esperando-o. Aninhou-se nele, esquentando-se na maciez branca.
Nunca mais despertou.