ENSAIO SOBRE O POST MORTEM
Descobrir fisicamente, o espírito, a alma, o corpo. Em situações reais, parecidas com os últimos conteúdos oníricos latentes, revelados aos poucos. Praia, tendas,... fazem das noites um refúgio interno, um desejo inconsciente de retorno intra-uterino; descanso. Uma experimentação da morte do consciente, passageira. A função é vital, regenerativa, fisiológica. Porque quando o coração pára, e os orgãos falecem com a falta de bombeamento sanguíneo, a personalidade(ego) desaparece, e a alma se dissocia do corpo e se reintegra rapidamente em material quântico, a (i)matéria do inconsciente, enquanto a matéria orgânica do corpo físico se decompõe. Um fruto que cai da árvore, não está inteiramente morto, mas inicia um novo ciclo de existência, um amadurecimento involuntário gerado pela real-idade, uma en-ergia (algo que se manifesta internamente, e libera realidade animada) até ser consumido pela Terra e não existir mais de fato. A maioria das mortes são gradativas. Então, percebemos que o inconsciente vive independentemente, em relação ao que chamamos de vida (o corpo animado), ou seja, transcende a biologia, histologia ou anatomia. A inconsciência não está somente dentro do corpo, e sua parte externa é a nós acessada através dos cristais de apatita. Seu conteúdo é camuflado pela aprendizagem, que se transforma em consciência.
Para seres cosmo-pensantes, é um disparate crer que mundo externo é somente o que os sentidos do homem conseguem detectar. O universo é infinito e irredutivelmente ativo. E o ser humano finito e naturalmente passivo. Porém os sentidos são a única maneira de provar a existência de algo, ou a realidade, de forma empírico-analítica (indutivamente). Mas a realidade já acontece antes dos fatos serem apresentados. O finito não pode alcançar ou compreender o infinito, mas pode ser uma habitação para que o infinito se manifeste, por isso o homem consegue ter a ideia de que o infinito existe mas não possui maneiras de compreendê-lo, ou acessá-lo, a não ser extrair deste algo sobre infinitude. Mas todo o conhecimento novo tem um gênesis dedutivo, e a realidade está mais próxima do imaterial do que da matéria. Pois o átomo não é matéria, porque não é quantitativo, mas pura qualidade. O tempo, por exemplo, é imaterial. Como um poeta que busca inspiração. Como do UNO ao VERSO. A força máxima, o UNO, que Einstein, indutivamente (depois de vários experimentos, analisando os infinitos VERSOS que formam o UNO) chamou de Lei. O próprio UNO-VERSO ou UNI-VERSO, o CREADOR (ou criador).
Internamente, várias vidas sobrevivem (os pulmões no sistema respiratório, o coração no bombeamento, o fígado na transformação, etc. Etc.), e é possível que continuem funcionando fora do corpo original, respeitando as condições necessárias. E o inconsciente - além de viver nos sonhos, e de maneira camuflada na vigília, em devaneio - se resguarda para além da consciência viva presa em corpo físico, pois já é eterno (sem começo, sem fim), não pode ser transplantado, e está preso por todas as paranoias e projeções criadas pela cultura e o ego-pensamento, e é "imaterial", portanto mais real do que qualquer outra parte do corpo: é a própria alma. Logo, continua sua natureza enquanto o corpo se degenera rapidamente depois do fim, efeito da guerra constante entre corpo animado e alma recolhida; consciente e inconsciente; ego e id; emanente e transcende... Sabendo das agonias e angústias incessantes. Causadas por emoções somáticas. Contactando todas as ondas eletromagnéticas existentes, através dos mesmos cristais vibrantes que formam a glândula pineal, no centro da caixa craniana, transmitindo conteúdos vitais pelo universo; através de faculdades mentais paralelas à ciência. Transcendente às próprias parapsicologia, metafísica, mística e matemática. Interpretando a influência cósmica, divina, espiritual, que age sobre o planeta através, principalmente, das forças solar e lunar, que nos acompanham irrefutavelmente. Em qualquer lugar que vamos, avistamos estes astros, e parecem bem próximos, ao contrário das outras estrelas. Focando neste ponto cego, até então, em que corpo e alma se encostam, e formam um terceiro (a persona, de Jung) que o homem chama de "Eu!", percebe-se a relação da anatomia do corpo humano com o barro vermelho terrestre (Genesis). Na própria hemoglobina; no ferro, na textura, e outros elementos, que fornecem a coloração. O sol, com seus raios vermelhos, queima, e colore a pele de vermelho. Penetra nos póros, avermelhando todo nosso interior.
E consolidando algumas ideias e ideais. Principalmente as ideias de Descartes e os ideais de Freud, bravamente. Categorizando azuladamente a extensão da espiritualidade. Quando a razão (penso, logo existo) nos capacita diferenciar sonho e realidade. Num outro ponto em que a parapsicologia e a metafísica se encontram e viram quase a mesma coisa. Símbolos, e cores que o homem transforma em ideias supremas, através de sonhos acordados, em busca da verdade absoluta (que não está somente extrínseca), e se materializam antropomórficamente; e que ele julga ser bom para sí, porque sabe que o transcende. Também esses estudos (que a teologia já precedia) o aproximam das dimensões celestes, inevitavelmente. Do que se pode alcançar da perfeição ainda disponibilizada na Terra. Em forma de homem. Pela natureza verde espiritual que sobra, ou seja, que ainda não se esgotou. E os homens conseguem alcançá-la, através de procedimentos não sistemáticos, mas com a autenticidade dos arrependimentos dos erros que desintegram a progressão perfeita do universo - como a precipitação ou beneficiação das leis da física; das leis de Newton: o assassinato, e os Vícios da Imaginação, por exemplo -, fazendo existir uma reação automática, em vários planos, desnecessariamente. Como Adão, e o homem moderno (a mesma coisa, o mesmo homem... sempre uma maçã, uma eva culpada...): o afastamento de Deus, a quebra de todas as Leis.