QUANDO AOS DOMINGOS - de 1960 entre 2021

por

J.Torquato Alagoano

1964/5/6??

Era aos Sábados a noite quando do ASSALTO* a uma residência de alguém do grupo *Assalto, festa não programada, quando era invadida a casa de alguém do grupo de amigos, que já levavam a radiola, os discos de vinil, a bebida e os tira gostos, ah e as meninas vestidas a rigor (mine saia tubinho e etc.), Ali era que o domingo era fabricado.

Era Nádia, Gláucia, Telma, Márcia, todas as meninas que Roberto falou, garotas “papo firme” todas saltitantes, inocentemente ardentes, por dentro do mundo dos artistas e da televisão, da Revistas “Ilusão”, sabedoras da fofocas da Candinha do meio artístico. Prestem a atenção a cultura não era nem estas coisas que dizem que era. Nem pensávamos em Folclores, odiávamos forrós e músicas de tambores. Éramos da década da inocência até nos POLITICAMENTE CORRETO.

A areia muito fina, doía nos dentes ao pisar e “ranger”, solta a brisa açoitava nossa finas pernas como agulhas mil, mas o mar gentilmente lambia nossos pés com muito carinho. Ora nem prestávamos a atenção a estes detalhes VIADÍSTICOS, queríamos aprontar descendo o calção com elástico do colega, deixando-o nu na frente da namorada, jogar bola de plástico marca PELÉ cuja qual o vento era que nos driblava, só por zorra mesmo, suar e se mostrar para as brasinhas (meninas) deitadas como galeto de padaria, se torrando com o óleo vermelho. Elas riam entre si, pensávamos que era nos paquerando, mas era zombando de nossa infantil idiotice pavonística. E sem saber, empinávamos o nariz, estufávamos o tórax, mostrávamos músculos incipientes, ou um bigode penugem. Éramos os Idiotas mais felizes da década de 60.

A tarde os muros de cimento não forneciam sombras para nossos pés que queimavam no terreno escaldante ao sol, retornávamos, quase bêbedos, alegres idiotamente felizes.

Íamos então a “venda do seu Dozentos” jogar uma sinuquinha tomando uma cachaça moça rica pernambucana com limão e sal. Fumaças de Continental ou Aestória sem filtro, arrogância de um corpo saudável que nada temia, nem a morte. Piadas com a esposa traíra do Seu Dozentos, gostosa galega professora de datilografia, nunca tinham certeza que era verdade, mas a babação geral cobiçada nas ancas da professora esposa do Seu Corno dozentos,. Imaginava e inventava estas histórias. Talvez ela só fosse simpática para com a juventude que pululava com olhos pidão para a bunda da linda senhora.

Depois do almoço a gente desaparecia do tempo, nem vi Regina Duarte, mas acordamos todos ou numa tumba ou em pleno ano 2021 do século XXI, um futuro não programado e altamente indesejado. Sempre pior que o machado da era atômica, temos várias eras em uma só, com vários perigos cientificamente comprovados para nos exterminar como raça, como civilização. Despeço-me de quando tudo era DOMINGO