O DELEGADO DO FUTURO

— Você é linda!

¬¬ Seu bandídi...! Vou chamar i delegádi aqui...!

— Desculpe! Eu não sabia! Vou corrigir: você é lindo!

¬¬ Seu bandídi...! Não aprende mesmo! Alô, delegádi?

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5 minutos depois...

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— Ôpa! Quem me chamou?

¬¬ Fui eu. Atacaram-me com Transalfabetoneutrofobia!

— Quem foi?

¬¬ Foi ili aqui.

— Você aí, documento!

¬¬ Delegado! Foi um terrível engano!

— Até pra cima de mim? Sou delegádi. Chame assim.

¬¬ Perdão.

— Você é de que tempo? Não recebeu educação na escola, não?

¬¬ Não quero confusão, delegádi. Está aí minha identidade.

— A casa caiu, PlayToy...! Está detido!

¬¬ Mas a identidade...

— Desatualizada! Perdeu a validade! Cheia de preconceitos: “pai”, “mãe”, “sexo”.

¬¬ Juro que eu não sabia! Acabei de receber alta hospitalar. Passei cinco anos em coma e fui considerado desaparecido pela família.

— Ok. Reconheço que foi uma bela desculpa. Pode ir desta vez, mas, óbvio, se i ofendídi aqui não prestar queixa.

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Da série: “Dê uma voltinha para o futuro”