O fantoche
Preso ao maldito quarto eu estava, cego e cheio de ódio, loucura, desejos,
O novo Deus prometia tanto, até eu que nunca acreditei aceitei.
Depois de muito sangue derramado e ossos quebrados, estou cansado
Ainda me sinto sozinho e infeliz, ele prometia tanto.
Fui um tolo fiz tudo que me pediam gentilmente, fiz tudo, do mais animal ao mais demoníaco.
Eu a amei como mandaram, depois eu a odiei, e por fim eu a matei.
Eu fui a todas encruzilhadas, vi a cara feia dele, e nada ganhei.
Estou fora, nada ganhei, como zé ninguém que sou pouco tive, hoje fecho sua maldita janela.
Maldito brejo que me chama, a escuridão parece me perseguir, eu era seu soldado, seu carrasco, executor, e amante, me deixe em paz.
As vozes vêm do brejo, não posso dormir mais, eles me atormentam, estou cansado...
Os desenhos malditos que aparecem em meu quarto, as marcas de unhas em meu corpo, eu só quero ser livre, sem essa maldita escuridão que cobre essa cidade de merda, que todos acham maravilhosa.
Se eles pudessem ver o que eu vejo: todos monstros, as correntes, os fantasmas, e por fim o grande rei de merda, lá no alto da montanha com posse de imortal.
Com sua máscara dizendo para as pessoas o que fazer e quando, tudo como ele sempre quis, mas eu estou fora, bem longe de tudo isso, prefiro morrer sozinho no deserto, do que como ovelhas como vocês.
Cristiano de Siqueira 18/06/21