E la nave va...
Médico benquisto na cidade, e no campo circunvizinho, o doutor Aristeu era mesmo homem respeitado e simpático, padrinho de dezenas de guris e gurias que nasciam, e se concebiam, por suas próprias mãos e engenho.
E a vida ia correndo mansa, sem folgança nem lambança. Um belo dia, meio de tarde ensolarada, de seu vasto alpendre, doutor Aristeu divisou a figura do compadre Zebedeu, fazendeiro modesto, trabalhador honesto, montado em sua égua baia, a caminho do centro da cidade.
Cumprimentos trocados, chapéu reverencialmente assungado pelo passante, após breves dedos de prosa, o doutor, tendo ouvido o chamado da mulher desde o interior da casa, faz convite protocolar ao bem-casadinho compadre, e já pai de quatro belos rebentos:
- Ô compadre, a hora é esta, tou sentido o aroma da cozinha até aqui: vamos apear e tomar um café conosco...
Honrado com a distinção, e até emocionado ante a perspectiva súbita de ver, ainda que de soslaio, os belos braços da simpática dona da casa, e mesmo se arriscando a encontrar já fechada a farmácia onde ia à compra de encomendas da mulher, compadre Zebedeu pronto respondeu à convocação hipocrática:
- Cum todo gosto, cumpádi dotô, vô aceitá o café, i pá ôta hora fica o noisco, pois fais pôco eu cabei de armuçá...