ALÉM DA VIDA - SENTIMENTOS E SENTIMETOS... - CAPÍTULO 11
ALÉM DE MIM
SENTIMENTOS E SENTIMENTOS... – Capítulo XI
No meio da noite, Andreia ou André, não conseguia dormir e resolveu sair. Olhou para a cama de Renato e o viu dormindo profundamente. Vestiu-se, colocou um suéter dele e saiu, silenciosamente.
A noite estava bonita e clara. Apoiou-se no parapeito da grande sacada que havia na frente dos apartamentos e ficou olhando para o mar, não muito longe dali. Respirou fundo e fechou os olhos, sentindo a brisa que vinha do mar.
- Insônia também? – perguntou Paula, há poucos metros dele.
Ele olhou para ela que estava muito séria.
- Oi, Paula...
A moça aproximou-se mais.
- Meu irmão me contou sobre você... e o Renato.
- O Renato não tem nada a ver comigo, Paula.
- Mas você está apaixonado por ele...
André não respondeu.
- Eu queria tanto que você tentasse negar! Que dissesse pra mim que é mentira, mesmo que fosse outra mentira... ela falou, começando a chorar. – Você me enganou.
- Não, eu não te enganei. Tudo que eu falei era verdade. Eu sou casado realmente.
- Mas como pode? Ela sabe?
- Não...
- Há quanto tempo você gosta do Renato?
- A gente tem que falar sobre isso?
- Eu preciso saber até que ponto vai o seu cinismo.
- Cinismo? Por que cinismo? Eu não vejo cinismo em gostar de alguém. Não fiz nada de errado.
- Gostar de um homem?
- Você está chorando por um cara casado e daí? Isso não está errado também?
Paula ficou olhando para ele.
- É diferente... Eu não conhecia você direito, quando me apaixonei.
- Eu conheço o Renato há dez anos e é baseado nesses dez anos que eu gosto dele. Meu sentimento tem fundamento, o seu não. Você gosta do meu físico. Eu gosto dele inteiro: corpo e alma.
- Para com isso! Me dá nojo!
- Nojo... É... eu também sinto nojo... de estar sentindo pena de você. Boa noite, Paula.
André voltou para o quarto. Deitou-se na cama de roupa e tudo e abraçou-se ao travesseiro, chorando.
Na manhã seguinte, Renato acordou e procurou por André. Não o viu no quarto. Foi encontrá-lo na cozinha, tomando uma xícara de café, sentado à mesa.
- Bom dia! Quer uma? Acabei de passar.
Renato aceitou e serviu-se a si mesmo, sentando na cadeira a sua frente.
- Dormiu bem? – André perguntou.
Ele negou balançando a cabeça.
- Sabe o que você devia fazer? Voltar pra São Paulo.
Renato olhou para ele surpreso.
- O quê?
- É... Volta pra São Paulo. Você não tem mais nada que fazer aqui. Nem gosta da ilha.
- E você?
- Eu me viro.
- Você enlouqueceu...
- Não, só não quero que você enlouqueça.
- E que desculpa eu vou dar pra nossa família?
- Sei lá... que...
- Não! Não, eu não vou voltar pra São Paulo sem você, Andreia. Não importa a ideia maluca que você tenha agora.
- Então aceite a minha condição. Me trate como André. É isso que eu sou agora, Renato.
Renato ficou olhando para ele e sua mão foi aos poucos empurrando a xícara para a beira da mesa, o que a fez cair no chão e estilhaçar-se. Depois se levantou e saiu do apartamento.
André cruzou os braços sobre a mesa e baixou a cabeça sobre eles.
ALÉM DE MIM
SENTIMENTOS E SENTIMENTOS... - CAPÍTULO 11
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
DEUS ABENÇOE A TODOS!
PAZ E BEM!