O OUTRO LADO DO ESPELHO

   A menina sorriu olhando-se no espelho, por alguns minutos viu sua imagem ali refletida, ajeitou o cabelo, procurou algo que pudesse tirar o brilho das suas feições mas nada encontrou, estava tudo como ela queria. Clarissa era uma adolescente bonita, no auge dos seus dezesseis anos se sentia uma princesa, era bastante cortejada pela sua beleza, sua vaidade era máxima, mas no fundo respeitava as pessoas e não tripudiava sobre elas, se considerava igual a todas as outras moças da sua idade, era compreensível com quem lhe criticava por algum motivo fora da sua beleza natural. Saiu minutos depois ganhando a rua rumo a escola, passava das sete da manhã de uma sexta-feira, no dia seguinte, um sábado, iria a uma festinha com amigas.

   Pouco mais de cinco da tarde, Clarissa chega apressava da escola, queria tomar logo um banho e deitar-se um pouco, jantaria lá pelas sete, sete e pouca da noite, não sentia fome. Passou pelo espelho para se olhar e não viu sua imagem refletida no mesmo, ficou impressionada, o que estaria havendo? Intrigada fixou bem o espelho, nada de sua imagem, apenas um fundo meio escuro que não combinava com o lado oposto do corredor que levava a sala. Nesse momento uma figura surge no espelho e a convida para ali entrar. Arrepiada pensou em sair dali correndo, mas uma força estranha a impediu e puxou-a para dentro. Clarissa se viu em um lugar estranho e sem luminosidade sendo segura por uma estranha mulher que levou-a para outro cômodo daquele estranho lugar. Essa mulher não tinha uma boa feição física, a moça achou-a feia de dar dó. Mais adiante uma claridade surpreendeu Clarissa, ela se viu em uma rua bem movimentada, pessoas circulavam livremente, carros em todos os sentidos, mas ela não sabia que lugar era aquele. O que a deixou chateada foi o fato das pessoas a olharem e fazerem comentários ao pé do ouvido, tipo cochicho. Quem passasse por ela ria discretamente, já não estava agüentando essa situação. Perguntou para a mulher que a acompanhava qual era o motivo e ela se negou a dizer, disse que depois contaria o motivo. Voltaram depois para o interior daquela casa estranha, que agora estava com claridade, ocasião em que a mulher levou-a até um espelho na parede e mandou-a se olhar. Qual não foi seu susto quando encarou seu rosto, quase caiu de costa, estava terrivelmente feia, o que não combinava com sua aparência normal. Porém, do outro lado do espelho ela viu, em seguida, a sua imagem normal que a chamou para lá, puxando-a em seguida. Clarissa teve um momento de transe, mas tudo se acalmou para ela, estava no corredor de sua casa e lembrou-se que iria tomar um banho para depois dormir um pouco.

  

  

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 22/09/2020
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