O MEU ANJO DA GUARDA - CAP. I
O MEU ANJO DA GUARDA (em hebraico: מַלְאָךְ‎ - malach - "mensageiro") – Série mística
Chapter #1/6
Autor: Moyses Laredo
Muitos perguntam sobre a existência de anjos da guarda. Será que eles existem? A verdade é que sim! - para o judaísmo, existem sim! Porém, não como as pessoas imaginam. O Pirkei Avot (ética dos pais) nos ensina que, quando cumprimos uma mitsvá, (mandamento) criamos um anjo defensor e quando os transgredimos também criamos um anjo, porém, neste caso, um anjo acusador. Na verdade, os anjos são uma força espiritual que fica ao nosso redor nos incentivando a cumprir outras mitsvót e, que nos protege. Esta proteção é momentânea para a maioria das mitsvót.
Esta introdução servirá para dar chão ao que vou discorrer adiante. Quem já se viu numa situação em que, por milagre ou ação de algum ser invisível atuou em seu favor de maneira a se fazer valer? Comigo mesmo, houve casos impressionantes dessas, digamos assim, aparições. Mas, acredito que, todos os seres humanos de boa memória, já se depararam com situações semelhantes.
Anjos, que em hebraico, é chamado de malachim (plural) significa “emissários” são criaturas divinas, diferentes dos seres humanos bem como das outras criaturas que conhecemos neste mundo físico e material, que são compostos de quatro elementos básicos — terra, fogo, ar e água — segundo Nachmânides, os anjos são compostos de apenas dois elementos, os mais leves, ou seja, o fogo e o ar. Sem se ater muito nas explicações, quero lhes contar os casos que me aconteceram e que merecem destaque neste relato, composto de 2 casos.
Tenho em foco algumas situações inusitadas da presença destes “seres” que passarei a relatar de modo a que, algum leitor possa ao lê-los, lembrar-se também dos seus envolvimentos:
1º CASO – SENDO “PUXADO” NO BURACO DO PISO DA COZINHA
Morávamos, quando ainda criança, numa casinha de madeira cedida pelo Comitê Israelita do Amazonas, na Rua Visconde de Mauá, o piso era também de madeira e na área da cozinha, debaixo da cristaleira havia um imenso buraco nas tábuas do piso já apodrecidas, o nosso pai dizia que era porque a nossa mãe vivia baldeando a casa, ela sempre teve mania de limpeza, enquanto o tal do buraco não era consertado, ela havia empurrado um móvel para lá, como forma de esconder aquilo e proteger alguém de cair. Eu era o terceiro de uma ninhada de 6 filhos na época, deveria ter no máximo uns 4 anos, numa noite de trovoadas, acordei chorando chamando pela minha mãe, não havia nenhuma lâmpada acesa em toda casa, que era de madeira, ela dizia do seu quarto, para que eu fosse até lá, levantei-me da rede e segui em direção a porta do quarto onde todos, nós irmãos, dormíamos, com exceção da pequena Nina de poucos meses, que ainda dormia com ela, ao invés de seguir pela direita, algo me levou a seguir para esquerda, acabei indo em direção à cozinha, contrário onde estava deitada a mamãe, não sei explicar porque fizera isso, ao ouvi-la, me pareceu estar sendo chamado naquela direção.
Ao chegar na cozinha, aconteceu um fato inexplicável, repentinamente me vi sendo puxado pelas pernas para debaixo da tal cristaleira em direção ao tal buraco, já me sentia com quase a metade do corpo dentro daquilo, que coisa mais estranha estar contando isso agora, parece invencionice de criança, mas não, eu de fato senti tudo isso, primeiro porque não era nosso lugar de brincadeiras, a gente preferia o chagão (pátio), ninguém de nós havia sequer entrado ou visto o tal buraco de perto. Quando estava sendo conduzido pela entrada do tal buraco, pude sentir umas garras me pegando pelos lados da cintura e me puxando com mais força para o fundo do buraco, pensei que poderia estar sendo machucado pelas pontas das tábuas podres, mas ao mesmo tempo, me vinha a explicação lógica, que diabos eu estaria fazendo ali naquela posição? E à noite? O porquê disso nunca soube, só lembro que repentinamente no meio do desespero, comecei a ser puxado de volta pelas mãos, não vi por quem, imaginei a mamãe vindo buscar, mas não era ela, “aquilo” que me puxou me levou certinho em direção ao quarto da mamãe. Por muitos anos ficou em mim a ideia de que as almas tinham unhas compridas! Nunca pude contar isso a ninguém sem correr o risco de ser desacreditado, mas, essa de fato, foi a minha primeira experiência com o sobrenatural.
2º CASO - HOMEM AMEAÇANDO JOGAR PEDRAS.
Esse segundo caso, foi marcado ainda na minha primeira infância, contava eu na época, com 9 anos, como descrevo em minhas histórias de infância. Saía muito com o Nelson, meu irmão mais novo para brincar, ele com quase 3 anos, sem mobilidade, por conta de uma deformidade de nascença em seus pés, ele usava, como profilaxia no tratamento, um par de gesso que ia dos pés ao joelho. Uma das minha rotinas ao sair de casa com ele, era fazer mira com pedrinhas numa abertura na janela da vizinha, de frente lá de casa, o lugar era um grande depósito de uma empresa inglesa que exportava cipós e piaçavas, na verdade não era uma janela, e sim era utilizada como doca para desembarque/embarque dos produtos. Imensos caminhões descarregavam grandes quantidades de fardos de piaçava, que depois das operações de carga/descarga, eles a fechavam. Eu fazia mira com qualquer coisa que achasse, tais como, pedra, paus, galhos etc. - e as atirava para ver se acertava no espaço da janela, nada muito difícil, era uma forma de diversão, sem maldades, não visava prejudicar nada, vá saber o que se passa na cabeça de meninos.
Num belo dia ao sair de casa para brincar, carregando o Nelson, ao me preparar para atirar a primeira pedra, no “buraco da dona Adele” como chamávamos, por ser esse o nome da senhora que sempre aparecia brigando com a gente que cuidava da mansão dos ingleses, que habitavam o andar superior, eles eram representantes locais da empresa Hixson & Jones, os administradores do Porto da Manaos Harbour Limited.
Num instante, antes de atirar a primeira pedrinha, vi surgir da escuridão, dos fundos daquela janela, um carregador, pessoa atarracada, muito forte, camisa aberto no peito, que mostrava uma carranca de mau humor, se pôs na entrada da tal doca, foi ai que percebi que ele também trazia o braço levantado, segurando um paralelepípedo, já em pose de arremesso. O elemento trabalhava carregando, nas costas, pesados fardos de piaçava, por isso tinha que ser muito forte. Com a mão erguida, ele ficava ao sabor dos meus movimentos, quando eu fazia a menção de lançar a minha pedra, ele também fazia a mesma coisa com a dele, só que em nossa direção. Aquilo para mim, parecia uma brincadeira inocente, ficamos ali por algum tempo, eu não tinha maldade nisso, estávamos a ponto de nos atirar as pedras mutuamente, não tinha me dado conta disso. A pedra (paralelepípedo) dele, faria imenso estragos em nós dois, caso acertasse, passados uns instantes, nessa indecisão, senti uma forte sensação dentro mim, que me gelou, fiquei paralisado, minha mão também permaneceu imóvel no ar, me veio um reconhecimento da situação daquele momento, tive consciência do grande perigo que se delineava, imagine, um menino de 9 anos ter esse pensamento, sem quê e nem porquê senti isso, empalideci diante daquele homem com um enorme paralelepípedo na mão, prestes a atirá-la contra nós, certamente o risco de nos atingir era grande, não tinha como errar daquela distância e ainda por ter a vantagem de estar num ponto mais alto que nós. Paralisei meu gesto na hora, ainda com o olhar fixo nele, baixei a mão lentamente, depositei a minha pedra no chão com calma, ele continuou como estava, peguei o Nelson e sai o mais rápido possível da vista dele. O que me aconteceu? Como tomei consciência da situação? O que me levou a mudar de opinião no meio de uma ação, eu era só um menino sem noção, estava com a mão levantada prestes a arremessar a pedra, coisa que fazia naturalmente, e parei subitamente - já me fiz essas perguntas milhares de vezes e não encontro uma resposta plausível no campo físico, tenho certeza que um anjo enviado por D’US naquele momento, me fez ver a situação grave em que me encontrava, pois bastaria que o homem, atingisse qualquer um de nós dois, principalmente o Nelson, que a desgraça estava feita.
É importante frisar, que o anjo da guarda, não tem poder próprio, não possui o livre arbítrio, cumpre ordens de D'US e faz o que ELE ordenar. Assim sendo, não cabe rezar para eles. Temos sempre que agradecer ao CRIADOR, assim nos ensina o judaísmo, pois pela vontade DELE que o emissário surgiu na situação e pôs fim ao drama e evitou a desgraça já conhecida por ELE.
(em hebraico: מַלְאָךְ‎ - malach - "mensageiro") – Série mística
Chapter #1/6
Autor: Moyses Laredo
Muitos perguntam sobre a existência de anjos da guarda. Será que eles existem? A verdade é que sim! - para o judaísmo, existem sim! Porém, não como as pessoas imaginam. O Pirkei Avot (ética dos pais) nos ensina que, quando cumprimos uma mitsvá, (mandamento) criamos um anjo defensor e quando os transgredimos também criamos um anjo, porém, neste caso, um anjo acusador. Na verdade, os anjos são uma força espiritual que fica ao nosso redor nos incentivando a cumprir outras mitsvót e, que nos protege. Esta proteção é momentânea para a maioria das mitsvót.
Esta introdução servirá para dar chão ao que vou discorrer adiante. Quem já se viu numa situação em que, por milagre ou ação de algum ser invisível atuou em seu favor de maneira a se fazer valer? Comigo mesmo, houve casos impressionantes dessas, digamos assim, aparições. Mas, acredito que, todos os seres humanos de boa memória, já se depararam com situações semelhantes.
Anjos, que em hebraico, é chamado de malachim (plural) significa “emissários” são criaturas divinas, diferentes dos seres humanos bem como das outras criaturas que conhecemos neste mundo físico e material, que são compostos de quatro elementos básicos — terra, fogo, ar e água — segundo Nachmânides, os anjos são compostos de apenas dois elementos, os mais leves, ou seja, o fogo e o ar. Sem se ater muito nas explicações, quero lhes contar os casos que me aconteceram e que merecem destaque neste relato composto de 4 capítulos chamados de Chapter.
Tenho em foco algumas situações inusitadas da presença destes “seres” que passarei a relatar de modo a que, algum leitor possa ao lê-los, lembrar-se também dos seus envolvimentos:
1º CASO – SENDO “PUXADO” NO BURACO DO PISO DA COZINHA
Morávamos, quando ainda criança, numa casinha de madeira cedida pelo Comitê Israelita do Amazonas, na Rua Visconde de Mauá, o piso era também de madeira e na área da cozinha, debaixo da cristaleira havia um imenso buraco nas tábuas do piso já apodrecidas, o nosso pai dizia que era porque a nossa mãe vivia baldeando a casa, ela sempre teve mania de limpeza, enquanto o tal do buraco não era consertado, ela havia empurrado um móvel para lá, como forma de esconder aquilo e proteger alguém de cair. Eu era o terceiro de uma ninhada de 6 filhos na época, deveria ter no máximo uns 4 anos, numa noite de trovoadas, acordei chorando chamando pela minha mãe, não havia nenhuma lâmpada acesa em toda casa, que era de madeira, ela dizia do seu quarto, para que eu fosse até lá, levantei-me da rede e segui em direção a porta do quarto onde todos, nós irmãos, dormíamos, com exceção da pequena Nina de poucos meses, que ainda dormia com ela, ao invés de seguir pela direita, algo me levou a seguir para esquerda, acabei indo em direção à cozinha, contrário onde estava deitada a mamãe, não sei explicar porque fizera isso, ao ouvi-la, me pareceu estar sendo chamado naquela direção.
Ao chegar na cozinha, aconteceu um fato inexplicável, repentinamente me vi sendo puxado pelas pernas para debaixo da tal cristaleira em direção ao tal buraco, já me sentia com quase a metade do corpo dentro daquilo, que coisa mais estranha estar contando isso agora, parece invencionice de criança, mas não, eu de fato senti tudo isso, primeiro porque não era nosso lugar de brincadeiras, a gente preferia o chagão (pátio), ninguém de nós havia sequer entrado ou visto o tal buraco de perto. Quando estava sendo conduzido pela entrada do tal buraco, pude sentir umas garras me pegando pelos lados da cintura e me puxando com mais força para o fundo do buraco, pensei que poderia estar sendo machucado pelas pontas das tábuas podres, mas ao mesmo tempo, me vinha a explicação lógica, que diabos eu estaria fazendo ali naquela posição? E à noite? O porquê disso nunca soube, só lembro que repentinamente no meio do desespero, comecei a ser puxado de volta pelas mãos, não vi por quem, imaginei a mamãe vindo buscar, mas não era ela, “aquilo” que me puxou me levou certinho em direção ao quarto da mamãe. Por muitos anos ficou em mim a ideia de que as almas tinham unhas compridas! Nunca pude contar isso a ninguém sem correr o risco de ser desacreditado, mas, essa de fato, foi a minha primeira experiência com o sobrenatural.
2º CASO - HOMEM AMEAÇANDO JOGAR PEDRAS.
Esse segundo caso, foi marcado ainda na minha primeira infância, contava eu na época, com 9 anos, como descrevo em minhas histórias de infância. Saía muito com o Nelson, meu irmão mais novo para brincar, ele com quase 3 anos, sem mobilidade, por conta de uma deformidade de nascença em seus pés, ele usava, como profilaxia no tratamento, um par de gesso que ia dos pés ao joelho. Uma das minha rotinas ao sair de casa com ele, era fazer mira com pedrinhas numa abertura na janela da vizinha, de frente lá de casa, o lugar era um grande depósito de uma empresa inglesa que exportava cipós e piaçavas, na verdade não era uma janela, e sim era utilizada como doca para desembarque/embarque dos produtos. Imensos caminhões descarregavam grandes quantidades de fardos de piaçava, que depois das operações de carga/descarga, eles a fechavam. Eu fazia mira com qualquer coisa que achasse, tais como, pedra, paus, galhos etc. - e as atirava para ver se acertava no espaço da janela, nada muito difícil, era uma forma de diversão, sem maldades, não visava prejudicar nada, vá saber o que se passa na cabeça de meninos.
Num belo dia ao sair de casa para brincar, carregando o Nelson, ao me preparar para atirar a primeira pedra, no “buraco da dona Adele” como chamávamos, por ser esse o nome da senhora que sempre aparecia brigando com a gente que cuidava da mansão dos ingleses, que habitavam o andar superior, eles eram representantes locais da empresa Hixson & Jones, os administradores do Porto da Manaos Harbour Limited.
Num instante, antes de atirar a primeira pedrinha, vi surgir da escuridão, dos fundos daquela janela, um carregador, pessoa atarracada, muito forte, camisa aberto no peito, que mostrava uma carranca de mau humor, se pôs na entrada da tal doca, foi ai que percebi que ele também trazia o braço levantado, segurando um paralelepípedo, já em pose de arremesso. O elemento trabalhava carregando, nas costas, pesados fardos de piaçava, por isso tinha que ser muito forte. Com a mão erguida, ele ficava ao sabor dos meus movimentos, quando eu fazia a menção de lançar a minha pedra, ele também fazia a mesma coisa com a dele, só que em nossa direção. Aquilo para mim, parecia uma brincadeira inocente, ficamos ali por algum tempo, eu não tinha maldade nisso, estávamos a ponto de nos atirar as pedras mutuamente, não tinha me dado conta disso. A pedra (paralelepípedo) dele, faria imenso estragos em nós dois, caso acertasse, passados uns instantes, nessa indecisão, senti uma forte sensação dentro mim, que me gelou, fiquei paralisado, minha mão também permaneceu imóvel no ar, me veio um reconhecimento da situação daquele momento, tive consciência do grande perigo que se delineava, imagine, um menino de 9 anos ter esse pensamento, sem quê e nem porquê senti isso, empalideci diante daquele homem com um enorme paralelepípedo na mão, prestes a atirá-la contra nós, certamente o risco de nos atingir era grande, não tinha como errar daquela distância e ainda por ter a vantagem de estar num ponto mais alto que nós. Paralisei meu gesto na hora, ainda com o olhar fixo nele, baixei a mão lentamente, depositei a minha pedra no chão com calma, ele continuou como estava, peguei o Nelson e sai o mais rápido possível da vista dele. O que me aconteceu? Como tomei consciência da situação? O que me levou a mudar de opinião no meio de uma ação, eu era só um menino sem noção, estava com a mão levantada prestes a arremessar a pedra, coisa que fazia naturalmente, e parei subitamente - já me fiz essas perguntas milhares de vezes e não encontro uma resposta plausível no campo físico, tenho certeza que um anjo enviado por D’US naquele momento, me fez ver a situação grave em que me encontrava, pois bastaria que o homem, atingisse qualquer um de nós dois, principalmente o Nelson, que a desgraça estava feita.
É importante frisar, que o anjo da guarda, não tem poder próprio, não possui o livre arbítrio, cumpre ordens de D'US e faz o que ELE ordenar. Assim sendo, não cabe rezar para eles. Temos sempre que agradecer ao CRIADOR, assim nos ensina o judaísmo, pois pela vontade DELE que o emissário surgiu na situação e pôs fim ao drama e evitou a desgraça já conhecida por ELE.